ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: MÚSICA – UMA FERRAMENTA PARA MELHORAR O APRENDIZADO DA QUÍMICA NOS ENSINOS FUNDAMENTAL E MÉDIO

AUTORES: SILVA (UECE) ; PAIVA (UECE)

RESUMO: O propósito deste trabalho é aliar a concepção de Química dos Ensinos Fundamental e Médio das escolas públicas e particulares de Fortaleza com o universo da música. Procurou-se registrar as condições em que se processa o ensino/aprendizagem de Química, pelo uso da música, instrumentos musicais, historicidade musical, linguagem e paródias musicais. A pesquisa foi desenvolvida em três escolas da rede particular de ensino de Fortaleza. Os alunos que participaram desta pesquisa que antes eram desmotivados e apresentavam antipatia pela disciplina de Química, mudaram seu comportamento a partir da aplicação da metodologia musical. Eles se mostraram entusiasmados, participativos e mais receptivos, bem como nas aulas com inserções musicais.

PALAVRAS CHAVES: ensino, química, música

INTRODUÇÃO: É visível a atual insatisfação dos professores com a qualidade do ensino e com o tratamento que a escola deve dar à Química e a seu ensino com criticidade, inovação e originalidade. Muitos professores não têm condições de ensinar Química porque tiveram formação acadêmica deficiente, quanto ao método, teoria, prática e conteúdos. Este fato deixa o quadro de professores competentes muito reduzido e solicitado pelas escolas públicas e particulares de Fortaleza. A maioria dos alunos não consegue se interessar pela Química, ou apresentam grande dificuldade em desenvolver os assuntos abordados por esta Ciência. A forma metódica como a disciplina é apresentada e trabalhada em sala de aula, juntamente com o antagonismo das diversões multimídias deste século, contribuem para a desmotivação dos jovens que estão inseridos em uma realidade que difere da realidade apresentada por alguns professores e em alguns livros didáticos. O propósito deste trabalho é juntar os conteúdos de Química dos Ensinos Fundamental e Médio das escolas públicas e particulares de Fortaleza com o universo da música. Fornecer pelo uso da música, novas ferramentas para a formulação de uma instrução de química que resgate, incentive e inclua o número máximo de alunos na disciplina para desenvolver no aluno o senso de análise e de crítica de alguns tópicos químicos e textos complementares, visando minimizar o pronunciamento da famosa frase: “Eu odeio Química!” dita por um dos nossos grandes letristas do cenário musical, Renato Russo.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi desenvolvida em três escolas da rede particular de ensino de Fortaleza, abrangendo, em cada uma delas, duas turmas do 9o ano do ensino fundamental e uma do 1º ano do ensino médio. Para selecioná-las levamos em consideração os seguintes critérios: localização acessível; atitude de abertura e aceitação por parte da direção e da supervisão escolar quanto ao uso de novas idéias e metodologias de ensino pelos professores. Também a pesquisa foi submetida a três professores das áreas de química, onde se levaram em questão os itens mencionados acima. A pesquisa também constou de relatos gravados em forma de entrevista com alguns professores da área de química e de outras áreas, como: português, inglês e história. Bem como consta a participação voluntária de alunos, com depoimentos sobre o tema deste trabalho. Uma turma do 9o ano constou de 60 alunos, sendo 33 do sexo masculino e 27 do sexo feminino. A idade desses alunos variava entre 13 a 15 anos. Outra turma escolhida para a pesquisa era composta de 60 alunos, com faixa etária entre 14 a 16 anos, sendo 31 alunos do sexo masculino e 29 alunos de sexo feminino. A turma de 1º ano do Ensino Médio era composta por 63 alunos, apresentando 36 alunos do sexo masculino e 27 alunos do sexo feminino, com faixa etária entre 14 a 17 anos. Quanto ao nível sócio-econômico, as turmas se assemelhavam, sendo constituídas, por alunos provenientes de muitos bairros de Fortaleza, muitos alunos portavam celulares de última geração e alguns até com câmeras digitais nos celulares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Constatou-se da pesquisa realizada com os professores e alunos, que a partir de uma aula dinâmica, com a inserção da música, as aulas tornam-se mais atraentes e os alunos se entusiasmam e motivam mais devido a associação da química com a música. Dos exemplos aplicados em sala de aula, vai se mostrar dois: 1) assunto: composição da matéria, a) corpo, objeto e substância; b) substâncias simples, substâncias compostas e misturas - foi associado com a exposição de Instrumentos musicais identificando e diferenciando matéria, corpo e objeto, levando em consideração a constituição de cada instrumento para relacionar ao tema misturas homogêneas e heterogênea. 2) assunto: óxido-redução, com o conceito do número de oxidação, e efetuação de cálculo – foi associado com os efeitos da oxidação nas cordas de uma guitarra, ou em pratos de bateria, introduzindo assim o assunto de forma informal e a composição de paródias. Em ambos os casos observou-se interesse maior por parte dos alunos. Os alunos que participaram da pesquisa mudaram seu comportamento a partir da aplicação da metodologia musical. Os alunos se mostraram entusiasmados, participativos e mais receptivos após a leitura da carta química, bem como nas aulas com inserções musicais.

CONCLUSÕES: Ao longo deste trabalho procurou-se mostrar a presença da música em sala de aula como uma ferramenta para motivar os alunos a gostarem de química. Objetivou-se que trabalhar com música em sala de aula propicia resultados satisfatórios quando se deseja levar novidades e fazer do inesperado, algo com que se possa contar de modo produtivo e positivo, na melhoria da arte de educar. O propósito da pesquisa não é ter a música como a “salvadora da pátria”, mas como algo complementar para a melhoria do ensino de química.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CANÇADO, M. Um Estudo sobre a Pesquisa Etnográfica em Sala de Aula. Trabalhos em Lingüística Aplicada, v. 23, n. 2, p. 55-69, 1994.
CARTA QUÍMICA. Disponível em: <http:// www.geocities.com/CollegePark>. Acesso em: 25 mar. 2007.
GARDNER, Howard. Arte, mente e cérebro – Uma abordagem cognitiva da criatividade; tradução de Sandra Costa – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.