ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA POR CLAE PARA DETERMINAÇÃO DE METILPARABENO E PROPILPARABENO EM CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS E TRANSPARENTES

AUTORES: OLIVEIRA, M.A. (IQ/UFG) ; LIMA, E.M. (FF/UFG)

RESUMO: RESUMO: Este trabalho descreve uma metodologia por cromatografia líquida de alta eficiência para quantificação de metilparabeno e propilparabeno em cápsulas gelatinosas duras e transparentes. Os parabenos foram extraídos das cápsulas utilizando solução de ácido acético a 1% em água e metanol (25:75) e a análise cromatográfica foi realizada utilizando coluna cromatográfica Microsorb® C8 250 x 4,6 mm, 5 µm, fase móvel composta por metanol e solução de ácido acético a 1% em água, eluição gradiente, fluxo de 1,0 mL/min, detecção UV a 254 nm e volume de injeção de 10 µL. O método demonstrou seletividade, linearidade, precisão, exatidão e as soluções de padrões e amostras foram estáveis por um período de 24 horas.

PALAVRAS CHAVES: cápsulas gelatinosas, clae, parabenos

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: As cápsulas são preparações farmacêuticas constituídas por um invólucro para o acondicionamento de substâncias medicamentosas (PRISTA et al.,1995).As cápsulas gelatinosas duras e transparentes apresentam em sua formulação gelatina,água,dióxido de titânio e conservantes.A umidade das cápsulas gelatinosas duras pode variar de 13 a 16% e quando armazenadas podem absorver água,tornando-as ainda mais susceptíveis à contaminação microbiana (ANSEL et al.,2000).Os conservantes empregados para prevenir essa contaminação são metilparabeno (MP) e propilparabeno (PP),conhecidos como parabenos, obtidos através de reações de esterificação do ácido para-hidroxibenzóico (PHBA).Os parabenos são eficazes contra fungos e bactérias, possuem amplo espectro antimicrobiano e são estáveis em ampla faixa de pH, no entanto em pH acima de 7 sofrem hidrólise formando o PHBA, seu principal composto de degradação, que apresenta reduzida atividade antimicrobiana (SONI et al.,2005).As Farmacopéias dos Estados Unidos, Brasileira e Britânica preconizam a titulação potenciométrica para quantificação dos parabenos em matérias-primas.A metodologia farmacopéica envolve várias etapas, tornando o procedimento analítico demorado e de difícil automação, além de ser incapaz de distinguir um parabeno do outro.A quantificação de parabenos em preparações farmacêuticas não é estabelecida em compêndios oficiais, mas vários trabalhos descrevem métodos por CLAE para a quantificação de parabenos em medicamentos (JABER et al.,2004; KOUNDOURELLIS et al.,2000),no entanto não foram encontradas metodologias para determinação de parabenos em cápsulas gelatinosas.O objetivo deste trabalho é desenvolver e validar uma metodologia por CLAE para a determinação de MP e PP em cápsulas gelatinosas duras e transparentes.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: A separação cromatográfica foi realizada utilizando cromatógrafo líquido de alta eficiência modelo ProStar marca VARIAN e coluna cromatográfica Microsorb® C8 250x4,6mm,5µm.A fase móvel consistiu de metanol e solução de ácido acético a 1% em água,eluição gradiente (0-12 minutos:50-90% de metanol e 12-13 minutos:90-50% de metanol), fluxo de 1,0mL/min,detecção UV a 254nm e volume de injeção de 10µL.Os padrões foram solubilizados em metanol.As amostras de cápsulas foram preparadas pesando cerca de 0,20g de cápsulas em tubos falcon de 50 mL de capacidade,adição de 20,0mL da solução de ácido acético a 1% em água e metanol (25:75),aquecimento em banho-maria por 10 minutos a 75°C e centrifugação por 5 minutos a 3000rpm.A solução sobrenadante resultante da centrifugação foi filtrada em unidade filtrante de PVDF de 0,45µm de poro.As soluções de cápsulas apresentavam aproximadamente 25,0µg/mL de MP e 5,0µg/mL de PP.O método cromatográfico foi validado seguindo a Resolução-RE n° 899 da ANVISA (BRASIL,2003) nos parâmetros de seletividade,linearidade,precisão,exatidão e estabilidade das soluções.A seletividade foi testada analisando substâncias estruturalmente relacionadas ao MP e ao PP. As curvas de calibração foram obtidas com 6 soluções de MP (5,0; 10,0; 20,0; 30,0; 40,0 e 50,0µg/mL) e 6 soluções de PP (1,0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0µg/mL).A repetibilidade do método foi avaliada com nove determinações e a precisão intermediária com seis determinações, utilizando soluções de cápsulas contendo aproximadamente 25,0µg/mL de MP e 5,0µg/mL de PP.A exatidão foi avaliada pelo método de adição de padrões às soluções de cápsulas (recuperação).A estabilidade das soluções de padrões e amostras foi avaliada por um período de 24 horas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO:Durante o desenvolvimento do método cromatográfico para determinação de MP e PP em cápsulas gelatinosas duras e transparentes foram avaliadas várias condições cromatográficas visando garantir uma análise rápida,com picos simétricos e resolução adequada entre eles.A escolha do comprimento de onda a 254nm foi realizada através da avaliação dos espectros de absorção no UV do PHBA e dos parabenos.O fluxo de 1,0mL/min foi escolhido para prevenir altas pressões e,consequentemente,poupar o desgaste do sistema de bombeamento do cromatógrafo.O volume de injeção de 10µg/mL foi preferido para evitar a sobrecarga da coluna cromatográfica.Foram testadas diferentes proporções de solução de ácido acético a 1% em água e metanol,por serem constituintes da fase móvel,para extração de MP e PP de cápsulas gelatinosas duras e transparentes.O método foi capaz de separar MP e PP de substâncias estruturalmente relacionadas (Fig.1) e demonstrou linearidade no intervalo de 5,0 a 50,0µg/mL para MP e de 1,0 a 10,0µg/mL para PP.A repetibilidade de nove determinações encontrou média de 0,28% (DPR7,29%) para MP e média de 0,06% (DPR8,10%) para PP.Os altos valores de DPR são decorrentes do fato dos parabenos estarem em pequenas concentrações e quanto menor a concentração do analito maior a heterogeneidade dos resultados.A precisão intermediária foi testada em dias diferentes e o tratamento estatístico por teste t de Student (nível de confiança de 95%) demonstrou que não houve diferença significativa entre os resultados da repetibilidade e precisão intermediária.A recuperação de MP e PP foi próxima de 100,0% e as soluções de padrões e amostras foram estáveis por 24 horas.A fig.2 mostra cromatograma obtido na determinação de MP e PP em cápsulas gelatinosas duras e transparentes.





CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O método cromatográfico desenvolvido demonstrou linearidade,precisão e exatidão para determinação de MP e PP em cápsulas gelatinosas duras e transparentes.A seletividade foi demonstrada pela capacidade do método de separar MP e PP de substâncias estruturalmente relacionadas (etilparabeno,butilparabeno) e do PHBA, seu composto de degradação. As soluções de padrões e amostras foram estáveis por 24 horas. O método é rápido, apenas 13 minutos de análise, e de simples execução, tornando-o o método de escolha para a determinação de parabenos em cápsulas gelatinosas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANSEL, H. C.; POPOVICH, N. G.; ALLEN, L. V. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos, 6ª ed., Editorial Premier: São Paulo, 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Resolução RE nº899, de 29 de maio de 2003.

British Pharmacopoeia, The Stationery Office: London, 2007, vol. I e II.

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JABER, A. M. Y.; AL SHERIFE, H. A.; AL OMARI, M. M.; BADWAN, A. A. 2004. Determination of cetirizine dihydrochloride, related impurities and preservatives in oral solution and tablet dosage forms using HPLC. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 36: 341-350.

KOUNDOURELLIS, J. E.; MALLIOU, E. T.; BROUSSALI, T. A. 2000. High performance liquid chromatographic determination of ambroxol in the presence of different preservatives in pharmaceuticals formulations. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, 23: 469-475.

PRISTA, L.N.; ALVES, A. C.; MORGADO. Tecnologia Farmacêutica. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, v. 2 e 3, 1995.

SONI, M. G.; CARABIN, I. G.; BURDOCK, G. A. 2005. Safety Assessment of esters of p-hydroxybenzoic acid (parabens). Food and Chemical Toxicology, 43: 985-1015.

United States Phamacopeial Convention; Pharmacopeial Forum, Rockville, MD 2007, vol. 30.