ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: ATUAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA NOS ESPORTES – ADVERTÊNCIAS SOBRE AS FORMAS DO USO DE SUBSTÂNCIAS ILÍCITAS NOS ESPORTES

AUTORES: SILVA, A.M. (UECE) ; ALENCAR, P.R.F. (UECE)

RESUMO: O Ensino de Química pode atuar para fazer advertências sobre o uso de substâncias ilícitas por atletas, cada vez mais freqüentes no âmbito esportivo. Espera-se colaborar na informação dos riscos à saúde desses atletas, relacionando as principais substâncias utilizadas. Fez-se um levantamento de dados da literatura que comprovam e amplamente justificam a preocupação com o uso dessas substâncias nos esportes. Através da pesquisa de campo, com opiniões de vários atletas, identificou-se um número bastante elevado dos que são usuários de drogas, que no geral, observou-se que a maioria deles que se dopam não dá importância as conseqüências, que muitas vezes se tornam irreversíveis ou fatais. O doping caracteriza-se hoje como grave problema de saúde pública.

PALAVRAS CHAVES: substâncias ilícitas, doping

INTRODUÇÃO: A conquista pessoal é um fato histórico e inerente ao ser humano. Na área esportiva competitiva, assume, por vezes, aspectos perigosos, pois seu não domínio para conseguir o objetivo da vitória nos transporta para a execução de atos incompatíveis com as regras do desporto. Infringem-se as leis desportivas e, nesse patamar, situa-se o “doping”. Segundo Batista (2006), a história já o demonstrava presente com os chineses, por volta de 1700 a.C., com a efedra, e com os gregos, nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, por volta de 800 a.C., com ervas e fungos. Nos Jogos Olímpicos da Idade Moderna, em 1986, somente efedrina, cocaína e estricnina eram utilizadas como “doping” e exclusivamente por ciclistas. Em 1967, o Comitê Olímpico Internacional (COI) criou a primeira Comissão Médica do COI, presidida pelo Príncipe Alexandre Merode e composta por especialistas em medicina do esporte e toxicologistas. O controle do “doping” passou por diversas fases desde 1968. Somente após os jogos de Los Angeles, em 1984, até os de Barcelona, em 1992,prevalecia o conceito médico, que avaliava cada positivo analítico. Essa rotina gerou as liminares de aceitação notadamente para efedrina, cafeína, morfina, canabis e testosterona, e os resultados dos exames analíticos e do parecer médico são analisados por juristas por meio do Código Médico do COI, sendo a palavra final do Tribunal Superior, que, na maioria das vezes, rejeita a opinião médica. O COI define o “doping” como a utilização de métodos ou substâncias exógenas que visam a influir no aumento do desempenho do atleta durante competições. A dopagem é a detecção de tais substâncias na urina durante os treinamentos ou competições.

MATERIAL E MÉTODOS: Os passos metodológicos deste trabalho constaram inicialmente do levantamento dos dados da literatura sobre as principais substâncias ilícitas utilizadas pelos atletas. Na pesquisa de campo, questionários foram elaborados e aplicados a vários atletas de diversas modalidades de academias, centros esportivos e centros de lazer na cidade de Fortaleza. A presente pesquisa tomou por base o questionamento relacionado com os tipos de drogas mais utilizados pelos atletas de diversas modalidades, com o objetivo de obterem melhor desempenho e desenvolvimento nos esportes bem maior do que de forma natural. Procurou-se também informar as conseqüências de tais drogas e como eles lidam e fazem o acompanhamento médico (quando há) ao utilizarem substâncias ilícitas, o que caracteriza o doping.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A maioria dos atletas que respondeu a pesquisa não são inexperientes, ou seja, são pessoas que já possuem certa vivência no mundo dos esportes. Através dos dados obtidos pode-se constatar que um percentual muito elevado dos atletas pesquisados faz uso de substâncias que os tire de suas condições normais de treino ou competição. Contudo, os que se encontram no percentual “Não” são em quase sua totalidade atletas iniciantes e de pouco convívio com a atividade física. Um percentual significativo de 29,41% mostra que os atletas não conhecem as possíveis conseqüências do doping e nem mesmo se preocupam em conhecer, entretanto, a maioria dos atletas sabem quais são as conseqüências e mesmo assim fazem uso do doping, pois alegam não abrir mão de um corpo bonito. 87% dos atletas entrevistados conhecem outra pessoa que se dopa. Os resultados mostram que 45,88% se dopam porque é uma forma mais fácil de se obter um melhor desempenho nos esportes. Temos 28,23% dos atletas que dizem conseguir ultrapassar seus limites somente com o uso de substâncias ilícitas. De forma decrescente temos 18,82% optarem por usar por obterem melhor estética corporal. Todos os atletas encontram-se satisfeitos ao fazer uso, apesar de um percentual de 35,29% sentirem reações adversas às drogas utilizadas, eles não abdicam das mesmas. Verificamos que um percentual enorme de atletas já sentiu algum efeito colateral por conta do doping e o percentual mais significativo é o de 31,76% que correlaciona os sintomas de palpitações cardíacas fora de suas funções normais com o que os atletas mais utilizam no doping: substâncias estimulantes. Verificamos um percentual de atletas de 54,12% que ainda não resolveram abdicar do doping, pois alegam que ainda não tiveram nenhuma seqüela pelo o uso do mesmo.

CONCLUSÕES: Este trabalho informa as formas do uso de substâncias ilícitas nos esportes por parte dos atletas, com o objetivo de superarem suas próprias capacidades físicas. Sugere-se que o Ensino de Química tenha uma atuação significativa em esclarecer e advertir aos atletas do uso de drogas ilícitas. Observou-se que a maioria dos entrevistados faz uso de substâncias ilícitas com o propósito de obterem melhor desempenho físico e estética corporal, e que muitos não possuem acompanhamento médico, pois desconhecem as possíveis conseqüências para a saúde.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BATISTA, Cláudio A. et al. Drogas lícitas e ilícitas nas academias e no esporte. Disponível em: <http://www.revistasocesp.com.br>. Acesso em: 10 Jun. 2006.
BENTO, Rafael Maia de Almeida. et al. Uso de medicamentos no esporte. Disponível em: <http://www.cob.org.br>. Acesso em: 15 Jun. 2006.
GOMES, Eduardo. FERREIRA, Elaine. Procaína. Muscle In Form. S. Paulo. Ano 5 – Número 28, 52-53, (S/d).
GONÇALVES, Marcelo. OLIVEIRA, Elder S. de. O uso do GH (hormônio do crescimento). Muscle In Form. S. Paulo. Ano 5 – Número 29, 18-22, (S/d).