ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: Estudo e otimização do processo de extração por arraste de vapor de óleo essencial de Eucalyptus Grandis
AUTORES: PETRIKOSKI, A.P. (UTFPR) ; CANZI, E. (UTFPR) ; BARRETO-RODRIGUES, M. (UTFPR)
RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo o estudo e otimização do processo de extração de óleo essencial de biomassa foliar de Eculyptus Grandis para posterior caracterização fitoquímica. Resultados preliminares, utilizando extração por arraste de vapor, indicaram que todas as variáveis experimentais estudadas, incluindo concentração de biomassa (g/L) e tempo de extração (minutos)influenciaram significativamente o rendimento do processo. As condições que geraram o melhor rendimento corresponderam a 25 g/L de biomassa e 120 minutos de extração. As próximas etapas deste trabalho avaliarão o perfil fitoquímico do óleo obtido.
PALAVRAS CHAVES: eucalyptus grandis, óleo essencial e otimização
INTRODUÇÃO: As qualidades anti-sépticas de plantas aromáticas e medicinais vêm sendo reconhecidas desde a antiguidade, tendo os óleos essenciais merecido destaque especial com relação a estas atividades (NAGHETINI, 2006). Os eucaliptos tem uma acentuada produção de folhas, e estas apresentam alto teor de óleos essenciais, principalmente o eucaliptol. O nome eucalipto vem da denominação científica Eucaplyptus, que se refere a plantas da família Myrtaceas, de origem Australiana. Na região sul do Brasil, há concentração de grandes plantios de eucalipto destinadas à produção de celulose ou produção de lâminas. Estas indústrias utilizam em seu plantio, principalmente as espécies Eucaliptus grandis, E. staigeriana e E. saligna, pois se adpataram ao clima e solo da região e têm crescimento rápido (PINHEIRO, 2003).
O óleo de Eucalyptus apresenta as seguintes propriedades terapêuticas: antifúngica, antisséptica, adstringente, antiinflamatória, antibacteriana, cicatrizante e é um desinfetante de grande potencialidade. Pesquisas científicas com as folhas do eucalipto grandis mostraram que ele possui ação inibitória de tumores, atuando como câncer-preventivo. Demonstrou forte ação inibitória do vírus Epstein-Barr, causador de alguns tipos de câncer (linfoma de Burkitt e carcinoma nasofaringeal (CASTRO, 2006).Entretanto, são poucas as pesquisas científicas relacionadas com o óleo de eucalipto, especificamente, E. grandis. Um dos motivos para esta falta de informações pode estar relacionado com o desinteresse em função dos baixos rendimentos de produção de óleo apresentados (da ordem de 1%). Por esta razão, este trabalho tem por objetivo o estudo e otimização da produção de óleo de E. grandis para posterior caracterização fitoquímica para valorização e estudo da exploração comercial do produto.
MATERIAL E MÉTODOS: A extração do óleo essencial de biomassa foliar de E. Grandis foi feita por arraste a vapor utilizando o extrator de clevenger, composto de balão de destilação de 3 Litros, condensador acoplado, manta de aquecimento com controle de temperatura e coletor graduado de óleo essencial. A biomassa foi aquecida no interior do balão, sob a presença de um fluxo de vapor de água deionizada (líquido de arraste), que se mistura aos óleos voláteis, a mistura de vapores, ao passar pelo condensador do sistema resfria-se, condensando-se, de forma que todos os vapores, de água ou óleo, retornem ao estado líquido. O óleo essencial foi separado da água por decantação no coletor graduado e, por possuir menor densidade que a água, ficou na superfície do recipiente.
Biomassa de E. Grandis
A biomassa de E. Grandis foi coletada, processada para obtenção de pedaços de aproximadamente 3 cm, pesada e alocada em extrator clevenger, juntamente com volume conhecido de água destilada. O conjunto foi alocado em manta de aquecimento e submetido ao processo de extração em função do planejameto experimental.
Planejamento Experimental
O planejamento experimental foi conduzido a partir de um estudo multivariado baseado em planejamento fatorial de experimentos com dois fatores experimentais (Tempo e Concentração de biomassa) em dois níveis experimentais e um ponto central em triplicata. Os níveis avaliados para a concentração de biomassa foram 25, 37,5 e 50 g/L e 30, 75 e 120 minutos para o tempo, interagindo em pontos(++),(--), (-+), (+-) e triplicata no ponto zero, considerando o rendimento de óleo como fato
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 ilustra as condições dos ensaios realizados e seus respectivos rendimentos em óleo essencial de E. Grandis obtidos. O maior rendimento foi obtido no ponto (-+), com 25 g/L de biomassa e no tempo de extração de 120 minutos.
Tabela 1. Condições experimentais e rendimentos obtidos na produção de óleo essencial de E. Grandis
De forma geral, os resultados obtidos indicaram também que todos os fatores estudados influenciam significativamente o rendimento, conforme pode ser observado no gráfico de pareto da figura 1. Neste gráfico, os efeitos que excedem a linha vertical foram considerados significativos a um nível de confiança de 95%.
Pode-se avaliar que o nível que teve maior influência no rendimento foi o tempo de extração seguidos pela concentração e pela interação de segunda ordem (concentração X tempo). De forma geral, foi possível concluir que a elevação da concentração de biomassa de 25 para 50 g/L reduz o rendimento de produção de óleo em 0,14 pontos percentuais, enquanto que a elevação do tempo contribui para o rendimento em 0,28 pontos percentuais.
CONCLUSÕES: O melhor rendimento de óleo foi encontrado no nível de menor concentração de biomassa (25 g/L) e de maior tempo (120 min), que foi de 0,664%. Pode-se concluir que a área de contato entre o solvente extrato e a biomassa é importante para o controle do rendimento de óleo.
AGRADECIMENTOS: A Deus
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. NAGHETINI, C. C. Caracterização físico-química e atividade antifúngica dos óleos essenciais da cúrcuma. Faculdade de Farmácia da UFMG. Belo Horizonte, MG, 2006.
2. CASTRO, Nilmar Eduardo Arbex de. Caracterização fitoquímica de óleos essenciais de eucalipto e seu efeito sobre o protozoário tripanosomatídeo (herpetomonas samuelpessoai). Dissertação de Pós-graduação. Universidade Federal de Lavras, 2006.
3. PINHEIRO, Antonio Lelis. Produção de óleos essenciais. 2003
4. Meeting on the Production of Artemisinin and Acts. Arusha, United Republic Of Tanzania. v. 6-7, 2005.
4. GIRARD, Eduardo Aguiar. Volume, biomassa e rendimento de óleos essenciais do craveiro (pimenta pseudocaryophyllus (gomes) landrum) em floresta ombrófila mista. Dissertação de pós-graduação. Universidade Federal do Paraná, 2005.
5. BIZZO, Humberto R.; HOVELL, Ana Maria C. e REZENDE, Claudia M. Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.
