ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: UM KIT DIDÁTICO DE SUBSTÂNCIAS E MISTURAS VOLTADO PARA O ENSINO INCLUSIVO

AUTORES: RESENDE FILHO, J. B. M. (IFPB) ; ANDRADE, L. R. (IFPB) ; SOUSA, K. V. (IFPB)

RESUMO: Este projeto baseado nos anseios da Educação Inclusiva apresenta um kit didático para se trabalhar os conteúdos de Substâncias e Misturas durante as aulas de Química do primeiro ano do Ensino Médio, de forma que atenda a alunos normovisuais e deficientes visuais. O kit foi confeccionado a partir de materiais de fácil acesso, tais como bolas de isopor, palitos de churrasco, papéis de texturas diferentes, etc. Os recursos didáticos foram avaliados por alunos deficientes visuais e normovisuais, os quais afirmaram que estes materiais facilitam a compreensão do respectivo conteúdo de Química.

PALAVRAS CHAVES: educação inclusiva, ensino de química, kit didático.

INTRODUÇÃO: Tendo em vista o ininterrupto crescimento de métodos, estudos e meios para se alcançar os almejados objetivos da Educação Inclusiva, este projeto objetivou elaborar um kit didático adjuntos à escrita braille que compreendesse o conteúdo de Substâncias e Misturas, trabalhado na disciplina Química durante o primeiro ano do Ensino Médio, com o intuito de promover uma melhor aprendizagem para alunos normovisuais e deficientes visuais.
A elaboração desse kit didático para o ensino de Química se denotou acessível a todos os agentes do conhecimento (professores e alunos), visto que para a construção do mesmo são necessários apenas materiais de baixo-custo e de fácil acesso. A interação entre os alunos deficientes visuais e o professor, bem como os demais alunos, se faz de suma importância, visto que a utilização da escrita Braille para a produção dos recursos didáticos é essencial para parte integrante do público-alvo, o que, por conseguinte, denota um quadro de trocas mútuas e construção de conhecimentos.

MATERIAL E MÉTODOS: O kit é constituído por três partes (figura 1): (a) modelos de sistemas e misturas homogêneas e heterogêneas com material elucidativo em braille, (b) gráficos em alto relevo contíguos ao braille e (c e d) sistemas representativos de substâncias puras e misturas a nível molecular.
A primeira parte do kit foi confeccionada com bolas de isopor de diferentes tamanhos e palitos de dente, utilizando-se também tintas de cores claras e escuras para destacar os diferentes átomos em um modelo molecular. O uso de cores claras e escuras é, a priori, para fornecer um maior contraste ao modelo, facilitando a visualização para alunos de baixa visão e para aguçar a atenção dos alunos videntes. As moléculas estão contidas dentro de recipientes, que representam os sistemas a serem analisados. Essa parte do kit permite o professor explorar os conceitos referentes a substâncias puras (simples e compostas) e misturas.
A segunda parte é formada por modelos representativos da homogeneidade e heterogeneidade de sistemas e misturas, utilizando-se, para isso, papéis de diversas texturas. Os sistemas apresentam formato cilíndrico longo, semelhante a forma de um copo (sistema didática e comumente utilizado).
A terceira e última parte do kit é constituída por quatro gráficos em alto relevo, construídos basicamente com palitos de churrasco. Essa parte do kit permite o professor explorar os conceitos referentes à classificação das misturas quanto as suas temperaturas de fusão e ebulição, ou seja, explanação de misturas comuns, eutéticas e azeotrópicas a partir da análise do gráfico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O kit didático de substâncias e misturas (figura 1) é uma ferramenta que busca facilitar a aprendizagem de Química para todos os alunos. Estes recursos permitem que alunos deficientes visuais tenham um nível equitativo de aprendizagem, quando comparado a estudantes normovisuais que dispõem de uma gama de recursos didáticos para melhor compreender o respectivo conteúdo.
A utilização desse recurso também proporciona certa autonomia para os educandos com deficiência visual, pois, a posteriori, possibilita que eles estudem autonomamente sem a necessidade de um professor ou de terceiros, situação semelhante a que ocorre com alunos videntes que podem reforçar seus estudos sem a necessidade da intervenção de outras pessoais, utilizando-se, para isto, recursos educacionais, como, por exemplo, os livros didáticos.
Enfim, a aplicação do kit didático de substâncias e misturas, a execução das aulas auxilia na aprendizagem da disciplina Química para tanto para o aluno portador de deficiência visual como para o aluno normovisual, aumentando seu rendimento escolar, o que pode ser constatado por instrumentos de avaliação. Sob essa perspectiva e sobre os presentes resultados, as novas tecnologias contíguas ao Braille contemplam as concepções presentes na legislação vigorante e apontam para a consolidação dos anseias da Educação Inclusiva.





CONCLUSÕES: Mediante o que foi apresentado anteriormente é notória que a utilização de recursos educacionais contíguos ao braille para se trabalhar os conteúdos de substâncias e misturas facilita a aprendizagem de alunos deficientes visuais, diminuindo as divergências de aprendizagem entre alunos videntes e não-videntes no ensino regular, o que, por conseguinte, converge para a efetivação dos anseios da Educação Inclusiva.

AGRADECIMENTOS: Ao DEPEM/SESu/MEC, ao IFPB, ao professor Dr. Umberto Gomes da Silva Júnior e às amigas Mileide Moreira da Silva e Marcela Moreira da Silva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CERQUEIRA, J.B.; FERREIRA, M. A. Os recursos didáticos na educação especial. Rio de Janeiro: Revista Benjamin Constant, 15. ed., Abril de 2000.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n º 9.394/96, Brasília: DF, 1996.
MASINI, E. F. S. O Perceber e o Relacionar-se do Deficiente Visual – orientando professores especializados. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE, 1994.