ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE ANTICOLINESTERÁSICA E ANTIOXIDANTE DE FRAÇÕES DAS FOLHAS DE Eleutherine plicata HERB

AUTORES: CUNHA, N. R. (UECE) ; PAULA, A. C. (UECE) ; CAVALCANTI, E. S. B. (UECE) ; MOREIRA, L. E. L. (UECE) ; COSTA, S. M. O. (UECE) ; MENEZES, J. E. S. A. (UFC) ; MORAIS, S. M. (UECE)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo estudar o potencial antioxidante e anticolinesterásico dos extratos hexânico, clorofómico, acetato e metanólico das folhas de Eleutherine plicata, utilizando como radical livre o DPPH, na atividade antioxidante. Foram realizados testes fitoquímicos qualitativos para a identificação dos metabólitos secundários presentes nas frações, que apresentaram resultados satisfatórios.

PALAVRAS CHAVES: eleutherine plicata, antioxidante, anticolinesterase.

INTRODUÇÃO: Eleutherine plicata é planta herbácea, rizomática e bulbosa, é comum na Amazônia e popularmente conhecida como marupazinho. O chá da raiz (bulbo) é utilizado na medicina popular no combate de diarréia, desinteria e hemorróidas. Muitas doenças neurodegenerativas são causadas por excesso de radicais livres no organismo, dentre elas a doença de Alzheimer (DA), que está ligada ao fenômeno de envelhecimento cerebral. Os principais sintomas associados a DA envolvem deficiência orgânica cognitiva e, principalmente, perda de memória. Acredita-se que a inibição da enzima acetilcolinesterase (AChE) aumente a concentração de acetilcolina na sinapse, diminuindo ou retardando a progressão dos sintomas da doença. A utilização de diversas plantas para a inibição dos radicais livres tem aumentado satisfatoriamente, pois são nelas que estão presentes os produtos naturais, metabólitos secundários, que estão sendo cada vez mais investigados por conta da sua baixa toxicidade, em relação aos antioxidantes sintéticos. Estudos mostram que a peroxidação lipídica contribui para a progressão da doença e, portanto, impedir essa peroxidação através do uso de antioxidantes, pode ser uma terapia alternativa para o tratamento da DA. Por isso este trabalho mostra a atividade seqüestradora do radical livre DPPH das frações hexânica, clorofómica, acetato e metanólica para tornar possível à associação das propriedades antioxidantes de plantas medicinais contra estes problemas de saúde.

MATERIAL E MÉTODOS: As folhas de Eleutherine plicata foram coletadas no horto de plantas medicinais da Universidade Estadual do Ceará, foram secas a temperatura ambiente por uma semana, após esse período foram imersas em etanol e deixadas por sete dias em uma sala de temperatura ambiente, o extrato obtido foi concentrado em evaporador rotatório, após concentrado o extrato foi submetido a sucessivas lavagens com solventes de polaridade crescente (hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol) e concentrado para obtenção das frações. No método do radical livre DPPH, a eficiência antioxidante é medida à temperatura ambiente e, portanto elimina o risco de degradação térmica das moléculas testadas. A mistura reacional foi feita em várias concentrações (10000, 5000, 1000, 500, 100, 50, 10) ppm e depois colocados 100µL da amostra em tubos de ensaio juntamente com 3,9mL da solução de DPPH na concentração de 6,5x10-5M (Yepez, 2002). Após 60 min, a absorbância foi medida em um espectrofotômetro no comprimento de onda de 515nm, em seguida calculou-se o IV50 (índice de varredura) com auxílio do programa estatístico Origin 7.0. Utilizou-se como padrão positivo a quercetina. No ensaio de inibição da acetilcolinesterase seguiu-se a metodologia de Elmann, adaptada por Rhee et al. (2001),para cromatografia em camada delgada. Neste ensaio, utilizou-se a solução dos reagentes ácido 5,5-ditiobis-2- nitrobenzóico (DTNB), iodeto de acetilcolina (ATCI) em tampão e solução da enzima acetilcolinesterase. O carbachol foi utilizado como padrão positivo. O teste fitoquímico foi realizado de acordo com a metodologia de MATOS, 1997.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 mostra os resultados da atividade antioxidante (IV50), testes fitoquímicos e a inibição da acetilcolinesterase das frações. As atividades antioxidantes foram consideradas satisfatórias para as frações acetato e metanólica, se comparadas ao padrão quercetina (IV50 = 0.23 mg/mL), e para a inibição da AChE as frações acetato e metanólica apresentaram um resultado satisfatório, em comparação ao carbachol, o qual mostrou um halo de inibição de 1,1cm, isso pode ser atribuido a maior variedade de compostos fenólicos presentes nestas frações.



CONCLUSÕES: De acordo com esses resultados, pode-se observar que as frações com compostos secundários fenólicos em sua composição se apresentam como um bom antioxidante além de bons inibidores da AChE, tais resultados descritos neste trabalho estimulam a continuidade dos estudos para avaliar a ação antioxidante e anticolinesterasica de substâncias isoladas das frações acetato e metanólica da espécie Eleutherine plicata.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. Ellman, G. L.; Biochem Pharmacol. 1961, 07, 88.
2. MATOS, F.J.A. Introdução à fitoquímica Experimental, 2 ed, Fortaleza : EdUFC, p. 145,1997. Oliveira Neto, A. R.; Pinto, M. A.; Silva, I. R.; Morais, S. C.; M. L.. Soc. Ecol. Brasil. 2007, 1, 2.
3. Rhee, I. K.; Meent, M. V.; Ingkaninan, K.; Verpoorte, R.; J. Chromatogr., A, 2001, 915, 217.
4. Yepez, B., Espinosa, M., López, S., Bolaños, G. Producing antioxidant fractions from herbaceous matrices by supercritical fluid extraction, Fluid Phase Equilibria, 194-197, 879-884, 2002.