ÁREA: Proquim - Feira de Projetos de Química de Nível Médio

TÍTULO: QUANTIFICAÇÃO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO NOS COMPRIMIDOS DISTRUBUIDOS GRATUITAMENTE NA GRANDE SÃO PAULO POR TITULAÇÃO CLÁSSICA E POTENCIOMÉTRICA

AUTORES: VAZ, C.M.E. (LUMIÈRE) ; SILVA, H.M.D. (LUMIÈRE) ; BORINI, R.Q. (LUMIÈRE) ; TOLEDO, M.B. (LUMIÈRE) ; SANTOS JR, D.D. (LUMIÈRE) ; PALUMBO, M.N. (LUMIÈRE)

RESUMO: O Ácido Acetilsalicílico (AAS), mais conhecido como Aspirina, é um dos remédios mais utilizados, tendo sido comercializado pela primeira vez em 1898¹. Suas funções variam desde tratamento e prevenção de doenças graves a dores.²
Esse experimento tem como objetivo quantificar o AAS contido nos comprimidos distribuídos gratuitamente na Grande São Paulo, através dos métodos de titulação potenciométrica e clássica, criando uma diferenciação metodológica e uma análise de resultados.
Há indícios de que, em alguns lotes analisados, haja alterações no valor nominal do ácido (500mg/comprimido adulto). No lote “A” analisado, o valor encontrado foi de 516mg por comprimido, e no lote “B”, esse valor foi de 487mg. Esses valores sofrem alterações da ordem de ± 2% com a mudança da metodologia.

PALAVRAS CHAVES: aas, titulação, potenciometria

INTRODUÇÃO: O AAS (ácido acetilsalicílico) é um dos medicamentos mais comuns e utilizados em todo o mundo para várias patologias como: Diabetes, Arteriosclerose, Osteoartrite, Síndrome Coronariana Aguda. Previne ataques isquêmicos transitórios, derrames (AVCs), infartos, trombose cerebral e é usado para dores de cabeça e no corpo, inclusive febre.³
Esse projeto tem como objetivo quantificar o AAS presente nos comprimidos, distribuídos pela rede pública e, com isso, saber se o medicamento encontra-se nos padrões adequados para uso.
Uma vez que o padrão não esteja adequado e haja o excesso de ácido, podem ocorrer problemas estomacais como a gastrite, já a baixa concentração do mesmo, pode não atingir a faixa terapêutica e, portanto, não controlar a patologia para qual ele foi prescrito.
Na titulação clássica, faz-se uso do indicador fenolftaleína e há uma variação grande entre a intensidade da cor do indicador em função de uma gota a mais ou a menos. Acredita-se que esse procedimento gera maior incidência de erros, pois depende da perícia do operador.
A titulação potenciométrica apresenta uma obtenção de resultados de forma mais lenta. É necessária a construção de um gráfico que represente a neutralização. A dependência do operador diminui um pouco, pois já não é ele que decide se a neutralização total ocorreu ou não. Essa análise é posterior à observação do gráfico, embora erros experimentais no preparo da solução continuem influenciando no resultado.
Independentemente da técnica adotada, verifica-se que medir é um ato de extrema dificuldade e que depende de métodos de diminuição de margens de erro e constante evolução de conhecimentos. A concentração no trabalho e o rigor no preparo das soluções determinam o sucesso de qualquer um dos procedimentos.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente, destaca-se o preparo da amostra, já que o AAS não é muito solúvel em água em temperatura ambiente. Pesa-se o comprimido de AAS (anotando a massa obtida) e, a seguir, coloca-se no erlenmeyer. Após adicionar cerca de 20 ml de água ao erlenmeyer, agita-se a mistura até que o comprimido se desmanche. Em seguida, adiciona-se cerca de 20 ml de etanol ao erlenmeyer e agita-se para que a mistura seja homogênea.
O procedimento experimental desenvolve-se a partir da utilização de dois métodos de titulação:
Na titulação clássica, adicionam-se 3 a 5 gotas da solução alcoólica de fenolftaleína. Enche-se a bureta com a solução de NaOH, 0,1M padronizada e, a seguir, titula-se a solução no erlenmeyer. Para isto, adiciona-se, lentamente, a solução da bureta àquelas no erlenmeyer até o aparecimento de uma coloração rosada que persista por pelo menos 1 minuto. Anota-se o volume da solução de NaOH gasta para neutralizar o AAS contido na solução no erlenmeyer. Repetindo-se o procedimento várias vezes, calcula-se a média de volume gasto e o teor em massa do ácido acetilsalicílico no comprimido.
No segundo método de titulação, a potenciométrica, os materiais utilizados são basicamente os mesmos da clássica, exceto porque a fenolftaleína é substituída pelo eletrodo de vidro, o que faz com que esse tipo de análise seja mais precisa.
O eletrodo de vidro é introduzido no béquer no início da titulação, em decorrência da adição da solução titulante, ocorre variação no pH que é tabelado para diversas adições de NaOH no processo.
Com a análise da tabela será possível a construção de um gráfico de pH/volume de base utilizado na neutralização do ácido4. Neste gráfico, pode-se observar o pH de neutralização, ao se formar a região característica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Neste experimento, o teor de AAS em um comprimido é determinado através de sua titulação com uma solução padronizada de NaOH. Neste caso a reação é:

C8O2H7COOH(alc*/aq) + NaOH(aq) C8O2H7COONa(aq) + H2O(l)

* o AAS é dissolvido apenas em álcool e, então, faz-se a solução aquosa.

O cálculo do teor de ácido acetilsalicílico no comprimido a partir do volume da solução, já padronizada, de hidróxido de sódio (NaOH) utilizado na titulação (supondo-se que a concentração da solução padronizada de NaOH é de 0,10 mol/L). A partir do volume de NaOH em litros (VNaOH), obtém-se a quantidade da substância que reagiu(NNaOH), isto é:

NNaOH = 0,10 mol/L x VNaOH

A proporção de NaOH para o AAS é 1:1, logo:

NAAS = NNaOH

Então, sabendo que a massa molar do AAS = 180,2 g/mol, calcula-se sua massa no comprimido (MAAS), ou seja:

MAAS = NAAS X 180,2 g/mol

Compara-se, então, o valor obtido com o da faixa terapêutica (500mg por comprimido de AAS adulto)².
Os valores obtidos na titulação clássica encontram-se na figura 1.
Para a titulação potenciométrica o processo será realizado utilizando um eletrodo de vidro que se encontra inserido em um dispositivo chamado caneta medidora de pH, mostrado na figura 2.





CONCLUSÕES: Há indícios de alterações no valor nominal do ácido em alguns lotes.
Na titulação clássica, há controvérsias a respeito da cor da viragem. Obviamente, isto altera o teor obtido quando esse tipo de análise é realizada.
A titulação potenciométrica, dentre as metodologias testadas, mostrou-se a mais confiável, já que subtrai parte da responsabilidade do operador.
O estudo preliminar, realizado nessa etapa, sugere que uma investigação mais detalhada é necessária para a obtenção de resultados mais confiáveis, representativos da realidade encontrada na distribuição desse medicamento.

AGRADECIMENTOS: Professor Marcio N. Palumbo, Professora Sylvia Pizzolato,Dra. Claudia R. Q. Borini e Dra. Cintya X. A. Belaunde pelo apoio incondicional ao projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1- http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/aspirina.html (acessado em 17/06/09)
2- http://www.bulas.med.br/index.pl?C=A&V=66726F6D3D626F78466F6C646572436F6E74656E742666506F737449443D35363033266163743D73686F7752656164436F6D6D656E7473 (acessado em 5 /06/09)
3- http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_acetilsalic%C3%ADlico (acessado em 29/05/09)
4- http://www.cdcc.sc.usp.br/quimica/experimentos/aas.html (acessado em 5/06/09)