ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: TESTES QUALITATIVOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

AUTORES: SOARES, D.X. (UEL) ; PITOLI, A.C.L. (UEL) ; SCARMINIO, I.S. (UEL) ; CARVALHO, W. (UEL)

RESUMO: RESUMO: As plantas vêm sendo muito estudadas tanto para o desenvolvimento de fármacos como o de cosméticos, entre outros. Cada planta apresenta além de substâncias comuns aos seres vivos para sobrevivência, como proteínas e vitaminas, também substâncias particulares a sua sobrevivência e reprodução. Cada planta apresenta um conjunto de metabolitos específicos, que quando identificados avançam os estudos e fornece resultados para direcionar cada pesquisa envolvendo determinada planta. Os testes qualitativos identificam os metabólitos secundários, com baixo custo e pouco tempo. Para a Erythrina speciosa, o spot teste ou testes qualitativos identificaram de forma clara os metabolitos presentes em suas folhas.

PALAVRAS CHAVES: metabólitos secundários, qualitativos

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Há centenas de anos que as plantas e os extratos vegetais têm sido usados na produção de compostos fotoquímicos, que são muito utilizados na preparação de suplementos dietéticos, alimentos funcionais, aditivos alimentares, produtos farmacêuticos, agrícolas e cosméticos. Esta variedade de aplicação pode ser conseqüência da quantidade e da diversidade de metabólitos secundários presentes nas plantas (NKENGFACK et al, 1994).
Os metabólitos secundários agem como mecanismos de autodefesa, para garantir a sobrevivência da planta no ecossistema. Eles também atraem polinizadores e contribuem assim para a perpetuação da espécie. Essas funções desempenhadas pelos metabólitos secundários não são essenciais para as plantas, ao contrário dos metabólitos primários que são indispensáveis a vida e comuns aos seres vivos (DI STAZI, 1996).
As analises qualitativas dos metabólitos secundários nas plantas, podem ser feitas através de SPOT TEST. O spot test aplica-se a reações químicas sensíveis e seletivas em que a principal característica é a manipulação de pequenos volumes da substância desconhecida e do(s) reagente(s). Caso o resultado da reação entre o(s) reagente(s) e a substância desconhecida seja positivo, o produto formado pode ser identificado a olho nu, seja por modificação de cor ou por formação de precipitado. Este método é aplicável tanto para compostos inorgânicos como orgânicos e, em geral, são procedimentos extremamente simples, rápidos e de baixo custo (ZERAIK et AL, 2008).
O objetivo deste trabalho foi a identificação qualitativa de metabólitos secundáriono nas folhas da Erythrina speciosa e em seu extrato envolvendo a mistura de solvente com etanol, diclorometano e hexano.

MATERIAL E MÉTODOS: PARTE EXPERIMENTAL: 1) para identificação de flavonóides pesou-se 1g de folhas de Erythrina speciosa e adicionou-se 9ml de álcool etilico75% ficanco15 minutos no banho ultrassom, filtrou e completou-se o volume para 10 ml de etanol, transferiu-se 2ml dessa solução para cápsula de porcelana, ficando em banho maria até a secura. Eliminou-se a clorofila com clorofórmio e dissolveu-se novamente o resíduo com etanol 70% transferindo para um tubo de ensaio e adicionou-se magnésio metálico em fita vertendo HCl sobre a mistura.
2) para identificação de antraquinona, pesou-se 0,2g de folhas da Erythrina speciosa, em um tubo de ensaio adicionou-se 1ml de NaOH 10% e agitou-se vigorosamente por 2 minutos, adicionou-se mais 1ml de NaOH 10%. A coloração rósea não foi detectada, indicando teste negativo para esse metabolito secundário.
3)para identificação de taninos na Erythrina speciosa, pesou-se 2g de folhas, acrescentou-se 50ml de água destilada. Ficou sobre fervura por 15 minutos. Após esfriar colocou-se quatro gotas de FeCl 3 a 1% metanol.
Foram preparadas soluções a 1% de NH4Cl, AlCl3 e Na2CO3 e extratos da Erythrina speciosa com a mistura de solventes: etanol, diclorometano e acetona. Em placas, foram colocadas cinco gotas de cada reagente em seguida cinco gotas do extrato da planta. Cada cor visualizada com os três reagentes corresponde à identificação dos metabolitos secundários como a isoflavona, catequinas e flavonas.
Para identificar a presença de alcalóides foi usado o reagente de Dragendorff, preparado dissolvendo-se 1,7g de nitrato de bismuto(III) e 20g de acido tartárico em 80mL de água. Uma solução B foi preparada dissolvendo-se 16g de iodeto de potássio em 40 mL de água. Partes iguais das duas soluções foram misturadas para obtenção do reagente de Dragendorff.
Para identificação de compostos fenólicos foi utilizado solução de cloreto de ferro a 10%. Colocou-se cinco gotas do extrato com cinco gotas dessa solução.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os testes realizados com as folhas da Erythrina speciosa para identificação qualitativa de metabólitos secundários mostrou-se eficaz na obtenção de resultados positivos conforme está presente na literatura sobre os estudos dessa planta.
No primeiro teste para identificação de flavonóides, foi apresentada uma coloração avermelhada, o que representa que o teste foi positivo para esse metabólito.
No segundo teste para identificação de atraquinona nenhuma alteração na cor do extrato foi apresentada, portanto o resultado para este metabólito secundário é negativo.
No terceiro teste a coloração azul indicaria a presença de taninos na planta, mas não houve alteração na cor do extrato após realização do teste.
Nos testes com soluções de NH4Cl, AlCl3 e Na2CO3, indicaram a presença de isoflavonas e flavonas na plantas, pois houve desaparecimento da cor esverdeado do extrato.
No teste de alcalóides, um precipitado vermelho-alaranjado foi observado evidenciando a presença desse metabólito secundário na planta.
Para compostos fenólicos não houve mudança na cor, portanto não há evidencia da presença desse composto na planta.
Todos os testes tiveram as fotografias tiradas imediatamente após realização dos testes e foram aguardados um intervalo de tempo e foram retiradas as fotos novamente de cada teste. O resultado colorimétrico da identificação de alcoloides pode ser vista claramente na figura 1, que contém uma triplicata da identificação desse metabólito secundario.





CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Os testes qualitativos mostraram-se eficaz na identificação dos metabólitos secundários, podendo ser usados para direcionar os estudos da Erythrina speciosa de acordo com cada necessidade, podendo ser dado enfoque apenas para cada metabólito de acordo com as funções que cada um exerce na planta e fora dela. A Erythrina speciosa mostrou-se rica em alcalóides devido à intensidade da cor formada e do precipitado apresentado, podendo ser útil nos estudos desse metabólito secundário.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: A CAPES pelo apoio financeiro

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Di Stazi, LUIZ CLÁUDIO, Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. Luiz Claudio Di Stazi organizador. - São Paulo: Editora UNESP, 1996, 230.
ZERAIK, ANA ELIZA; SOUZA, FERNANDA SANT'ANA DE; FATIBELLO-FILHO, ORLANDO AND LEITE, OLDAIR D.. Desenvolvimento de um spot test para o monitoramento da atividade da peroxidase em um procedimento de purificação. Quím. Nova [online]. 2008, vol.31, n.4, pp. 731-734. ISSN 0100-4042.
NKENGFACK, A. E.; KOUAM, J.; VOUFFO, T. W.; MEYER, M.; TEMPESTA,M. S.; FOMUM, Z. T.; Phytochemistry 1994, 35, 521.