ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS PRESENTES NA ESPÉCIE VEGETAL Origanum majorana L .

AUTORES: ALVES, J.N. (UFU) ; MELO, P.G. (UFU) ; BARBOSA, C.S. (UFU) ; MAIA, F.M. (UFU) ; SANTOS, D.Q. (UFU) ; HERNANDEZ-TERRONES, M.G. (UFU)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo apresentar os resultados obtidos da identificação dos metabólitos secundários do extrato de Origanum majorana L, utilizando a cromatografia em camada delgada e o uso de luz ultravioleta, com reveladores apropriados. Observou-se que esta planta, possui compostos aleloquímicos que são responsáveis pelo seu efeito fitotóxico no crescimento sobre a espécie daninha Panicum maximum. Portanto, o extrato O. majorana pode vir a tornar-se uma fonte de herbicidas naturais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável nas atividades agrícolas, pois substitui os herbicidas sintéticos, sendo estes, grandes causadores de impactos ambientais.

PALAVRAS CHAVES: herbicidas naturais, aleloquímicos, metabólitos secundários.

INTRODUÇÃO: Os metabolismos secundários são substâncias que geralmente não estão envolvidas em funções vitais das plantas, geralmente não fazem parte do metabolismo básico e possuem características químicas muito variadas e às vezes bem complexa. Ao contrário das substâncias do metabolismo primário, que fazem parte da atividade celular de praticamente todos os seres vivos, desde os organismos unicelulares até o homem (ALVES, 2009; WAGNER, 1984). As plantas têm seu próprio mecanismo de defesa e os aleloquímicos são, de fato, herbicidas naturais. Os aleloquímicos isolados de plantas ou microorganismos são uma fonte potencial para modelos de novos tipos estruturais de herbicidas. Estes herbicidas naturais podem ser mais específicos com novos modos de ação e de maior potencial que aqueles usados atualmente na agricultura. Assim, o uso de aleloquímicos como herbicidas, naturais ou modificados, é uma das técnicas, envolvendo alelopatia, que tem sido sugerida para eliminar plantas daninhas (BAGHESTANI, 1999). As principais classes de metabólitos secundários são: flavonóides, alcalóides, cumarinas, agliconas, antraquinônicas, triterpenos e/ou esteróides, saponinas, polifenóis e taninos.
A planta analisada foi a Origanum majorana L. constitui uma herbácea aromática da família das labiadas usada na culinária, com propriedades medicinais, bactericidas e antifúngicas. Por tratar-se de uma espécie onde encontram-se compostos conhecidos por sua ação alelopática sobre o crescimento de P. maximum, como os terpenos e compostos fenólicos, encontrados em seu óleo essencial, foram realizados estudos quanto ao seu potencial herbicida.


MATERIAL E MÉTODOS: Os extratos foram obtidos da parte aérea, caule e raiz de Origanum majorana L. , separadamente, caracterizando cada amostra segundo a metodologia de WAGNER e ZGAINSKI, identificou-se os metabólitos secundários, através de testes específicos, os filtrados obtidos foram aplicados sobre a cromatografia de camada delgada, utilizando para identificação luz ultravioleta em 254 e 365nm e reveladores característicos. Para identificação de flavonóides, o material foi extraído com 5 ml de MeOH. O filtrado obtido foi então analisado por cromatografia de camada delgada. Procedeu-se a eluição com AcOEt/ ácido fórmico/ HOAcEm solução etanólica de AlCl3 5%. Na identificação de alcalóides, o material foi misturado com 1 ml de solução de NH4OH 10% e, então, extraído. A 60°C com 5 ml de MeOH. Utilizou-se o filtrado para ccd, aplicado em placas de sílica gel, eluídas com tolueno/ ACOEt/ dietilamina.Para detectar cumarinas, o material. foi extraído sob refluxo, com 10 mL de CH2Cl2. O filtrado foi então evaporado até a secura e o resíduo dissolvido em 1 mL de tolueno. A solução obtida foi aplicada em placas de sílica gel com:1°) tolueno: éter(1:1) saturado com HOAc 10% aq.Para detectar presença de saponinas, material foi extraído com 5 mL de MeOH. O filtrado foi reduzido até 1 mL e misturados com 0,5 mL de H2O e , então, extraído com 3 mL de butanol, utilizando como eluentes CHCl3/MeOH/H2O.Na identificação de polifenóis e taninos: O material foi extraído com 5 mL de MeOH, eluindo-se com hexano/ AcOEt e tolueno/ butanol/ HOAc/ H2O. Angliconas antraquinônicas: Após extração de material com 5 mL de MeOH, o extrato foi aplicado em placas de sílica gel, procedendo-se a eluição com AcOEt/ MeOH/ H2O. Para esteróides e triterpenos, 2 g do material. foram extraídos com 20 ml de CHCl3/HOAc (99;1).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A identificação dos metabótitos secundários foi realizada a partir de testes específicos, utilizando a cromatografia de camada delgada e soluções reveladoras específicas a cada ensaio (MACIAS, 1999). Conforme a tabela 1 comprova-se a presença de flavonóides, agliconas antraquinônicas, triterpenos, esteróides, polifenóis nos extratos de folha, caule e raiz de Origanum majorana L. A classe de alcalóides e taninos foi encontrada no extrato de folha e caule e ausente no da raiz. Já a cumarinas e saponinas estam ausentes em todos os extratos desta planta.




CONCLUSÕES: A partir dos ensaios de identificação dos metabólitos secundários, dos extratos da folha, caule e raiz de Origanum. majorana L, pode-se concluir que tal planta apresenta uma série compostos responsáveis pelo efeito aleloquímico, e dentre estes, destaca-se os extratos da folha e caule, em que sobressaíram na quantidade de metabólitos secundários presentes em relação a raiz.Além disso, testes prévios de avaliação do potencial herbicida realizados em ensaios in vitro, comprovaram o efeito alelopático inibitório sobre a erva daninha P. maximum, sendo portando uma grande alternativa de herbicida

AGRADECIMENTOS: FAPEMIG,IQUFU

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1 ALVES, J. N. Caracterização dos Extratos de Origanum majorana L. na inibição de Panicum maximum. 2009. 102f. Dissertação de Mestrado – Instituto de Química, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2009.


2BAGHESTANI, A.; LEMIEUX, C.; LEROUX, G.; BAZIRAMAKENGA, R. Determination of Allelochemicals in spring cereal cultivars of different competitiveness. Weed Science, v.47, 1999, p. 498-507.


3MACIAS, F.; MOLINILLO, J.; GALINDO, J.; VARELA, R.; TORRES, A.; SIMONET, A. Terpenoids with potential use as natural herbicide templates. In: CUTLER, H.; CUTLER, S. Biologically active natural products: rochemicals. London: CRC Press, 1999, p.15-31.

4WAGNER S.B.H., ZGAINSKI E.M., Plant Drug analysis; Springer-Verlag Berlin Heidelberg, New YorK Tokyo, 1984