ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A HISTÓRIA DOS UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO: ELABORAÇÃO DE UM MATERIAL DIDÁTICO PARA ENSINO DE QUÍMICA EXPERIMENTAL

AUTORES: MORAIS, B. D. M. (UFPE) ; NAVARRO, D. M. A. F. (UFPE) ; SILVA, F. F. (UFPE)

RESUMO: RESUMO: O trabalho teve por objetivo à construção de um material bibliográfico que poderá ser utilizado no ensino dos utensílios de laboratório associando-os a seus inventores, dentre o universo de vidrarias encontradas, escolheram-se cinco utensílios considerando a relevância da mesma dentro do ensino da Química Experimental, foram escolhidos o Bico de Bunsen, Condensador de Liebig, Béquer, Erlenmeyer e Funil de Buchner. Em seguida, investigou-se o histórico do cientista em questão destacando seus principais trabalhos bem como suas contribuições não só para a Química Experimental, mas para a Ciência em si. O material gerado possui informações diversas sobre alguns utensílios utilizados em laboratório, além da vida e a obra dos cientistas que os inventaram.

PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: utensílios de laboratórios; história dos cientistas;

INTRODUÇÃO: Os professores em vários níveis ainda encontram muitas dificuldades e desafios, não só no ensino de Química mais na Ciência em geral1. Certamente, parte dessa problemática está ligada com a não correlação dos assuntos abordados com o cotidiano vivenciado pelos alunos, se restringindo a utilização de metodologias que favorecem a memorização dos conteúdos1. Apesar da facilidade em encontrar fenômenos de natureza química e todo o progresso ocorrido nesta ciência, ainda observamos que a maioria dos alunos de química possui dificuldades na abstração dos conceitos expostos durante as aulas2.
Dentro este contexto, tem sido desenvolvido várias técnicas para reverter este cenário e tornar o ensino de química mais dinâmico. Não só a experimentação e a associação da química com o cotidiano são destaques de estratégias para o ensino de química3, mas outras ferramentas motivacionais são propostas para o ensino de química4-7. Estes esforços visam obter uma maior compreensão e aceitação da disciplina de química pelos alunos, além de estarmos exercendo nosso papel profissional de estimularmos a educação3. Ainda no universo destas ferramentas motivacionais, a História da Química tem sido extremamente valiosa como agente facilitador na aprendizagem8.
Propomos neste trabalho, utilizar a História da Química como ferramenta de ensino e motivação em Química Experimental, tendo em vista a importância deste tema dentro da Química. O trabalho visa mais especificamente os utensílios de laboratório que em sua maioria, são apresentados apenas de maneira expositiva, preocupando-se em mostrar seu formato e a utilidade8. Portanto, o objetivo do trabalho foi à construção de um material bibliográfico que poderá ser utilizado no ensino dos utensílios de laboratório associando-os a seus inventores.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, realizou-se uma pesquisa na literatura a respeito de vidrarias utilizadas em laboratórios selecionando-se as que estivessem diretamente relacionadas com químicos experimentais. Dentre o universo de vidrarias encontradas, escolheram-se cinco utensílios de laboratório levando-se em consideração a relevância da mesma dentro do ensino da Química Experimental, sendo elas: Bico de Bunsen, Condensador de Liebig, Béquer, Erlenmeyer e Funil de Buchner.
Como etapa seguinte, investigou-se o histórico do cientista em questão destacando seus principais trabalhos bem como suas contribuições não só para a Química Experimental, mas também para a Ciência de um modo mais geral. Como ponto principal, procurou-se encontrar as correlações dos trabalhos dos cientistas com suas invenções, destacando o papel da investigação experimental no desenvolvimento de aparatos de laboratório.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os utensílios pesquisados foram “o Béquer, Bico de Bunsen, Funil de Buchner, Condensador de Liebig, Erlenmeyer” e respectivamente seus inventores. Tais utensílios foram escolhidos por estarem presentes na maioria dos laboratórios e rotinas experimentais.
A partir dos resultados obtidos, evidenciamos que algumas das vidrarias mencionadas, não foram criadas pelos cientistas que lhe atribuem nome, como exemplo temos o Condensador de Liebig, o qual foi elaborado pelo cientista Friedrich Mohr9, e apenas adaptado e divulgado por Liebig.
Verificamos a utilização errônea da locução “copo de Becker (ou Becher)”, pois a palavra Becker (escrita de diversas maneiras dependendo do país), significa “copo”, e esta associação remete a ligação do utensílio ao cientista Johann J. Becher, que não criou este utensílio de laboratório, diferentemente de Emil Erlenmeyer inventor do Erlenmeyer10.
Constatamos que um utensílio de grande importância para a história da filtração à vácuo, o Funil de Buchner foi o último dos diversos modelos de funis desenvolvidos para otimizar a adaptação da filtração industrial para pequenas escalas11.
Além de verificarmos fatos curiosos sobre a evolução das vidrarias, as contribuições para a divulgação da invenção, as histórias de dedicação de seus criadores para a elaboração das mesmas, e os demais utensílios e equipamentos que o cientista criou em paralelo ao que ganhou destaque, como exemplo temos o cientista Bunsen, o qual não foi o criador apenas do famoso “Bico de Bunsen”, mas também inventou calorímetros de gelo e vapor, pilha para a preparação eletrolítica de metais, entre outros12.


CONCLUSÕES: O material gerado possui informações diversas sobre alguns utensílios utilizados em laboratório. Entende-se que esta base biográfica é, portanto valiosa para os professores ensinarem química experimental, onde tais utensílios, que antes em sua maioria eram fisicamente apresentados e enfatizados apenas para que “serve”, agora podem ganhar uma dimensionalidade maior proporcionando um ensino mais completo. Assim, não teremos apenas informações de utilização, mas entendendo o contexto histórico-científico onde aquele determinado utensílio foi concebido, estimulando o real aprendizado dos assuntos.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: A Coca-Cola e ao PIBID/CAPES.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. SÁ, Odete Oliveira; WARTHA, Edson José. Fazendo Arte através da Química. XIII Seminário de Iniciação Científica e 9° Semana de Pesquisa e Pós-Graduação da UESC, 2007.
2. MARQUES, André L.; ALVES, Aline J. V.; SILVA, Ana Flávia G. M.; MORAIS, Lorraine M.; GUIMARÃES, Pâmela G; LIMA, Jocasta M.; RIBEIRO, Fernanda B.; SANTOS, Leidimar A. M.; MEDEIROS, Elizane S.; FRANCO, Vânia A. A Importância de aulas práticas no ensino de química para melhor compreensão e abstração de conceitos químicos. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), UFPR – 21 a 24 de Julho de 2008.
3. ZUCCO, Cesar; PESSINE, Francisco. B. T; ANDRADE, Jailson B. Diretrizes Curriculares para os cursos de Química. Química Nova, n° 22, 1999.
4. ARROIO, Agnaldo; HONÓRIO, Káthia M.; WEBER, Karen C.; MELLO, Paula; GAMBARDELLA, Maria T. P.; SILVA, Albérico B. F. O Show da Química: Motivando o Interesse Científico. Química Nova, Vol. 29, N° 1, 2006.
5. BARRO, M. Roberto; FERREIRA, J. Queiroz; QUEIROZ, Salete Linhares. Blogs: Aplicação a Educação em Química. Química Nova na Escola, n° 30. NOVEMBRO 2008.
6. FREITAS, Karina Batista; CORREIA, Paula Rogério Miranda. Atividades Colaborativas no Orkut como Motivação para a Aprendizagem de Conceitos de Química. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), UFPR – 21 a 24 de Julho de 2008.
7. SILVA, L. Tavares; FIDÉLIS, H. Tirone; BARROS, M. Aparecida; ALMEIDA, J. M. da Silva; NETO, Valdecy I. Costa; FREITAS, L. V. Oliveira; ROCHA, N. R. A. Felipe.; SANTOS, L. Cândida; SANTOS, A. Flávia; MARQUES, A. Luís. A Utilização de Jogos na Avaliação da Aprendizagem. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), UFPR – 21 a 24 de Julho de 2008.
8. SILVA, Fausthon Fred et al. A História da Química como Elemento Motivador nas Aulas de Química Experimental. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), UFPR – 21 a 24 de Julho de 2008.
9. FARIAS, Robson Fernandes. Para Gostar de Ler a História da Química. Volume 1. Editora Átomo. Campinas – SP, 2003. pág.19-25; 45-48.
10. PORTO, P. Alves; VANIN, J. Atilio. “Copo de Becker” e “Terra de Fuller”, Dois Erros Correntes na Nomenclatura Química do Brasil. Química Nova, 1993.
11. JENSEN, William B. The Origins of the Hirsch and Bϋchner Vacuum Filtration Funnels. Journal Chemical Education, Vol. 83, n° 9. SETEMBRO 2006.
12. GLEISBERG, Rubens. Os cientistas: A grande Aventura da Descoberta Científica (Bunsen). Editora Abril S. A. Cultural e Industrial, São Paulo – Brasil,1972.