ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Avaliação da atividade antifúngica de extratos de Myracrodruon urundeuva Fr. All Allemao e Schinus terebinthifolius Raddi em Candida albicans e tropicalis

AUTORES: OLIVEIRA, C. S. C. (UFBA) ; GOMES JUNIOR, R. A (FIOCRUZ - BA) ; RIBEIRO, P. R. (UFBA) ; ALMEIDA, M.C. (FIOCRUZ-BA) ; VANNIER, M. A. S. ( FIOCRUZ-BA) ; DE CASTRO, R.D. (UFBA ) ; FERNANDEZ, L.G. (UFBA)

RESUMO: RESUMO: Este trabalho objetivou analisar a atividade antimicrobiana de extratos etanólicos de caule, casca, folha e sementes de Myracrodruon urundeuva-Aroeira Preta e Schinus terebinthifolius-Aroeira Vermelha em cepas de Candida albicans e Candida tropicalis sensíveis e resistentes a fluconazol. Os extratos preparados com etanol a 96% foram utilizados para realizar micro diluições seriadas em placas incubadas a 37 °C ± 2 por 24 h., posterior avaliação visual e contagem de células em câmara de neubauer. Os extratos das sementes de ambas as espécies não apresentaram atividade nas cepas avaliadas. O extrato de casca da aroeira preta apresentou melhor atividade contra os fungos estudados, tendo maior inibição com 50% de crescimento (IC50=14,39 µg/mL) em C. albicans ATCC 18804.

PALAVRAS CHAVES: palavras- chaves: aroeira preta, aroeira vermelha, atividade antimicrobiana.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O Brasil é considerado o país que apresenta maior diversidade genética vegetal do mundo, representando 20 a 22% do total (SANDES & DI BIASI, 2000) com 170 á 210 mil espécies (PIRES, 1999; PINTO et al., 2002). Apresenta espécies úteis ou potencialmente úteis ao homem, que vem contribuindo para o avanço da agricultura, da indústria de medicamentos, alimentícias, dentre outras (BRITO 2003).A flora brasileira tem sido utilizada direta ou indiretamente para o desenvolvimento e a síntese de um grande número de fármacos, pois apresentam grande variedade de biocompostos que conferem as espécies propriedades naturais e biologicamente ativas contra os mais diversos males (RAUHA et al., 2000). Nos últimos anos, a resistência de microorganismos patogênicos a múltiplas drogas tem aumentado devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, comumente comercializados e usados no tratamento de doenças infecciosas. Os vegetais são uma excelente fonte de busca de novas drogas antimicrobianas, tendo em vista que a diversidade molecular dos biocompostos é muito superior àquela derivada da síntese química (NOVAIS, T.S. et al , 2003).Das plantas medicinais utilizadas na região nordeste,algumas já foram selecionadas e tiveram seu uso analisado e comprovado cientificamente, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os cremes vaginais de aroeira preta têm sido usados com sucesso no tratamento de cervicovaginite (BARATA 2003). Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar a atividade antimicrobiana de extratos etanólicos de caule, casca, folha e sementes de Myracrodruon urundeuva Allemao (Aroeira Preta) e Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira Vermelha) em cepas de Candida albicans e Candida tropicalis sensíveis e resistentes a fluconazol.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: Após a coleta das partes botânicas das duas espécies, as amostras foram secas em estufa a ±105°C até peso constante de acordo com a metodologia proposta nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Os extratos das amostras de caule, casca, folha e sementes de M. urundeuva e S. terebinthifolius foram preparados com etanol a 96% e auxilio do Soxhlet e rotaevaporador. As cepas de Candida albicans ATCC18804, Candida albicans fluconazol sensível dose dependente, Candida tropicalis fluconazol sensível e Candida tropicalis fluconazol resistente foram cedidas pelo Banco de Microorganismos do Laboratório de Biomorfologia Parasitária e Microscopia Eletrônica (LBP) da FIOCRUZ-BA. Os experimentos de microdiluição em placas de 96 poços foram realizados de acordo às normas do “Clinical and Laboratory Standards Institute” (CLSI). A susceptibilidade das cepas, após 24 horas de cultivo foi avaliada através da análise visual do crescimento das colônias em cada um dos poços, tomando-se como referência a concentração em que houve a sua completa inibição, e confirmada pela contagem das células utilizando Câmara de Neubauer.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados descritos na tabela 1 indicam que os extratos etanólicos da casca da aroeira preta foram o que apresentaram melhor atividade contra os fungos estudados, tendo maior inibição em C. albicans fluconazol sensível dose dependente, para a concentração de 15,63 µg/mL de extrato. Os extratos de sementes de ambas as espécies não apresentaram efeito contra as cepas avaliadas. Os extratos das folhas inibiram significativamente o crescimento de Candida albicans ATCC18804. Análise semelhante foi realizada com extrato alcoólico dos frutos da S. terebenthifolius que também apresentaram efeito inibitório às cepas de Staphylococcus aureus ATCC 6538 e do Bacillus cereus ATCC 11778 (DEGÁSPARI, C. H. et al., 2005).

O extrato da casca de aroeira preta teve efeito fungicida em C. albicans ATCC 18804 com inibição de 50% de seu crescimento (IC50=14,39 µg/mL), enquanto que o extrato etanólico do caule promoveu inibição do crescimento correspondendo a um IC50=18,70 µg/mL e o da folha de IC50=20,60 µg/mL (figura 1). Os extratos da casca e caule da M. urundeuva inibiram os fungos resistentes a fluconazol em distintas concentrações. O extrato da casca de aroeira vermelha apresentou poder inibitório em concentrações variando entre 31,25 µg/mL á 250 µg/mL de extrato, em todos os fungos analisados, conforme apresentado na tabela 1. Estes resultados corroboram com os encontrados por Petkowicz e colaboradores (2009), para outros microrganismos, quando utilizaram extratos hidroalcoolicos de S. terebinthifolius e verificaram atividade inibidora significativa para Staphylococcus aureus, porém reduzida atividade sobre as cepas de Pseudomonas aeruginosa e Escherichia coli.





CONCLUSÕES: CONCLUSÕES:Os extratos etanólicos de casca e caule de M. urundeuva produziram um efeito antifúngico nas espécies de candidas analisadas, enquanto que os extratos de folha inibiram apenas a C. albicans ATCC. Os de caule e folha de S. terebenthifolius inibiram o crescimento de C. albicans ATCC e não inibiram o de C. tropicalis, entretanto o extrato de casca teve efeito antifúngico sob todos os microorganismos estudados.Os extratos de sementes não apresentaram atividade sob as cepas testadas. Conclui-se que estas espécies têm potencial biotecnológico para estudos visando à produção de fitofármaco

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: CNPq e RENORBIO pelas bolsas do projeto de nº 54839/2006-7, Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz/ FIOCRUZ-Ba e Universidade Federal da Bahia (UFBA)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARATA, GERMANA. Medicina popular obtém reconhecimento científico. Cienc. Cult. [online]. 2003, v. 55, n. 1, pp. 12-12. ISSN 0009-6725. BRITO M. A. A estratégia de conservação in situ (unidades de conservação) e a conservação de plantas medicinais. 2003. DEGÁSPARI, C.H., WASZCZYNSKYJ, N., PRADO, M.R.M,.-Atividade Antimicrobiana de Schinus terebenthifolius Raddi; Ciências Agro técnica, Lavras, v. 29, n. 3, p. 617-622, maio/jun., 2005 . NOVAIS, T.S, COSTA, J.F.O., DAVID, J.P.L., DAVID, J.M.,QUEIROZ, L.P. FRANÇA, F., GIULIETTI, A.M., SOARES, M.B.P., SANTOS, R.R.; Atividade antibacteriana em alguns nextratos de vegetais do semi-árido brasileiro. Revista. Brasileira de. Farmacognosia, v. 14, supl., p. 05-08, 2003. PETKOWICZ, V.A.;LERMEN,C.,MALAVOLTA,J.L.;SOUTO,A.A., FLORES,A.C. 1 BLANCO,R.F.-Atividade Antimicrobiana e Potencial Antioxidante do Óleo Essencial da Schinus molle l. Extraído por Hidrodestilação. 32a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2009. PINTO, A. C. Produtos naturais: atualidade, desafios e perspectivas. Química Nova, vol.25, supl. 1, 45-61, 2002. RAUHA, J. P. Antimicrobial effects of finish plant extracts containing flavonóides and other phenolic compounds. International Journal of Food Microbiology, Amsterdam, v. 56, n. 1, p. 3-12, 2000. PIRES, M. O. Cerrado: sociedade e biodiversidade. In: IORIS, E. Plantas Medicinais do Cerrado: Perspectivas Comunitárias para a Saúde, o meio Ambiente e o Meio Sustentável. Anais do Workshop Plantas Medicinais do Cerrado. Mineiros: GO, 1999. 260p. SANDES, A. R. R.; DI BIASI, G. Biodiversidade e diversidade Química e genética. In: Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, Uberlandia, Ano 2, n. 13, p. 28-32, 2000.