ÁREA: Alimentos

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE MELÃO CANTALOUPE DURANTE ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

AUTORES: OLIVEIRA, T. A. (UFERSA) ; AROUCHA, E. M. M. (UFERSA) ; FERREIRA. R. M. A. (UFERSA) ; SILVA L. T. (UFERSA) ; FERNANDES. P. L. O. (UFERSA) ; COSTA L. N. (UFERSA) ; MAIA. P. M. E. (UFERSA)

RESUMO: o presente trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade e vida útil pós-colheita do
melão Cantaloupe armazenado sob duas temperaturas. O delineamento foi o inteiramente
casualizado em esquema fatorial 2 x 4 , sendo duas temperaturas (5 e 10 ºC) e quatro
períodos de armazenamento (0, 7+3, 14+3 e 21+3). Foram utilizadas dez repetições com um
fruto por repetição. Foram realizadas as seguintes análises físico-químicas: teor de
sólidos solúveis, acidez titulável e relação SS/AT. Os dados foram submetidos à análise
de variância e teste de Tukey (p<0,05). Ao longo do armazenamento houve incremento na
acidez titulável e decréscimo na relação SS/AT e sólidos solúveis. A temperatura de 5
ºC foi um pouco mais eficiente que a temperatura de 10 ºC na conservação da qualidade
pós-colheita de frutos

PALAVRAS CHAVES: cucumis melo l. sólidos solúveis. acidez titulável

INTRODUÇÃO: O melão (Cucumis melo L.) é uma das hortaliças mais importantes no mundo. É uma
cultura de grande expressão econômica para a região semi-árida do Nordeste
brasileiro, onde é cultivada com alto nível tecnológico e a produção é destinada para
a exportação (SENHOR et al, 2009). O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais
de frutas. No ano de 2007, o Brasil ocupou o segundo lugar entre os países
exportadores de melão, com uma produção de 204.502 toneladas com valor de US$
128.214.000 (FAOSTAT, 2010). O Rio Grande do Norte destaca-se como estado produtor,
perdendo apenas para o Ceará. Em 2008, o Rio Grande do Norte produziu 100.584
toneladas de melão, o que correspondeu a 32% da produção total do país (IBGE, 2010).
As empresas produtoras de sementes lançam anualmente grande número de novos híbridos.
Todavia, a adoção de qualquer um desses híbridos sem prévia avaliação da qualidade da
vida útil pós-colheita pode comprometer o comércio com o mercado externo, uma vez que
o consumidor europeu é extremamente exigente na qualidade das frutas consumidas
(NUNES et al, 2005). Tendo em vista que é necessário o conhecimento da qualidade e do
comportamento pós-colheita de novos híbridos para sua introdução em plantios
comerciais, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade e vida útil
pós-colheita do híbrido ‘Glamur’ armazenado sob duas temperaturas.

MATERIAL E MÉTODOS: Neste experimento foram utilizados melões cantaloupe híbrido ‘Glamour’ produzidos no
Agropolo Assu-Mossoró-RN. Ao atingirem a maturidade fisiológica, os melões foram
colhidos e transportados para o Laboratório de Pós-Colheita da UFERSA, onde foram
caracterizados físico-quimicamente e sensorialmente. Para as análises físico-
químicas, os frutos foram previamente caracterizados e logo em seguida foram
armazenados por 21 dias em câmaras frias com 5 e 10 e 90±2% UR. Aos 7, 14 e 21 dias
de armazenamento foram retirados 10 frutos de cada câmara e levados para outra câmara
de 20 ºC onde permaneceram por 3 dias para simular as condições da gôndola do
supermercado. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema
fatorial 2 x 4, sendo duas temperaturas (5 e 10 ºC) e quatro períodos de
armazenamento (0, 7+3, 14+3 e 21+3). Foram utilizadas dez repetições com um fruto por
repetição. Após cada período de armazenamento os frutos foram avaliados quanto ao
teor de sólidos solúveis, acidez titulável e relação SS/AT. O teor de sólidos
solúveis foi determinado com auxílio de refratômetro digital (%); a acidez titulável
foi determinada por titulação com NaOH (mEq/100 mL). A relação SS/AT foi obtida
através da relação entre o teor de sólidos solúveis e a acidez titulável.Os dados
foram submetidos à análise de variância; os níveis do fator qualitativo (temperatura)
foram comparados pelo teste de Tukey, enquanto para o fator quantitativo (tempo),
procedeu-se o ajustamento de modelos de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através dos resultados podemos observar que houve efeito significativo para a
interação dos fatores (temperatura e tempo) para acidez titulável e relação SS/AT.
Para teor de sólidos solúveis foi detectado efeito isolado para o fator período de
armazenamento. Houve leve incremento na acidez titulável em ambas as temperaturas ao
longo do armazenamento, exceto para os frutos armazenados à 10 ºC que apresentaram
redução da acidez titulável após 17 dias de armazenamento. Observa-se ainda que a
acidez titulável foi maior nos frutos mantidos na temperatura de 10 ºC ao longo do
armazenamento, exceto aos 24 dias, quando a acidez titulável foi maior nos frutos
armazenados à temperatura de 5 ºC. O mais comum a ocorrer durante o amadurecimento
das frutas é a perda da acidez, mas em alguns casos, há um pequeno aumento nos
valores com o avanço da maturação (CHITARRA & CHITARRA, 2005). A relação entre os
sólidos solúveis e a acidez titulável (relação SS/AT) é utilizada como critério de
avaliação do sabor (CHITARRA & CHITARRA, 2005). No híbrido analisado, detectou-se que
os frutos armazenados em ambas as temperaturas apresentaram a relação SS/AT
decrescente até os 17 dias de armazenamento, ocorrendo incremento no valor da
variável após este período. Por outro lado, levando em consideração cada período de
armazenamento verifica-se que houve diferença significativa entre as temperaturas
apenas aos 24 dias de armazenamento. Onde os frutos mantidos à 10 ºC apresentaram
maior valor para essa relação. Houve decréscimo no teor de sólidos solúveis durante o
armazenamento dos frutos, com variação de 1,3%. Gomes Junior et al (2001) verificaram
igual variação no teor de sólidos solúveis de melão Cantaloupe ao longo de 25 dias de
armazenamento à 20 ºC.



CONCLUSÕES: Ao longo do armazenamento houve incremento na acidez titulável e decréscimo na relação
SS/AT e sólidos solúveis. A temperatura de 5 ºC foi um pouco mais eficiente que a
temperatura de 10 ºC na conservação da qualidade pós-colheita dos frutos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: UFLA, 2005. 785 p.
FAOSTAT. Disponível em: <http://faostat.fao.org/site/342/default.aspx> Acesso em 10 jan. 2010.
GOMES JUNIOR, J.; MENEZES, J. B.; NUNES, G. H. S.; COSTA, F. B.; SOUZA, P. A. Qualidade pós-colheita de melão tipo cantaloupe colhido em dois estádios de maturação. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 3, p. 223-227, 2001.
IBGE. Produção agrícola municipal. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/servidor_arquivos_est/>. Acesso em: 10 dez. 2010.
SENHOR, R. F.; CARVALHO, J. N.; SOUZA, P. A.; ANDRADE NETO, R. C.; MARACAJÁ, P. B. Eficiência de diferentes fungicidas no controle de Alternaria alternata, agente causal da podridão pós-colheita em frutos do meloeiro. Revista Caatinga, Mosoró, v. 22, n. 4, p. 14-19, 2009.