ÁREA: Bioquímica e Biotecnologia

TÍTULO: UTILIZANDO FOLHAS E SEMENTES DE Moringa oleifera COMO PROPOSTA DE ENSINO EM BIOQUÍMICA

AUTORES: GARCÊS, B. P. (UFU) ; CUNHA, R. B. A. (UFU) ; FONSECA, A. C. F. (UFU) ; ZAQUEO, R. P. (UFU) ; OLIVEIRA, C. A. (UFU)

RESUMO: A bioquímica é a ciência que estuda as biomoléculas, ou seja, carboidratos, proteínas,
lipídeos, ácidos nucléicos e outras biomoléculas. O estudo desta disciplina na
graduação em química é feito normalmente nos últimos períodos, o que faz com que muitos
alunos não tenham um aprendizado muito eficiente neste conteúdo. Para tentar melhorar
este aprendizado propomos a utilização da planta Moringa oleifera como material para a
execução de diferentes experimentos envolvendo principalmente os conteúdos de proteínas
e lipídeos. Foram realizados cinco experimentos todos utilizando a Moringa oleifera em
substituição à outros compostos sintéticos. A utilização desta planta pode variar as
aulas práticas além de diminuir os gastos com materiais.

PALAVRAS CHAVES: moringa oleifera, experimentação, ensino de bioquímica

INTRODUÇÃO: O conteúdo de bioquímica é muito importante para alunos de química. Este conteúdo,
normalmente visto no final da graduação, é bastante complexo fazendo com que muitos
alunos tenham dificuldades. Para tentar diminuir estas dificuldades e tornar o
processo de ensino-aprendizagem mais agradável para professor e alunos, propomos uma
série de experimentos utilizando como material de trabalho a Moringa oleifera.
Moringa oleifera é uma planta com grandes reservas nutritivas. É utilizada para
consumo humano, principalmente em países com índice elevado de desnutrição, pois
contém significativas quantidades de vitaminas, além de cálcio, proteínas e lipídios.
Classificada como um polímero natural, uma vez que seu extrato possui atividade
coagulante sendo utilizado para tratamento de água na substituição de polímeros
sintéticos e/ou químicos. A planta reduz a turbidez da água turva pela coagulação e
sedimentação das partículas em suspensão, pois as proteínas provenientes da farinha
das sementes resultam em um agrupamento de resíduos sólidos. Essa sedimentação
proporciona a eliminação de microorganismos, assim a água torna-se potável e
acessível ao consumo humano.

MATERIAL E MÉTODOS: Os experimentos realizados utilizando a Moringa oleifera foram:
1. Exração do óleo das sementes.
A extração do óleo foi realizada utilizando um extrator de soxhlet com 30g de
sementes de moringa para 250mL de hexano, deixado em refluxo por 6 horas.
2. Extração de proteínas das folhas e sementes.
A extração das proteínas foi realizada tanto nas folhas quanto nas sementes e foi
feita colocando 200mL de NaCl 1,0M em 30g de material biológico por 4 horas. Após a
extração foi realizada diálise com solução salina.
3 Quantificação de proteínas.
As proteínas foram, quantificadas de acordo com o método de LOWRY (1951) com leitura
em espectrofotômetro em 540nm.
4. Precipitação de proteínas utilizando sulfato de amônio.
A precipitação de proteínas foi realizada utilizando sulfato de amônia com
concentrações de 0 a 80%, e após a precipitação foi realizada a diálise em solução
salina.
5. Ensaio de hemaglutinação.
Ensaios de hemaglutinação foram realizados com hemáceas de coelho previamente
tratadas com glutaraldeído a 1% como descrito em KATRE (2007).


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os experimentos propostos foram realizados por todos os alunos e vários assuntos
dentro do conteúdo de bioquímica puderam ser trabalhados. Além disto, outros
conteúdos como química analítica, química orgânica e físico-química podem estar
inseridos dentro dos experimentos. Os alunos viram a bioquímica com outros olhos,
pensando mais na pesquisa e na utilização dos conteúdos aplicados em laboratório para
o futuro profissional, isto fez com que as aulas se tornassem mais dinâmicas e
interessantes para estes. Não foi realizada uma avaliação dos conhecimentos dos
alunos antes e após a realização das práticas e nem a comparação de experimentos
clássicos com este, utilizando a Moringa oleifera. A análise que nos fez perceber a
eficiência da utilização deste método é comparando a média de nota dos alunos nos
três semestres anteriores com a média do semestre atual, sendo que a forma de
avaliação (relatórios, avaliações e seminários) e o nível das avaliações foram os
mesmos. A média dos semestres anteriores e do atual podem ser vistas na tabela 1.

CONCLUSÕES: A metodologia proposta pode ser inserida no conteúdo de bioquímica de forma a melhorar
o aprendizado dos alunos e mostrar diferentes tipos de abordagem do conteúdo. Isto pode
ser mostrado pelo melhor desempenho dos alunos no semestre que foi utilizada a
metodologia. Além de tornar as aulas mais interessantes, a utilização de produtos
naturais no lugar de sintéticos nas práticas pode diminuir os custos das mesmas.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à FAPEMIG pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] LOWRY, O. H., et al. Protein measurement with the Folin phenol reagent. J Biol Chem; 193:265–75. 1951.
[2] KATRE, U. V.; et al. Structure–activity relationship of a hemagglutinin from
Moringa oleifera seeds. International Journal of Biological Macromolecules 42 (2008) 203–207