CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E TEORES DE FENÓIS TOTAIS EM CASCAS DE UVA-DO-MATO (Bactris setosa Mart.)

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Alimentos

Autores

Santana, R.O. (UESB) ; Santana, R.O. (UESB) ; Porfirio, M.C.P. (UESB) ; Sobrinho, I.S.B. (UFBA) ; Gonçalves, M.S. (UESB) ; Santos, I.A. (UESB) ; Capela, A.P. (UESB) ; Santana, G.A. (UESB) ; Barros, H.E.A. (UESB) ; Oliveira, J.B. (UESB) ; Silva, M.V. (UESB)

Resumo

A uva-do-mato (Bactris setosa Mart) é uma fruta nativa Mata Atlântica, ocorrendo desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. São escassos os estudos sobre a composição nutricional nas diversas partes deste fruto. Objetivou-se com o presente estudo determinar os fenólicos totais e a atividade antioxidante em cascas da uva-do-mato utilizando os ensaios do (DDPH, ABTS+•e o poder redutor). Foram observados 191,68±5,02 mg GAE.100g-1 de extrato concentrado para os fenólicos totais 175,50±2,58 mg.mL-1de extrato para o DDPH EC50 , 9,70±3,11 mg. 100g-1 de VEAC para o ABTS+•e 254,26±4,52 mg.mL-1 de BHT. Constatou-se que os extratos apresentam expressiva atividade antioxidante, constituindo assim, como uma fonte potencial para aplicação nos diversos ramos da indústria alimentícia.

Palavras chaves

fitoquímicos bioativos; sustentabilidade; fenólicos totais

Introdução

Os frutos da (Bactris setosa Mart.) é produzido por palmeiras arbustivas nativa da Mata Atlântica, seus frutos são conhecidos popularmente e conhecida como: coco-de-natal, coco-de-tucum, tucum, tucum-bravo, tucum-do-brejo, uva-do-mato, uva-da-terra (REIS, 2006). Fruto obovoide, com 1,1 a 2,1 cm de comprimento por 1,3 a 2,2 cm de largura, negro-arroxeado ou marrom-escuro (LIMA, 2003). De acordo com (SILVA 2001) estes frutos quando maduros tem a polpa comestível que pode ser consumida in natura ou em forma de sucos, sorvetes, geleias, vinhos e vinagres. Os compostos fenólicos presentes nas plantas estão relacionados, principalmente, com a proteção, conferindo alta resistência a microrganismos e pragas. Nos alimentos, estes compostos podem influenciar o valor nutricional e a qualidade sensorial, conferindo atributos como cor, textura, amargor e adstringência. Na maioria dos vegetais, esses fitoquímicos constituem os antioxidantes mais abundantes (EVERETTE et al., 2010). Em função da elevada atividade antioxidante que possuem, uma variedade de compostos fenólicos desempenha um papel importante nos processos de inibição do risco das doenças cardiovasculares e podem atuar sobre o estresse oxidativo, relacionado com diversas patologias crônico-degenerativas, como o diabetes, o câncer e processos inflamatórios (IMEH 2002). Embora o estado da Bahia Apesar da Bahia apresente os fragmentos mais significativos da Mata Atlântica poucos estudos são realizados sobre os diversos tipos de frutos nessa região Objetivou-se com o presente estudo determinar os fenólicos totais e a atividade antioxidante em cascas da uva-do-mato utilizando os ensaios do (DDPH, ABTS+•e o poder redutor).

Material e métodos

Os frutos de uva-do-mato (Bactris setosa Mart.) foram adquiridos no município de Ibicaraí-Ba. Os extratos hidroetanólicos foram obtidos por extração Assistida por ultrassom conforme procedimento recomendado por Zhao & Hall (2008), com adaptações. Os compostos fenólicos totais foram determinados por espectrometria a 773 nm, utilizando o reagente Folin-Ciocalteau, segundo Wettasighe e Shahidi (1999), os resultados foram expressos em mg de equivalente de ácido gálico 100 g-1 de base úmida. A capacidade antioxidante dos extratos foi determinada utilizando-se o método adaptado de Brand-Wiliams (1995). O método fundamenta-se na redução do radical DPPH● (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) por antioxidantes presentes no extrato, resultando num decréscimo da absorbância medida a 515 nm. A capacidade antioxidante das amostras frente ao radical livre ABTS+• foi realizada de acordo com RE et al. (1999). Utilizou-se a vitamina C como padrão. Avaliou-se o poder redutor conforme o procedimento descrito por Oyaizu (1986), com adaptações. A partir do extrato hidroetanólico obtido as amostras foram diluídas para diferentes concentrações (2,55; 4,95; 7,50; 10,06 e 12,46 mg.mL-1) as leituras das absorbâncias foram realizadas a 700 nm. Para quantificação, foi realizada uma curva analítica utilizando BHT como padrão. As analises foram realizadas em triplicata.

Resultado e discussão

O valor médio encontrado para o teor de fenóis totais foi de 191,68 mg acido gálico/100 g, valor superior ao encontrado por SIQUEIRA et al. (2013) , que obtiveram um teor de 3,343 mg/100 g de extrato aquoso, BAUER et al. (2013) encontraram valores 189,93 e 553,33 mg equivalente de ácido gálico por grama de licuri óleo prensado e óleo refinado, respectivamente O valor médio de atividade antioxidante encontrado pelo método ABST foi de 153,50 mg acido ascórbico/ 100g extrato, VEDANA et al. (2008) obtiveram valores para o VEAC (114,95 mg.100g-1 de uva). O valor de EC50 corresponde à amostra necessária para reduzir em 50% a concentração inicial do radical DPPH. O valore de EC50 foi calculados por regressão linear, do gráfico da atividade antioxidante em diferentes concentrações, com intervalo de confiança de 95%. Portanto, quanto maior o consumo de DPPH por uma amostra, menor será o valor da EC50 e maior a sua atividade antioxidante. Assim, a casca de uva-do-mato apresentou o EC50 9,70±311 μg.mL-1 do extrato, valor inferior encontrado por SIRQUEIRA et al (2013) que obtiveram um valor de 10,8 EC50(g.kg-1 DPPH). a atividade antioxidante expressa pelo ensaio do Poder Redutor, observou uma relação significativa (254,26±4,52 mg.mL-1 de BHT).

Tabela 1

Fenóis Totais e Atividade Antioxidante pelos métodos (DPPH, ABTS e Poder Redutor) encontrados na uva-do- mato (Bactris setosa Mart.)

Conclusões

As cascas de apresentaram valores para fenóis totais s e atividade antioxidante pelos três ensaios. Estes resultados apontam as cascas de uva-do-mato como mais uma fonte alternativas de antioxidantes com possibilidades para minimizar o uso de antioxidantes sintéticos.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq através do PIBIC/UESB pela concessão da bolsa ao primeiro autor.

Referências

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