ANÁLISE QUANTITATIVA DE BROMELINA PRESENTE NO FRUTO E INSUMOS DO ABACAXI (Ananás comosus) PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE ARIQUEMES-RO-BRASIL.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Alimentos

Autores

Serpa Hermano de Souza, A. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; de Aquino Souza, F. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Ribeiro, L. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Costa Ferreira Vanuchi, V. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Leticia Abreu, V. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Andre Zan, R. (INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA)

Resumo

O Abacaxi (Ananás comosus), pertence à família Bromeliaceae, originário da América do Sul, cultivado em regiões de clima tropical. O fruto, que é a parte comercializável, representa apenas 23% do total da planta, sendo o restante considerado resíduos agrícolas que apresentam teores significativos de carboidratos, proteínas e enzimas proteolíticas, possibilitando a sua utilização industrial como matéria-prima para a obtenção de bromelina (EC 3.4.22.44) enzima proteolítica encontrada no fruto e atua desdobrando as proteínas em compostos mais simples. O objetivo do trabalho é quantificar a concentração de bromelina na polpa e casca de abacaxi pérola, pelo método de Biureto. Como resultado obteve-se uma concentração de total de 0,072g ou 3,54% de bromelina na polpa e 0,098g ou 4,80% na casca.

Palavras chaves

Ananás comosus;; Proteases;; Bromelina;

Introdução

O Abacaxi (Ananás comosus), pertence à família Bromeliaceae, originário da América do Sul, cultivado em regiões de clima tropical, é um fruto amplamente utilizado na medicina popular como adstringente, diurético, anti-inflamatório, antioxidante, digestivo, expectorante, sendo indicado tanto para jovens como para idosos (ABILIO, 2009). Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no Brasil, feito pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil produziu no ano de 2011 cerca de 25.936 Kg/ha deste fruto, sendo que apenas na região norte obteve-se uma produção de 311.300 frutos (IBGE, 2011), sendo o Brasil uns dos maiores produtores mundiais de abacaxi , primeiro na América do Sul e o terceiro no ranking mundial (SOUZA, 2005). Resíduos como o caule, folhas, casca, coroa e talos do abacaxi, apresentam teores significativos de carboidratos, proteínas e enzimas proteolíticas, possibilitando a sua utilização industrial como matéria-prima para a obtenção de bromelina, amido, fibras, álcool etílico e ração para animais (SOUZA, 2005). Descoberta em 1957 e, desde então, amplamente estudada, a bromelina é particularmente útil para reduzir a inflamação do músculo e tecido e como um auxiliar digestivo (FILETI, 2009). A bromelina (EC 3.4.22.44) é uma enzima que atua desdobrando as proteínas em compostos mais simples, como polipeptídios de menor peso molecular ou em aminoácidos simples (OLIVEIRA, M. ; COUTO, F. 1985). Amplamente utilizada na produção de fármacos, cosméticos e na indústria alimentícia e têxtil (SANTOS 2009). O presente trabalho tem por finalidade demonstrar os importantes avanços no conhecimento e utilização da bromelina, bem como quantificar esta enzima na polpa e cascas do abacaxi produzido e comercializado no município de Ariquemes.

Material e métodos

Para quantificação da bromelina, algumas metodologias são conhecidas, mas por alguns fatores selecionou-se o método de biureto com padrão de caseína para curva, sendo que o mesmo conseguiu dar um resultado satisfatório. Separou-se a polpa e as cascas do abacaxi, triturou-se separadamente sem diluentes. Pesou-se em um béquer 2,03g do extrato da polpa e adicionou-se 25mL de água destilada e 1,5mL de solução de NaOH 0,5N, em outro béquer 2,04g do extrato da casca adicionando em seguida 25mL de água destilada e 1,5mL de solução de NaOH 0,5N. Aqueceu-se por 30 minutos para solubilizar a proteína e após resfriamento, filtrou-se as amostras, com auxilio de funil de vidro, transferindo para balões volumétricos de 50mL, e completou-se com água destilada. Preparou-se 4 tubos de ensaio para cada amostra e adicionou-se água destilada em seguida 4,0mL de reagente de biureto em cada tubo e homogeneizou- se. Após 30 minutos fez-se a leitura da absorbância a 540nm, anotando os resultados.

Resultado e discussão

Obteve-se como resultado da pesquisa uma concentração de bromelina total de 0,072g ou 3,54% de bromelina na polpa e 0,098g ou 4,80% da mesma proteína na casca do abacaxi pérola. ABILIO (2009), analisando o teor de proteínas da polpa e casca do abacaxi pérola, usando caseína 2g/100ml em tampão fosfato 0,1 M (pH 7,5) como substrato, obteve os seguintes resultados: 3,80mg/mL (+/- 0,50g) na polpa e 7,00mg/mL (+/-0,60g) na casca do fruto. FREIMAN & SABAA-SRUR (1999) realizou pesquisa de determinação de proteína total em resíduos de abacaxi pérola e comparou com a concentração da bromelina comercial (45%), utilizando o método descrito por FREIMAN & SABAA- SRUR (1999), em que são feitas duas precipitações subsequentes em álcool etílico (1:1), e o método de biureto para determinação de proteínas, com curva padrão de soro albumina bovina, obtendo resultados inferiores aos da bromelina comercial nas duas precipitações. Na primeira precipitação encontrou- se um resultado de 17,93% de proteína na polpa e 17,70% na casca. Na segunda precipitação os resultados foram 10,31% e 10,16%, para polpa e casca respectivamente. Comparando-se os resultados obtidos nesta pesquisa com os resultados das duas outras pesquisas citadas, fica evidente a diferença de valores de proteína encontrados, o que pode estar relacionado com diferença entre os métodos de extração utilizados em cada técnica ou fatores ambientais, visto que as frutas são de regiões diferentes, podendo sofrer alterações em sua composição química, fatores estes como o tipo de solo, o estágio de maturação do fruto, técnicas de cultivo entre outros.

Conclusões

De acordo com a metodologia aplicada, os resultados obtidos de 72,47mg/mL de bromelina para polpa e 98mg/mL de bromelina para casca do abacaxi, em comparação aos trabalhos semelhantes já citados, podemos concluir que a pesquisa obteve resultados satisfatórios. A pesquisa foi desenvolvida rigorosamente de acordo com metodologia conceituada, o que fortalece os parâmetros de análise de resultados satisfatórios.

Agradecimentos

Primeiramente a Deus, ao IFRO, FAEMA e orientadores pela colaboração.

Referências

ABILIO, Gisely Maria Freire et al . Extração, atividade da bromelina e análise de alguns parâmetros químicos em cultivares de abacaxi. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, v. 31, n. 4, Dec. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-29452009000400027&lng=en&nrm=iso. Acessado em 25/11/2012 às 10:26h

BRASIL - IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Banco de dados agregados. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010384782010000600040&lang=pt. Acessado em: 29/10/2012.

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FREIMAN, Lenice O; SABAA SRUR, A. U. O. Determinação de proteína total e escore de aminoácidos de bromelinas extraídas dos resíduos do abacaxizeiro (Ananas comosus, (L.) Merril ). Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v.19, n.2, maio 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20611999000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 dez. 2012.

OLIVEIRA, M.; COUTO, F. Uso dos restos culturais do abacaxizeiro na alimentação bovina. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 11(130), 76-78 pgs. 1985. . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000100&pid=S0101-2061199900020000200020&lng=en>. Acessado em: 06/01/2013 às 14:22hs.

SANTOS, A. França ; R. S. Alves; N. S. Leite ; R. P. M. Fernandes, Estudos bioquímicos da enzima bromelina do Ananas comosus (abacaxi), vol.5 n.º 11, 2009. Laboratório de Enzimologia – Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de Sergipe, 49100-000, São Cristóvão-SE, Brasil). Disponível em: http://www.scientiaplena.org.br/ojs/index.php/sp/article/viewFile/749/402. Acessado em 24/02/2013 ás 09:08hs.

SOUZA, Guilherme Rabelo de et al. Obtenção de Bromelina e caracterização da atividade proteolítica visando a sua utilização na produção de suplemento dietético para fenilcetonúricos – Unipan – 2005.

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