Horta escolar rural: um instrumento de promoção da alimentação saudável e de melhoria da qualidade da alimentação escolar.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Alimentos

Autores

Batista, A.W. (3ª DIRETORIA REGIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR- RN) ; Oliveira, F.B. (UFRN) ; Medeiros, K.M.P.C. (3ª DIRETORIA REGIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR- RN) ; Vital, P.S.T. (3ª DIRETORIA REGIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR- RN) ; Costa Filho, J.F. (3ª DIRETORIA REGIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR- RN)

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo a implantação de horta numa escola estadual da zona rural do município de Santa Cruz, Rio Grande do Norte, de modo a utilizá-la como elemento de estímulo ao acesso e consumo de alimentos saudáveis; à melhoria da qualidade sensorial e nutricional da alimentação escolar; e, à aproximação dos educandos com o meio ambiente. Para tanto, a equipe da 3ª Diretoria Regional de Alimentação Escolar – DRAE realizou visita à instituição para apresentação da proposta da implantação da horta à comunidade escolar. Uma vez aceita a sugestão, o passo seguinte foi a preparação da área para a produção dos alimentos, compreendendo esta etapa a limpeza do espaço e a distribuição dos pneus, nos quais foram acomodadas as sementes. A atividade conseguiu promover a aproximação.

Palavras chaves

Escola; horta; alimentação saudável

Introdução

O direito à alimentação adequada e o direito de estar livre da fome estão distantes da realidade de muitas pessoas em todo o mundo (BURITY et al., 2010). Contudo, compreende-se que o direito à alimentação não deve ser interpretado em um sentido restritivo, que o condiciona ou o considera como “recomendações mínimas de energia e nutrientes”. A alimentação para o ser humano deve ser entendida como um processo de transformação da natureza em gente, saudável e cidadã (ABRANDH, 2009). Para tanto, a formação de hábitos saudáveis deve ser estimulada ainda na infância, tendo em vista que é nessa fase que os primeiros hábitos estarão sendo desenvolvidos. Dessa forma, a promoção da saúde assume um papel de educação para a saúde (IRALA; FERNANDEZ, 2001). Atividades que envolvam preparo de alimentos, manejo de hortas, possibilitam às crianças excelente oportunidade de praticar e fortalecer seu conhecimento nutricional (CECANE, 2012). Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo a implantação de horta numa escola estadual da zona rural do município de Santa Cruz, Rio Grande do Norte, de modo a utilizá-la como elemento de estímulo ao consumo de alimentos saudáveis; à melhoria da qualidade sensorial e nutricional da alimentação escolar; e, à aproximação dos educandos com o meio ambiente.

Material e métodos

Primeiramente, a equipe da 3ª Diretoria Regional de Alimentação Escolar realizou visita à instituição de ensino, durante a qual, houve a apresentação da proposta da implantação da horta escolar, apenas para o professor. Tendo em vista a aceitação da ideia por parte do educador, o próximo passo foi dado em direção ao diálogo junto aos proprietários da terra viável à produção, localizada no entorno da escola. Alcançada a doação de uma área equivalente a 3 metros de largura por 10 metros de comprimento, logo foi realizada nova visita à escola, dessa vez para a apresentação do projeto para os alunos. Na ocasião, houve a demonstração, a partir de fotografia expressa em slide, do modelo de horta a ser consolidado, cujo aprecia o reaproveitamento de pneus, sendo ele de pronto aprovado pelos educandos. Ainda nesse momento, os alunos foram esclarecidos a respeito dos instrumentos necessários à implantação da horta, a importância da mesma para a saúde e melhoria da alimentação a eles servida em âmbito escolar. Em seguida, foram convidados a ilustrar, em papel ofício, quais alimentos eles gostariam de plantar. Por fim, foi explicada a participação deles na construção e manutenção da horta. Ressalta-se que os alunos espontaneamente se colocaram a disposição para trazer as mudas e/ou sementes de suas casas. Na visita subsequente aconteceu, finalmente, a implantação da horta, cuja etapa compreendeu: a demarcação e limpeza da área, perfuração de orifícios e colocação das estacas, disposição da tela, adubação do solo, distribuição dos pneus no espaço, preenchimento dos objetos com o adubo, plantio das sementes de coentro, alface, cebola e cebolinha e, pintura dos pneus. Na ação foram empregados adubo, sementes, estacas, enxada, pá, alicate, tela, ciscador, pneus, tintas e pincéis.

Resultado e discussão

É possível afirmar que a atividade foi desenvolvida de forma satisfatória, tendo em vista a significativa participação e colaboração de toda a comunidade escolar (alunos, professor e merendeira), nutricionista e voluntários, em todas as etapas do processo de implantação da horta, tais como a limpeza do terreno, preparação do canteiro e plantio, demonstrando-se, assim, a aptidão para o desenvolvimento do trabalho em equipe e auxílio mútuo. Além disso, notou-se o despertar do interesse dos alunos para o reaproveitamento de materiais, como os pneus empregados na produção das hortaliças. Em se tratando destas, afirma-se que a participação das crianças no cultivo favoreceu uma melhor aceitação do consumo na alimentação escolar. Tais resultados são semelhantes aos apresentados por Cribb (2010) e Silveira-Filho et al (2011).

Conclusões

Espera-se que a horta implantada no âmbito da escola possa continuar sendo utilizada não apenas na melhoria da qualidade sensorial e nutricional da alimentação servida aos alunos, mas também venha a ser aproveitada pelo educador como instrumento pedagógico, auxiliando-o no desenvolvimento de atividades interdisciplinares. Finalmente, almeja-se o despertar dos alunos para o cuidado com o meio ambiente e a própria convivência com as condições típicas de sua região.

Agradecimentos

Os autores agradecem o auxílio da senhora Maria da Penha dos Santos, a qual doou o o terreno para o construção da horta.

Referências

ABRANDH; CERESAN; CONSEA; FAO-RLC/ALCSH. Avanços e Desafios da Implementação do Direito Humano à Alimentação Adequada no Brasil. Relatório Técnico. Brasília, março de 2009. Disponível em: <http://www.sesc.com.br/mesabrasil/doc/Avan%C3%A7os-e-desafios.pdf>. Acesso em: 25 de julho de 2014.
BURITY, V.; FRANCESHINI, T.; VALENTE, F.; RECINE, E.; LEÃO, M.; CARVALHO, M. F. Direito Humano à Alimentação Adequada no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília, DF: ABRANDH, 2010. 204p.
CECANE. Manual de orientação para alimentação escolar na educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e na educação de jovens e adultos. 2ª Ed. Brasília: PNAE:CECANE – SC, 2012. 48 p.
CRIBB, S. L. S. P. Contribuições da educação ambiental e horta escolar na promoção de melhorias ao ensino, à saúde e ao ambiente. REMPEC – Ensino, Saúde e Ambiente, v. 3, n. 1, p. 42 – 60, abril 2010. Disponível em: <http://www.ensinosaudeambiente.uff.br/index.php/ensinosaudeambiente/article/viewFile/106/105>. Acesso em: 25 de julho de 2014.
IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Manual para Escolas – A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis. Brasília, 2001.
SILVEIRA-FILHO, J.; SILVA, A. R. F.; OLIVEIRA, A. L. T.; BARROS, J. M. V.; PINHEIRO, J. V.; SEGUNDO, V. C. V. A horta orgânica escolar como alternativa de educação ambiental e de consumo de alimentos saudáveis para alunos das escolas municipais de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934, v. 6, n. 2, dezembro 2011. Disponível em: <http://www.apeoc.org.br/extra/artigos_cientificos/ExpHEPMFUFCse10ufmt1.pdf>. Acesso em: 25 de julho de 2014.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ