ESTIMATIVA DAS PERDAS DE FRUTAS E HORTALIÇAS EM UMA REDE VAREJISTA DE FORTALEZA-CE

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Alimentos

Autores

Cristofoli, N. (UFC) ; Araújo, M. (UFC) ; Freire, D. (UFC) ; Maia, J. (UFC)

Resumo

O período de pós-colheita é caracterizado por grandes perdas da qualidade mercadológica causadas por deteriorações.O presente trabalho teve o objetivo de analisar o percentual de perdas de produtos hortifrutícolas comercializados em um supermercado de Fortaleza-Ce. Foram analisadas as quantidades vendidas e as perdas de vinte produtos hortifrutícolas, escolhidos aleatoriamente.Constatamos que dos vinte produtos, treze apresentam alta porcentagem de perdas, com destaque a couve flor, ponkan e ameixa com valores de 40,1; 31,9 e 27,1%, respectivamente. As causas dessas perdas estão relacionadas com o alto volume comercializado, manipulação excessiva, maior perecibilidade dos produtos, necessitando de condições especiais de armazenamento e transporte e também a baixa qualidade do produto.

Palavras chaves

Pós-colheita; Hortifrutícola; Qualidade

Introdução

Dentre as causas de perdas pós-colheita de produtos hortifrutícolas, destacam-se aquelas decorrentes de injúrias mecânicas, rupturas superficiais e destruição dos tecidos vegetais, provocadas por forças externas, que levam a modificações físicas e/ou alterações fisiológicas, químicas e bioquímicas nas propriedades organolépticas (SANTOS et al., 2008). No Brasil, estima-se que, entre a colheita e a chegada à mesa do consumidor, ocorram perdas de até 40% das frutas e hortaliças produzidas. Essas perdas podem ser de natureza quantitativa ou qualitativa, ocasionando assim redução no seu valor comercial. A falta de conhecimento dos processos fisiológicos dos frutos, bem como a falta de infraestrutura adequada e de uma logística de distribuição são os principais fatores responsáveis pelo elevado nível de perdas pós-colheita observadas no país consumo (RINALDI, M. M, 2011).Outro fator, e mais importante na preservação da boa qualidade das hortifrutas, é a temperatura, sendo a maior responsável pelas perdas pós-colheita. Ela exerce, sobre a transpiração e respiração das frutas e hortaliças, uma influência considerável. Em geral, pode-se dizer que, quando a temperatura aumenta em 10°C, a intensidade respiratória aumenta de duas a três vezes. A diminuição na atividade respiratória e transpiratória, que é um dos propósitos do armazenamento refrigerado, faz com que as células economizem reservas e as gastem mais lentamente (KLUGE et al., 2002; CHITARRA & CHITARRA, 1990).

Material e métodos

Este trabalho foi realizado através de pesquisa estatística das quantidades compradas, vendidas e as perdas de vinte produtos hortifrutícolas, escolhidos aleatoriamente, em um supermercado localizado no munícipio de Fortaleza, CE. Foi realizado também levantamento das possíveis causas das perdas dos produtos através de acompanhamento dos processos de transporte, recepção, armazenamento, exposição na área de vendas e compra pelos clientes entre os meses de maio a novembro de 2011. Considerou-se como valor comprado as quantidades dos produtos obtidos de produtores rurais, centrais de abastecimento – CEASA. Valor vendido é a quantidade dos produtos comprados por clientes e perdas é o produto que não atingiu o cliente final. Os dados são expressos em porcentagem na tabela e considerou-se baixa porcentagem de perdas os valores obtidos até 5%, média porcentagem de 5,1% até 10% e alta os maiores que 10%.

Resultado e discussão

De acordo com os valores obtidos na Tabela 1 observamos que o estabelecimento apresenta alta porcentagem de perdas neste período, pois 14,28% dos produtos foram perdidos.Analisando a Tabela 1 percebemos que, dos 20 produtos, 13 apresentam alta porcentagem de perdas, 4 média porcentagem de perdas e apenas 2 produtos se encontram na classificação de baixa porcentagem de perdas. Dos produtos com alta quantidade de perdas se destacam a couve-flor, ponkan, ameixa, repolho, melancia, e goiaba sendo suas perdas 40,1; 31,9; 27,1; 23,6; 20,5 e 20,2%, respectivamente. Essa alta perda pode estar relacionada ao alto volume comercializado, manipulação excessiva, maior perecibilidade dos produtos, necessitando de condições especiais de armazenamento e transporte e também a baixa qualidade do produto quando chega ao estabelecimento, deteriorando mais facilmente. Cebola , maracujá, banana prata, ficaram no grupo de produtos com média porcentagem de perdas (9,1; 8,2; 7,2; 6,5 e 6,0, respectivamente), provavelmente, em razão da baixa qualidade dos produtos, estádio de maturação avançado e alto volume comercializado, já que esses produtos não estão na classificação de alta perecibilidade. Os produtos banana e mamão obtiveram baixa porcentagem de perdas (3,3% cada produto), possivelmente em decorrência da maior procura por esses produtos, ficando pouco tempo exposto a manipulação excessiva e obtenção, por parte do estabelecimento, em estádio de maturação adequada.

tabela 1

Perdas de frutas e hortaliças em um supermercado varejista de Fortaleza, CE no período de maio a novembro de 2011.

Conclusões

As perdas dos produtos hortifrutícolas selecionados encontraram-se muito elevadas, apresentando no total 14,28% de perdas no estabelecimento pesquisado, sendo a couve-flor o produto que teve a maior perda, sendo 40,1%. Esse valor pode ser muito maior se for levado em consideração todos os produtos expostos à venda.

Agradecimentos

Referências

CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças - fisiologia e manuseio. Lavras: Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão, 1990. 293p.
RINALDI, M. M. Perdas pós-colheita devem ser consideradas. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2011. Disponível em: <http://www.cpac.embrapa.br/noticias/artigosmidia/publicados/306/>. Acesso em: 15 abr. 2011.
SANTOS, C. E. M.; COUTO, F. A. D.; SALOMÃO, L. C. C.; CECON, P. R.; JÚNIOR, A. W.; BRUCKNER, C. H. Comportamento pós-colheita de mamões formosa ‘tainung 01’acondicionados em diferentes embalagens para o transporte. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v.30, n.2, p.315-321, 2008

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