PERFIL DA QUALIDADE DO SONO DOS DISCENTES DE LICENCIATURA EM QUÍMICA, IFPE – CAMPUS VÍTÓRIA DE SANTO ANTÃO.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Bioquímica e Biotecnologia

Autores

Silva, P.C.F. (IFPE) ; Falcão, A.P.S.T. (IFPE) ; Teixeria Filha, A.A. (IFPE) ; Silva, C.F. (UVA)

Resumo

O sono é um estado fisiológico cíclico caracterizado pelo ciclo sono-vigília de 24h. Tem função restauradora visto que há liberação de diversos hormônios que influenciam nas características físicas e psíquicas do indivíduo. Geralmente, indivíduos com distúrbios do sono tendem a ter um mau funcionamento nas funções cognitivas, diminuição da motivação, sonolência diurna, déficit de memória, alterações no humor e queda da imunidade. Este trabalho analisa por meio de uma pesquisa quali-quantitativa o perfil da qualidade do sono de estudantes de licenciatura em química, que estudam no turno da noite. Constatou-se que 13,3% discentes apresentam distúrbio do sono, 26,6% má qualidade do sono e 60% boa qualidade.

Palavras chaves

Sono; Atividade Noturna; Relogio biologico

Introdução

Segundo Nunes (2002) o funcionamento do equilíbrio metabólico depende do ciclo circadiano, fatores externos como mudança de fuso-horário, doenças crônicas, ou estimulo proposital para não dormir podem perturbar este sistema. Tais Irregularidades acarretam fadiga, variações de humor e desatenção. Segundo Fernandes (2006), ao nascer, o ser humano não tem este sistema desenvolvido, porém, a partir do primeiro mês de vida o recém nascido começa a prolongar seu sono noturno, sendo a partir dos seis meses que começa uma relação entre o ciclo sono vigília e o ciclo dia – noite. Para o ser humano dormir acontece inúmeros efeitos hormonais no corpo humano principalmente no cérebro. Glândula como a hipófise e estruturas como o hipotálamo trabalham para liberação ou inibição de hormônios e regularização da temperatura. O sono noturno é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo, porém, devido à sobrecarga de tarefas assumidas pelo ser humano na idade contemporânea, faz-se necessário uma sociedade que funcione, em visão de mercado, 24h ampliando o número de adeptos de trabalhadores noturnos. Geralmente, tais trabalhadores tendem a inverter o ciclo sono vigília, trocando o dia pela noite. Salienta-se que uma noite de sono perdida não pode ser recuperada ainda que se durma mais durante o dia ou na noite posterior. Desta forma é ressaltada a importância dos fenômenos bioquímicos para manutenção do corpo humano. Este trabalho descreve uma pesquisa sobre os efeitos colaterais causados por alterações no sono noturno cruzando os dados quantitativos da pesquisa de campo usando como ferramenta de coleta de dados o Índice de qualidade do sono de PITTSBURGH com os dados qualitativos relacionados a efeitos bioquímicos coletados através de pesquisa bibliográfica.

Material e métodos

Trata-se de uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa, de campo do tipo descritiva. Realizada no IFPE Campus Vitória, Participaram como sujeitos, 15 graduandos do Curso de licenciatura em química do turno da noite. Foi utilizado como instrumento de pesquisa o índice de qualidade do sono de PITTSBURGH. Os dados foram organizados inicialmente no EXCEL e posteriormente exportados para o programa estatístico SPSS versão 16.0 para ser realizada a análise. Para analise dos dados foi levado em consideração o grau da qualidade do sono as horas de sono dormidas por noite, as atividades executadas durante o dia e e o grau de sonolência diurna.

Resultado e discussão

A análise dos dados indicaram que 67% dos discentes dormem após a meia noite com 57% dormindo após 3:00 da manhã. Um percentual de 87% dos alunos dormem de 7 a 10 horas por noite. Um percentual de 13,3% dos discentes apresentam distúrbio do sono, 26,6% má qualidade do sono e 60% boa qualidade. Dos sujeitos participantes, 20% trabalham durante o dia e relataram sentir indisposição e sonolência diurna. Segundo a pesquisa de Lisboa, et all (2006) atividades noturnas podem ser prejudiciais, pois o organismo humano se prepara para durante o dia executar atividades. A pesquisa de Cardoso, et al (2009) relaciona o sono noturno de 276 estudantes de medicina com o nível de ansiedade. Os mesmo apresentavam uma média de horas dormidas por noite de 6h e 26 minutos, 56,5% dos estudantes tinham uma boa qualidade do sono e 22,8% ruim, 6,2% sentem indisposição. A análise dos questionários PSQI e da ESE indicaram relação entre a sonolência diurna excessiva e a qualidade do sono. 47% dos discentes envolvidos na presente pesquisa relatam cochilar durante o dia e 67% dizem sentir indisposição. O resultado destes dados pode este relacionado a inversão do horário de dormir. Segundo Schneider (2009) para o ser humano dormir inúmeras funções metabólicas são encadeadas como diminuição da temperatura corporal e batimentos cardíacos. A temperatura é coordenada hipotálamo e pelo ciclo claro escuro. Atividades corporais bioquímicas como a liberação de histamina e o hormônio do crescimento humano estão ligados a função cognitiva e restauração de órgãos. As reações bioquímicas que acontecem durante o sono estão intrinsecamente ligadas ao desenvolvimento de outras mostrando as complexas reações químicas ocorrentes no corpo humano e o encadeamento das mesmas.

Conclusões

O ciclo Sono vigília regulado torna favorável o desenvolvimento de uma carga hormonal que é de grande importância para revigorar o sistema biológico e fundamental para o bom funcionamento do sistema nervoso central, sendo o sono noturno indispensável para uma boa qualidade de sono. Os dados amostrais recolhidos apontam que embora em grande maioria o grupo não tenha distúrbios de sono, alguns alunos ainda relataram ser acometidos por indisposição e sonolência diurna. Os resultados desta pesquisa demonstram a relevância do sono no encadeamento das funções bioquímicas do organismo humano.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus, ao IFPE, Campus Vitória pelo financiamento da pesquisa e ao grupo de pesquisa do IFPE “Educação e Saúde”.

Referências

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CARDOSO, H.C.; BUENO, F.C.C.; MATA,J.C; ALVES, A.P.R.;JOCHIMS, I.; FILHO, I.H.R.V.; HANNA, M.M. Avaliação da qualidade do sono em estudantes de Medicina. Revista brasileira de educação médica, v. 33, n. 3, 2009
FERNADES, R.M.F. O sono normal. Simpósio Distúrbios respiratórios do sono Capítulo I. p: 157-168 2006. Medicina, Ribeirão Preto, 2006.
LISBOA, M.T.L.; OLIVEIRA, M.M.; REIS, L.D. et al. O trabalho noturno e a prática de enfermagem: Uma percepção dos estudantes de enfermagem. Esc Anna Nery R Enferm, n. 10 v.3, 2006.
NUNES, M.L.; Distúrbios do sono rev. Jornal de Pediatria, rio de janeiro 2002
RIOS, A.L.M.; PEIXOTO, M.F.T.; SENRA V.L.F; Transtornos do sono e tratamento psicológico, ed.1, Governador Valadares, UVRD, p. 53, 2008.
SCHNEIDER, M.L.M. Estudo cronótipo em estudantes universitários do turno integral e sua influência na qualidade do sono, sonolência diurna e no humor, Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do sul como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em ciências medicas.

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