Análise Quantitativa dos Teores de Fenóis Totais, Flavonoides e Anti-Radical Livre por DPPH de Amostras de Méis de Diferentes Regiões do Ceará

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Bioquímica e Biotecnologia

Autores

Menezes, M.G.G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Liberato, M.C.T.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Costa, E.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Silva, L.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Lima, S.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Vasconcelos, V.C.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O mel contém cerca de 200 substâncias, incluindo compostos fenólicos, flavonoides e compostos com atividade antioxidante. Neste trabalho foram analisados 6 méis de diferentes regiões do Ceará, utilizando os métodos de Folin-Ciocalteau, AlCl3 e anti-radical livre por DPPH para análises de Fenóis totais, Flavonoides e atividade antioxidante, respectivamente. O mel de Canindé obteve o maior teor de flavonoides com 9,07 mg EQ/100g e os melhores resultados de atividade anti-radical foram, IC50 de 30,38 ± 0,39 em mg/mL e IC50 de 30,61 ± 0,53 em mg/mL, sendo eles de Canindé e Chorozinho respectivamente. O melhor resultado de fenóis totais foi do mel de Chorozinho, com 56,30 ± 0,87 mg EAG/ 100g. Os diferentes resultados obtidos se devem aos diferentes locais de produção e florada das amostras.

Palavras chaves

Mel; Análise Quantitativa; Ceará

Introdução

O mel é uma substância viscosa natural, elaborada pelas abelhas a partir do néctar das flores ou de exsudações sacarínicas de outras partes vivas das plantas (HORN et al., 1996). A composição do mel pode variar dependendo de alguns fatores, entre eles: a espécie de planta visitada pelas abelhas, o clima, as condições ambientais, entre outras coisas. Estimam os pesquisadores que o mel contenha cerca de 200 substâncias, considerando o mesmo, como parte importante da medicina tradicional (MEDA et al., 2005). É principalmente constituído por frutose e glucose, apresentando também, outros carboidratos, água e diversos constituintes nos quais se incluem compostos fenólicos e flavonoides, minerais, enzimas, aminoácidos e vitaminas (GHELDOF, 2002). Segundo Ângelo e Jorge (2007), nos últimos anos tem-se assistido a uma intensa pesquisa sobre as propriedades antioxidantes de produtos naturais. Os compostos antioxidantes desempenham funções na inibição dos radicais livres resultantes do metabolismo celular, motivando assim o interesse pela análise destes compostos em diversos produtos alimentares. Os compostos fenólicos estão amplamente distribuídos entre os alimentos. São definidos como substâncias que possuem um anel aromático com um ou mais substituintes hidroxílicos, incluindo seus grupos funcionais. Estudos epidemiológicos têm demonstrado a associação entre o consumo de alimentos e bebidas ricos em compostos fenólicos e a prevenção de doenças, tais como câncer (SHAHIDI,F, 1995; STEINMETZ, K.A, 1996). Assim torna-se importante estudos que busquem maiores conhecimentos sobre os méis do Ceará, região promissora para a produção apícola, buscando determinar neles compostos fenólicos e atividade anti-radical.

Material e métodos

Obtenção das amostras: Os méis possuindo a mesma abelha produtora, Apis melífera, produzidos em regiões distintas do estado do Ceará, foram obtidos nas seguintes cidades com respectivas floradas: Horizonte CE - malva branca (Waltheria douradinha A. St.-Hil.); Limoeiro do Norte – CE (silvestre); Pacajús – CE (silvestre); Cascavel CE – vassourinha (Spermacoce verticillata L.); Canindé CE – bamburral (Hyptis suaveolens L. Poit.); Chorozinho – CE (silvestre). Todas as análises foram realizadas em triplicata. Teor de Fenóis Totais: Foi utilizado o método Folin-Ciocalteau (SINGLETON; 2002). 5g de mel foram diluídos em 50mL de água destilada. Desta solução 0,5mL foi misturada com 2,5mL do reagente Folin-Ciocalteau por 5min, e 2mL de (NaCO3) carbonato de sódio (75g/L). Após 2 h, a absorbância foi verificada a 760 nm contra um branco (Biomate Spectrophotometer). A curva de calibração foi efetuada utilizando o ácido gálico como padrão. O Teor de fenóis foi expresso em mg(EAG)/100g de mel. Teor de Flavonoides: Foi verificado utilizando o método AlCl3. Uma solução de cloreto de alumínio (5mL) 2%, em metanol, foi adicionada ao mesmo volume de uma solução de mel (0,02 mg/mL). A absorbância foi medida em 415 nm, após 10min contra um branco. A curva padrão foi efetuada usando quercetina. O conteúdo de flavonoides foi expresso em mg(QE)/100g de mel. Avaliação da Atividade Anti-Radical Livre DPPH: Foi usado o método do DPPH (BRAND WILLIAMS, 1995). Para cada amostra de mel foi utilizado um conjunto de 7 soluções diferentes. Foram misturados 1,25mL de uma solução de mel com 1,5mL de uma solução de DPPH em metanol (90mg/L). Após 15min a absorbância foi lida a 517 nm contra um branco de metanol (Biomate Spectrophotometer).

Resultado e discussão

A Tabela 1 mostra os resultados obtidos com os respectivos desvios padrão dos teores de fenóis totais, flavonoides e atividade anti-radical livre para as amostras analisadas. Observa-se que o maior teor de fenóis totais foi obtido na amostra de mel heterofloral procedente de Chorozinho, 56,30 ± 0,87 mg/EAG/100g. Na amostra do mel oriundo de Canindé, cuja origem floral é o bamburral (Hyptis suaveolens L. Poit.), encontrou-se também um valor muito expressivo da quantidade de fenóis, igual a 48,30 ± 0,15 mg EAG/100g. As amostras de méis apresentaram teores de flavonoides em quantidades significativas, sendo a amostra de mel oriundo de Canindé aquela com o maior teor 9,07± 0,13 mg EQ/100g. Em relação à atividade antioxidante é possível observar que as amostras de Canindé e Chorozinho obtiveram resultados muito semelhantes dentre os méis analisados.

Tabela 1

Tabela 1- Teor de Fenóis Totais, Flavonoides, Atividade Anti-Radical Livre de Amostras de Mel do Ceará

Conclusões

Os méis analisados apresentaram valores expressivos dos teores analisados e concordantes entre si. Podemos observar que as amostras analisadas obtiveram resultados de acordo com a literatura. Diferenças estão relacionadas com os locais de produção e com as origens florais das amostras.

Agradecimentos

À FUNCAP

Referências

ÂNGELO, P.M. E JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos – Uma breve revisão. Rev Inst Adolfo Lutz, 2007, 66(1): 232-240.
GHELDOF, N., Wang, X., Engeseth, N. 2002. Identification and Quantification of Antioxidant Components of Honeys from Various Floral Sources, Journal of Agricultural and Food Chemistry, 50, 5870-5877.
HORN, H. Méis brasileiros: resultados de análises físico-químicas e palinológicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 11., 1996, Teresina, PI. Anais...Teresina: Confederação Brasileira de Apicultura, 1996. p.403-429.
MEDA, A., LAMIEN, C. E., ROMITO, M., MILLOGO, J., NACOULMA, O. G. 2005. Determination of the Total Phenolic, Flavonoid and Proline Contents in Burkina Fasan Honey, as well as their Radical Scavenging activity. Food Chemistry, 91: 571-577.
SHAHIDI, F.; NACZK, M. Food Phenolics: sources, chemistry, effects and applications. Lancaster: Technomic, 1995.
STEINMETZ, K.A.; POTTER, J.D. Vegetables, fruit, and cancer prevention: a review. J. Am. Diet. Assoc., v. 54, p. 1027-1039, 1996.

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