DETERMINAÇÃO DE AÇUCARES REDUTORES NA URINA UTILIZANDO O REAGENTE BENEDICT

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Bioquímica e Biotecnologia

Autores

Carvalho, W.L. (UEMA) ; Araujo, H.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Campos, V.N.S. (UEMA) ; Sales, J.S. (UEMA) ; Pereira, M.R.S. (UEMA) ; Nunes, S.F.L.C. (UEMA)

Resumo

O reativo de Benedict é usado para determinação semi-quantitativa de açucares redutores na urina, através da mudança de coloração quando esta apresenta indícios de glicosúria renal. Sabe-se hoje que a genética é a que menos influencia para desenvolver a diabetes e o nosso estilo de vida é o principal responsável para que a doença se manifeste. O objetivo deste trabalho foi fazer a análise semi- quantitativa da glicose na urina, utilizando o reagente Benedict e aferir a pressão arterial de universitários da Universidade Estadual do Maranhão. Os resultados demonstram que o método de Benedict pode servir como um primeiro rastreio para detectar em escala a presença ou não de glicose na urina que pode ser aplicado em escolas da rede pública como primeiro screening da diabetes tipo1.

Palavras chaves

Diabetes tipo 1 e tipo 2; Reativo de Benedict; Análise semi-quantitati

Introdução

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica em grande expansão, sendo considerada uma epidemia global. Sendo assim, a diabetes cada vez mais frequente na nossa sociedade, caracteriza-se pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue. À quantidade de glicose no sangue dá-se o nome de glicemia e ao seu aumento de hiperglicemia. A frequência da DM do tipo 2 aumenta muito com a idade atingindo ambos os sexos e todas as idades (ROMA, 2011). Pessoas saudáveis são capazes de metabolizar rapidamente os carboidratos provenientes da dieta ajustando a produção de insulina em seu organismo, entretanto para o portador de diabetes esse mecanismo não funciona adequadamente. A meta no controle diabético é manter os níveis de glicose no sangue dentro dos limites normais. Altos índices de glicose no sangue resultam em sintomas agudos, como poliúria, polidipsia, hiperfagia, dificuldades na coagulação sanguínea e complicações macro e micro vasculares (OLIVEIRA et al, 2006). A HAS é caracterizada por níveis elevados e permanentes de Pressão Arterial (PA). Mesmo sendo assintomática, é responsável por complicações cardiovasculares, encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas.

Material e métodos

Para a determinação da presença de açucares redutores na urina foram feitos testes em tubos de ensaios contendo 2,5 mL do reativo de Benedict e 4 gotas de cada uma das amostras de urina, aqueceu-se os tubos de ensaios em banho-maria fervente de 2 a 5 minutos. O teste foi feito com 7 voluntários da UEMA do curso de Química Licenciatura. Foram coletas 14 amostras, sendo 7 pela manhã e 7 à tarde, 30 minutos após o almoço. A interpretação dos resultados foi feita através da verificação da cor, ou seja, quanto mais escura tendendo a cor vermelho-tijolo maior o teor de glicose presente na amostra. O teste é sensível às concentrações acima de 80 mg de glicose por 100 ml de urina, porém não é específico para glicose podendo dar reação positiva na presença de outros carboidratos. Em complemento aferiu-se também a pressão arterial dos voluntários que participaram deste projeto que tem a aprovação do Comité de Ética do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (registro do CEP: 191/11). Para a aferição da pressão arterial dos voluntários, utilizou-se um tensiômetro eletrônico OMRON® e classificada de acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010.

Resultado e discussão

Normalmente quantidades detectáveis de substâncias redutoras não são encontradas na urina, exceto em glicosúria renal. Os açúcares com capacidade de reduzir o íon Cu2+ são denominados açúcares redutores, sendo os mais comuns: a glicose, a frutose, a maltose e a lactose estes reduzem sais cúpricos mudando a coloração dos mesmos. O reagente de Benedict pode ser feito em laboratório com anidro de carbonato de sódio, citrato de sódio e cobre (II) de sulfato pentahidrato (de coloração azul). Uma vez adicionado a soluções contendo açucares redutores, como a glicose, estes reduzem o azul do sulfato de cobre da solução de Benedict para o marrom avermelhado do sulfeto de cobre que precipita e proporciona a mudança de cor do azul para o vermelho tijolo (Figura 1). Das amostras de urina avaliadas em jejum duas apresentaram coloração esverdeada e as outras cinco permaneceram com a coloração azul. Das amostras de urina coletadas após o almoço observou-se que quatro amostras ficaram esverdeadas. Em se tratando da aferição da pressão arterial, 6 voluntários apresentaram PA dentro dos padrões normais e um com grau de hipertensão 1 (Figura 2).


Figura 1: Controle positivo para glicose.


Figura 2. Coloração do reativo Benedict e pressão arterial para os 7 voluntários.

Conclusões

Os voluntários avaliados não apresentaram resultados positivos para o Benedict uma vez que estes são jovens e saudáveis, entretanto este método pode ser bastante útil para sua utilização em screening prévio da Diabetes tipo 1 em crianças nas escolas públicas visto que não é invasivo. Em relação à pressão arterial observamos que um voluntário apresentou grau de hipertensão-1. Estes resultados ressaltam a importância de programas de prevenção de doenças crônicas como a hipertensão arterial e a diabetes tipo 1 e tipo 2.

Agradecimentos

A professora Sandra Nunes, pela paciência e dedicação.

Referências

OLIVEIRA, R.O.; MARIA, L.C.S.; MERÇON, F. e AGUIAR, M.R.M.P. Preparo e Emprego do Reagente de Benedict na Analise de Açucares: uma Proposta para o Ensino e Química Orgânica. Química Nova na Escola. N° 23, p. 41-42, 2006.

ROMA, E. Fundação Ernesto Roma: Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal. 2011. Disponível em:< http://fundacaoernestoroma.org/a-diabetes >. Acessado em: 10 de ago. 2014.

VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO. Sociedade Brasileira de Hipertensão. 17(1), 2010.

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