Determinação de Ca, Fe, K, Mg e Zn em amostras de pequi da região Oeste da Bahia usando ICP OES

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Santos, B.G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Ledo, P.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Ribeiro, J.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Romão, I.L.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Novaes, C.G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Lemos, V.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA) ; Santos, M.J.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA)

Resumo

Neste trabalho foram avaliadas as concentrações de Ca, Fe, K, Mg e Zn em polpa e em amêndoa de frutos de pequi, oriundo das feiras livres dos municípios de Caetité, Guanambi e Jacaraci, no Oeste baiano, usando a Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES). Para digestão das amostras foram pesadas 0,1 g de cada parte do fruto e adicionado 1,5 mL de solução de ácido nítrico concentrado e 0,5 mL de peróxido de hidrogênio a 30 %. Após a digestão, a solução resultante foi transferida para um balão de 25 mL e analisadas por ICP OES. As concentrações encontradas para os elementos em estudo variaram de: 1709,1 a 2453,2 µg g-1 para o Ca, 5,51 a 36,4 µg g-1 para o Fe, 684,3 a 1845,4 µg g-1 para o K, 448,9 a 511,7 µg g-1 para o Mg e 54,9 a 133,7 µg g-1 para o Zn.

Palavras chaves

Nutrientes; Pequi; ICP OES

Introdução

No Brasil o interesse por frutas nativas vem aumentando a cada dia, tanto para economia do país quanto para a pesquisa, sendo o cerrado considerado como a região com grande destaque na contribuição para o fornecimento dessas frutas. No entanto, pouco se sabe sobre a maioria desses frutos. Em meio às características de cada árvore frutífera, o conhecimento da composição mineral do fruto é de grande importância para estabelecer as orientações nutricionais, baseada em uma dieta alimentar adequada. Dentre os mais diversos frutos que ocorrem no cerrado, destaca-se o pequi, pela grande versatilidade na região Centro-Oeste do Brasil. O pequi é um fruto de elevado valor calórico (Lima et al., 2008), rico em vitaminas A, E, C, ácidos graxos, fósforo, potássio e magnésio Em muitas regiões do Brasil, como o Norte de Minas Gerais, Oeste da Bahia e Goiás a sua exploração extrativa institui importante emprego para inúmeras famílias que têm essa cultura como fonte de renda e de ocupação através da colheita, processamento e de comercialização do pequi, durante os meses de dezembro a abril. (Matos, 2007). A parte comestível do fruto é formada pela semente envolta por uma camada de polpa de cor amarela ou alaranjada intensa. Na parte interna da camada de polpa tem uma camada de espinhos, e mais internamente uma amêndoa de cor branca, oleosa (Souza et. al., 2002. Perante a importância que o fruto apresenta para as regiões de produção, este estudo baseou-se nas hipóteses de que há diferença quanto à composição mineral oriundos do pequi de cidade para cidade e de diferentes partes do fruto. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o teor de Ca, Fe, K, Mg e Zn na polpa e amêndoa do pequi oriundos de três cidades do Oeste da Bahia usando a técnica de ICP OES.

Material e métodos

As amostras de pequi foram adquiridas em feiras livres nas cidades de Caetité, Guanambi e Jacaraci, e armazenadas no congelador até o procedimento de digestão. Os frutos foram coletados ao final do mês de abril do ano de 2013. Para a digestão, foi removida a casca dos frutos, onde retirou-se a polpa e a amêndoa. Aproximadamente 0,1 g de cada parte do fruto foram misturadas em 1,5 mL de solução de ácido nítrico concentrado e 0,5 mL de peróxido de hidrogênio a 30 %. A mistura foi colocada em uma bomba de digestão e levada ao microondas, onde foi mantida por 90 s. Após resfriamento do sistema em questão, a solução foi transferida para um balão de 25 mL e aferiu-se com água ultra-pura. Após a digestão, as soluções foram conservadas em geladeira até o momento da análise por ICP OES. As condições ótimas dos parâmetros instrumentais do ICP OES foram estabelecidas em: potência de radiofrequência de 1300 W, vazão de fluxo de nebulização de 0,70 L min-1 e vazão do gás auxiliar de 0,80 L min-1.

Resultado e discussão

Após otimização das variáveis em estudo e da digestão das amostras foi feita a determinação de Ca, Fe, K, Mg, e Zn na polpa e na amêndoa dos frutos de pequi por ICP OES. Os resultados encontrados nas amostras estão apresentados na Tabela 1. Após tratamento dos dados verificou-se que a concentração dos elementos analisados nos frutos de pequi apresenta diferenças de cidade para cidade e de polpa para amêndoa. Este fato pode ser explicado pela composição do solo e a época de produção do fruto. De modo geral as maiores concentrações na análise para os frutos de pequi se encontraram na amêndoa, resultados esses que são semelhantes a outros trabalhos publicados na literatura, como os dados do projeto TACO e de Almeida et al., 1998. Esses valores relativamente altos de concentração encontrada para cada elemento pode ser justificado pelo fato da região onde se localizam as três cidades ser uma região rica em minerais, principalmente na cidade de Caetité, com minerais ricos em ferro.

Figura 1

Determinação de Ca, Fe, K, Mg e Zn em amostras de pequi por ICP OES.

Conclusões

Os resultados deste trabalho demonstrou que as concentrações desses nutrientes nos frutos de pequi podem variar de cidade para cidade e da polpa para a amêndoa, fazendo-se necessário levar em consideração algumas características regionais, como a composição do solo, períodos de chuva, época de produção do fruto, etc. Provavelmente a hipótese de que frutos oriundos de solos pobres consegue absorver os nutrientes para a sua composição seja verdade.

Agradecimentos

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Laboratório de Química Analítica.

Referências

ALMEIDA, S. P.de. 1998. Frutas nativas do Cerrado: caracterização físico-química e fonte potencial de nutrientes. Internacional: Sano, S. M. & S. P. de Almeida. Cerrado Ambiente e Flora. Embrapa. p. 244-285
LIMA, A.; SILVA, A. M. O. E; TRINDADE, R. A.; TORRES, R. P.; MANCINI-FILHO, J. Composição química e compostos bioativos presentes na polpa e na amêndoa do pequi (Caryocar brasiliense, Camb.). Rev. Bras. Frut. Jaboticabal – SP. v. 29, n.3, p. 695-698, 2008.
MATOS, E. H. da, F. Silva. Dossiê Técnico – Cultivo do Pequi e Extração do Óleo. Distrito Federal: Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB, 2007.
TACO – tabela brasileira de composição de alimentos. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação – NEPA Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Versão 2 – Segunda Edição. Campinas – SP 2006.

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