Toxicidade de extratos orgânico de folhas e frutos de [i]Andira paniculata Benth[/i] frente as operárias de [i] Atta sexdens rubropilosa [/i]

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Araujo, J.C.M. (UEG) ; Silva, D.S. (UEG) ; Santos, A.C.M.S.R. (UEG) ; Bueno, O.C. (UNESP) ; Cole, H.L.A. (UEG) ; Ceccato, M. (UNESP) ; Menezes, A.C.S. (UEG)

Resumo

Este trabalho apresenta o estudo da toxicidade dos extratos da folha e dos frutos da planta do Cerrado Andira paniculata Benth(Fabacea), biomonitorado através de ensaio biológico sobre formigas cortadeiras (Atta sexdens rubropilosa) com o objetivo de avaliar a característica tóxica da planta da família fabaceae, através de testes in vitro. No teste de toxicidade para operárias de Atta sexdens rubropilosa o método de incorporação dos extratos da planta na dieta arficial foi o “dry mix”, onde essas dietas preparadas foram oferecidas a cinquenta operárias médias, durante 25 dias para cada tratamento.

Palavras chaves

Andira paniculata; Atta sexdens rubropilosa; Fabaceae

Introdução

O Brasil hospeda entre 15 a 20% de toda a biodiversidade mundial (BARREIRO; BOLZANI,2009). Com o aumento visível da população o homem sentiu a necessidade de maximizar a produção de alimentos melhorando o nível tecnológico do sistema de produção. Dentre as tecnologias adotadas, o controle de insetos praga contribuiu para tornar maior a produtividade.(SANTIAGO, 2009). Até a década de 1940, utilizavam-se inseticidas de origem naturais no controle de insetos-pragas, a partir do surgimento dos inseticidas sintéticos em 1942, representados pelo DDT (diclorodifenil-tricloroetano) os produtores agrícolas passaram a usar estes inseticidas em grande escala e de forma indiscriminada provocando intoxicações em homens e dos insetos benéficos, contaminação do meio ambiente e dos alimentos (VENDRAMIM & SCAMPINI ,1997). A diminuição na diversidade de moléculas sintéticas com atividade inseticida e os incrementos nos custos de produção reforçam o interesse na busca de alternativas de substâncias tóxicas de origem vegetal (VENDRAMIM & CASTIGLIONI, 2000). As implantações do manejo integrado de pragas criaram um ambiente propício para o desenvolvimento de trabalhos com plantas inseticidas, as quais são alternativas no controle de pragas promovendo o desenvolvimento sustentável da agricultura na atualidade. As formigas cortadeiras constituem um sério problema à agricultura brasileira, essas formigas são consideradas pragas severas de áreas cultivadas, pastagens e reflorestamentos, principalmente de Eucalyptus sp. e de Pinus sp.

Material e métodos

As folhas (531,0 g) e frutos (1.107,0 g) de Andira paniculata Benth foram coletados no mês de Setembro de 2008, na área de preservação do Cerrado situado na Base Área de Anápolis-Goiás, após identificação realizada pela Profª Dra Mirley Luciene dos Santos. A exsicata do material vegetal, n°=7176, foi depositada no herbário do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás. Após a coleta, as folhas foram secas em estufa e moídas; os frutos foram separados em casca, semente e polpa, e depois foram feitas extrações exaustivas com etanol a frio, obtendo a frações etanólicas. O extrato bruto etanólico das folhas e o extrato da casca do fruto foram fracionados por partição líquido- líquido. Os testes foram realizados no laboratório de insetos sociais-praga na UNESP, Rio Claro, SP. O método de incorporação foi o “dry mix”, onde o extrato é inicialmente macerado junto com glicose e depois adicionado os demais componentes, posteriormente, a dieta foi autoclavada. Para cada tratamento e grupo controle foram utilizadas 50 operárias médias, originárias de sauveiros artificiais existentes no Centro de Estudos de Insetos Sociais da UNESP e distribuídas em placas de Petri e mantidas durante 25 dias em estufas para B.O.D. à 25ºC e umidade relativa acima de 70% e diariamente a dieta foi renovada.

Resultado e discussão

Os resultados obtidos revelam que todos os tratamentos que continham os extratos etanólicos da folha da planta A. paniculta , apresentaram diferenças significativas em relação ao tratamento com dieta pura (controle). Os tratamentos fração acetato de etila e fração diclorometano apresentaram 100% de mortalidade nos 6º e 8º dias, respectivamente, enquanto a fração hexano atingiu 96% de mortalidade no 14º dia mantendo-se constante até o final do experimento, todos os tratamentos mostraram-se altamente significativos quando comparados ao controle (FIGURA 1.). Os resultados obtidos que continham os extratos do fruto não foram satisfatórios, pois na maioria dos teste a mortalidade não atingiu nem 50% (mediana) até o 25° dia de experimento (padrão utilizado no teste), e quando a mediana inferior ao 25° dia o número de mortalidade acumulada não foi significativo. As medianas para serem "ideais" teriam que ser menores ou até 10 dias, considerando que além da mediana temos que observar o número total de operárias mortas até o término dos 25 dias de experimentos. O teste com maior significância foi da fração diclorometano da casca, com 70% de mortalidade acumulada e mediana atingida no 13° dia.

GRÁFICO 1.

Gráfico das Curvas de mortalidade de Atta sexdens rubropilosa, submetidas ao bioensaio de incorporação em dieta artificial com A. paniculata.

Conclusões

Os resultados revelaram que todas as frações obtidas das folhas da planta Andira Paniculta apresentaram potencial inseticida em relação ao tratamento com dieta pura (controle). E os resultados referentes ao fruto não apresentam um potencial inseticida significativo.

Agradecimentos

Agradeço à CAPES, FAPEG e PrP-UEG.

Referências

VENDRAMIM, J. D., CASTIGLIONI, E. Aleloquímicos, resistência e plantas inseticidas. In: GUEDES, J. C., COSTA, L. D., CASTIGLIONI, E. Bases e técnicas do Manejo de Insetos. Santa Maria: USFM/CCD/DFS: Palloti, 2000. Cap.8, p. 113-128.
BOLZANI, V. S.; YOUNG, M. C. M.; FURLAN, M.; CAVALHEIRO, A. J.; ARAÚJO, A. R.; SILVA, D. H.; LOPES, M. N. “Search for antifungal and anticancer compounds from native plant species of cerrado e atlantic Forest”. An. Acad. Bras. Ci. 71(2): 181-189, 1999.
BARBOSA CG. Ação Anti-helmíntica de extratos brutos de Andira anthelmia (Vell.) Macbr. e Andira fraxinifolia Benth., em camundongos naturalmente infectados por Vampirolepsis nana e Aspiculuris tetraptera. Parasitol Latinoam 58: 23-29. 2003.
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