AVALIAÇÃO ANTIBACTERIANA DA RUTINA ISOLADA DE EXTRATOS DA FOLHA DE [i]Erythroxylum campestre[/i]

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Cole, H.L.A.C. (UEG) ; Santos, A.C.M.S.R. (UEG) ; Silva, D.S. (UEG) ; Santos, D.A. (UEG) ; Menezes, A.C.S. (UEG)

Resumo

Erythroxylaceae é uma família de plantas angiospérmicas pertencente à ordem Malpighiales, possui distribuição pantropical incluindo quatro gêneros e aproximadamente 250 espécies (AMARAL JÚNIOR, 1980). Os testes biológicos foram realizados a partir do método espectofotométrico, segundo o método CLSI 2002 com modificações, para avaliação da atividade antibacteriana da rutina isolada. Os resultados obtidos demonstram a alto atividade antiproliferativa deste composto. A substância demonstrou atividade antibacteriana com Concentrações inibitórias minimas variando entre 62,5 a 250 ug/mL, sendo, assim, um resultado significativo para demostrar à capacidade antibacteriana da substância testadas. Com isso confirma o poder de substâncias retiradas de plantas naturais para fins medicinais.

Palavras chaves

Erytroxylum campestre; Rutina; Antibacteriana

Introdução

O fator que favorece a área de produtos naturais, no Brasil, são os conhecimentos etnobotânico e etnofarmacológico da população brasileira, com a miscigenação tendo sido um fator primordial para este conhecimento (FERREIRA, 2002). O gênero Erythroxylum está distribuído nas regiões tropicais e subtropicais do mundo, sendo que para o Brasil é descrita a ocorrência de aproximadamente 130 espécies, em ambientes florestais e de Cerrado latu censu (AMARAL JÚNIOR, 1980. Apud BIERAS, 2004). Várias espécies do gênero possuem propriedades medicinais, sendo as populares cocas (E. coca Lamk. e E. novogranatense (D.Morris) Hieron.) e suas variedades as mais conhecidas e estudadas devido à presença de alcalóides em suas folhas (BIERAS, 2004). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população mundial usam recursos das medicinas populares para suprir necessidades de assistência médica privada, assim às plantas continuam ocupando o mesmo lugar de destaque no arsenal terapêutico (OSHIIWA, 2007). Sendo que 78% das drogas são antibacterianas e 60% dos medicamentos são antitumorais são derivados de produtos naturais (LIMA, 2006). O uso de plantas medicinais e fitoterápicos passaram a ser oficialmente reconhecidos pela OMS, 1978, quando foi realizada uma conferência em Alma-Ata na antiga União Soviética. As infecções microbianas tem papel marcante na história da humanidade e, de forma crescente, acumula evidências de que as intervenções humanas, associadas ao potencial de mudanças na estrutura genética dos micro- organismos, têm atuado sinergicamente no sentido de gerar variantes bacterianas de maior patogenicidade ou dotadas de resistência aos antibióticos disponíveis (TRABULSI,2008)

Material e métodos

A parte do vegetal estudada são as folhas. A coleta do material foi feita, no campus Henrique Santillo da Universidade Estadual de Goiás, em Anápolis, Go. A identificação foi feita pela Profª. Dra.. Mirley Luciene dos Santos e uma exsicata foi armazenada no herbário do departamento de Ciências Biológicas da UEG. Após a coleta, o material foi selecionado e submetido à secagem em estufa ventilada a 40 ºC. Após secas, foram postas em extração exaustiva com Metanol. Realizando o fracionamento com microcelulose, foram feitas diversas cromatografias em coluna, até chegar a substância pura. Foram testadas para avaliar a susceptibilidade das bactérias, gram positivas e gram negativas, frente aos compostos estudados seguindo a metodologia proposta pela Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI 2002) com modificações. As cepas foram plaqueadas em caldo Ágar Muller Hinton (CMH) e incubadas por 24 horas a 37ºC. A rutina foi dissolvida em 0,5mL de dimetilsufóxido (DMSO). Foi diluído 500 µL dessa solução em 2 mL de caldo Muller Hinton(CMH) para obtenção da primeira concentração. Com auxílio da pipeta multicanal foram feitas sucessivas diluições na microplaca. Uma coluna foi utilizada como controle de crescimento, sem a substância. Para preparação do inóculo foram suspensas 4 colônias pequenas em 5mL de solução fisiológica estéril, seguido de uma diluição (1/1000), em caldo Muller Hinton, obtendo assim um concentração de aproximadamente 5x105 UFC/mL. A suspensão foi ajustada para que sua turbidez coincidisse com a da solução padrão McFarland de 0,5. A Concentração Mínima Inibitória (CMI) da substância utilizada foi determinada após 24 horas de incubação. Foi utilizado leitor de microplacas Elisa com leitura em 254 nm para confirmar os resultados obtidos

Resultado e discussão

O ensaio antibacteriano da substância isolada foi realizada frente às linhagens de Burkholderia cepacios (ATCC 17759), Pseudonomas auroginasas (ATCC 9027), Enterococais faecalis (ATCC 19433) e Escherichia coli (ATCC 8739). As folhas de Erythroxylum campestre foram extraídas com metanol. O solvente orgânico foi evaporado em evaporador rotativo TE-210, obtendo-se desta forma o extrato bruto metanólico (ECFM). O fracionamento do extrato metanólico (ECFM – 0,5g) foi feita através de cromatografia em coluna de gel de sílica, usando como fase móvel os solventes CH2Cl2:MeOH com gradiente de eluição em ordem crescente de polaridade, que foram submetidas, as 400 frações, à analise por Cromatografia de Camada Delgada Analítica e então reunidas. Após sucessivos fracionamentos das frações 226-236, por cromatografia de exclusão (Sephadex® - LH-20), e eluição em MeOH 100% obteve um sólido amorfo amarelado (300mg). A substância isolada foi identificada através de uma Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H, e comparada à literatura. Com isso foi possivel identificar o composto sendo a Rutina. A partir do ensaio de susceptibilidade in vitro foi possível fazer a analise estatística com os valores da concentração da amostra e com os dados passados a partir da leitura realizada. Com isso foi possível calcular a CL50 da amostra frente às cepas bacterianas testadas. Com o valor daCL50 foi realizado o cálculo de percentagem de letalidade conforme o GRÁFICO1. Para considerar um bom poder antibacteriano, temos a percentagem maior que noventa portento (>90%).

GRÁFICO1

CL50 E PERCENTAGEM DE MORTALIDADE

Conclusões

O método CLSI 2002 com modificações, para a determinação da atividade antibacteriana, mostrou-se muito eficiente, pois é extremamente seletivo e muito simples de se realizar. Com os valores obtidos percebemos um alto poder antiproliferativo, tendo bons dados de CL50, e com isso perceber o alto poder antibacteriano da rutina isolada da planta Erytroxylum campestre. O teste em susceptibilidade in vitro, mostra-se ideal para tal analise.

Agradecimentos

Agradeço à CAPES, FAPEG e PrP-UEG pelo apoio financeiro.

Referências

FERREIRA, S.H. Academia Brasileira de Ciências: Medicamentos a base de plantas medicinais. 2002
AMARAL JUNIOR, A. Erythroxilaceae. In Flora ilustrada catarinense (R. Reitz, ed.). Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, p. 64, 1980.
BIERAS, A. C.; SAJO, M. G. Ontogenia foliar de três espécies de Erythroxylum P. Browne
(Erythroxylaceae) ocorrentes no Cerrado. Revista Brasil. Bot., V.27, n.1, p.71-77, jan.-mar. 2004.
OSHIIWA, M.; MACEDO, A.F.; GUARIDO, C.F. Ocorrência do uso de plantas medicinais por moradores de um bairro do município de Marília-SP. Revista de Ciências. Farmacêutica. Básica e Aplicada, v. 28, n.1, p.123-128, 2007.
LIMA, G. R. Proposta de resolução específica para manipulação de plantas medicinais e Fitoterápicos. Projeto apresentado à Pós-Graduação da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão Pública da Assistência Farmacêutica. Brasília – DF, Setembro de 2006.
TRABULSI L. R.; ALTERTHUM F. Staphylococcus aureus. In: TEIXEIRA L. M.; SANTOS K. R. N.; BUERIS V.; TRABULSI L. R. Microbiologia. 5.ed. São Paulo: Atheneu, 2008. p.175-182

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