GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Donda, G.M. (INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO - IFSP) ; Hamada, A.M.O. (INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO - IFSP) ; Silva, C.F.B. (INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO - IFSP)

Resumo

Com o grande acúmulo de resíduos químicos, devido às aulas práticas realizadas pelos alunos, assim como as atividades de ensino organizadas pelos professores, passou-se a ser de grande relevância a elaboração de técnicas de descarte, iniciando-se, dessa forma, o gerenciamento desses resíduos, dos quais envolvem uma série de etapas (VITTA, 2014), que incluem: I) realização de um inventário; II) proposição de medidas de minimização; III) segregação; IV) acondicionamento; V) rotulagem dos resíduos; VI) tratamento; VII) armazenamento; VIII) transporte e IX) disposição final dos resíduos. É importante ressaltar, ainda, que a minimização – etapa importante do gerenciamento de resíduos – baseou-se nos 4Rs (MACHADO, 2008) ( Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recuperar).

Palavras chaves

RESÍDUO; DESCARTE; TRATAMENTO

Introdução

A realização de atividades experimentais exerce uma enorme importância para o ensino e aprendizagem dos estudantes nas aulas de química, funcionando como uma complementação das bases teóricas, servindo, portanto, como uma função extremamente fundamental do conhecimento científico. Entretanto, o uso de algumas substâncias permitem que diversos resíduos químicos sejam gerados, tornando-se necessária uma gestão adequada para que não se acumulem em laboratórios, devido, na maioria das vezes, às suas características nocivas ao meio ambiente e ao ser humano, aumentando o risco de acidentes e o seu descarte inadequado. Em função disso, os resíduos não podem ser despejados na pia ou no lixo comum, havendo a necessidade de se utilizar um conjunto de técnicas, preferencialmente se baseando na minimização desses resíduos, sustentando-se nos 4Rs ambientais (Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recuperar). O objetivo desse projeto é realizar um levantamento dos tipos de resíduos presentes nos laboratórios do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – Campus Capivari, fazendo pesquisas relacionadas ao gerenciamento de resíduos químicos e testar novos métodos de tratamento, além da elaboração de materiais escritos para que outros possam proceder de forma eficiente e segura perante os resíduos que porventura possam ser gerados.

Material e métodos

No laboratório do IFSP havia 17 frascos de origem desconhecida, sem rotulagem e de volumes variáveis. Inicialmente, os frascos foram enumerados e realizaram-se filtrações para separarem as substâncias sólidas dos resíduos, que foram levados à estufa para sofrerem desidratação. Os sólidos separados foram reservados em cadinhos que, posteriormente, sofreram calcinação, guardando-os em um novo frasco para posteriormente descartá-los em local adequado. Em seguida, realizaram-se neutralizações com 100mL de resíduos ácidos com bicarbonato de sódio e titulações com hidróxido de sódio, para determinar a quantidade de base necessária para neutralizá-los averiguando qual dessas seria a mais eficaz. Observando uma possível precipitação caso ainda houvesse a presença de metais pesados. Análises qualitativas foram feitas antes e após as titulações (adicionando ácido clorídrico para acidificar o meio). Pipetaram-se pequenas alíquotas de diferentes soluções (< 3 mL) nos resíduos que se encontravam em tubos de ensaio, para se observar as possíveis presenças de cloreto (coloração branca), sulfato (coloração branca), íons ferro (coloração avermelhada) , agentes oxidantes (coloração vermelha/laranja) e redutores (coloração incolor) e iodo (coloração escura) (JARDIM, 1998). Foram realizados cálculos da solubilidade de alguns metais pesados utilizados com maior frequência nos laboratórios, obtidos através de seus produtos de solubilidade (KOTZ, 2009). Os resultados destes cálculos podem ser comparados aos padrões da quantidade máxima do lançamento de determinados efluentes segundo a Resolução nº430, Seção II, Art. 16, de 13 de maio de 2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (BRASIL, 2014).

Resultado e discussão

A partir das massas dos sólidos obtidos através das filtrações, que foram analisadas antes e após a calcinação, observou-se uma redução significante (Tabela 1); quanto aos testes de neutralizações, pode-se observar que o segundo método foi o mais vantajoso, ao utilizar uma menor quantidade de hidróxido de sódio quando comparada à de bicarbonato de sódio (Tabela 2). A realização dos testes de identificação permitiu verificar que a composição dos resíduos é diversificada; enquanto alguns tiveram resultados positivos ao esperado (Tabela 3), outros apresentaram colorações variáveis, consequência do período de quatro anos em que ficaram estocados, além de informações incompletas sobre os resíduos coletados nos frascos. As análises qualitativas mostraram, também, que a maioria apresentaram caráter ácido, totalizando 88% contra apenas 12% do restante com caráter alcalino, fazendo com que a segurança seja ainda maior, diminuindo assim os possíveis riscos causados.







Conclusões

A diversificação das substâncias fez com que os métodos adotados fossem ainda mais cuidadosos para que não prejudicasse o meio ambiente, tratando os sólidos como metais pesados, para que pudessem ser levados a aterros específicos. Através das pesquisas bibliográficas sobre o gerenciamento de resíduos químicos, foram realizados diversos testes de tratamento, como neutralização, reação de oxi- redução e precipitação, além de novos métodos que serão realizados ao decorrer do projeto, elaborando-se um material eficiente para que outros possam executar tais atividades de forma segura e concisa.

Agradecimentos

Agradecemos aos técnicos dos laboratórios, ao nosso mentor, Carlos, toda à equipe do IFSP e ao Programa de Bolsa Discente pela oportunidade concedida.

Referências

KOTZ, J. C; TREICHEL, P. M; WEAVER; G. C. Química Geral e Reações Químicas 2. São Paulo: Cengage Learning, 2009.

MACHADO, P. F. L.; MÓL, G. S. Resíduos e Rejeitos de Aulas Experimentais: O que Fazer?. Química Nova, São Paulo, n. 29, p. 38, Ago. 2008.

VITTA, P. B. D. Gerenciamento de Resíduos Químicos Gerados em Laboratórios de Ensino e Pesquisa: Procedimentos Gerais. Disponível em: <http://www.cnpsa.embrapa.br/met/images/arquivos/17MET/minicursos/minicurso%20patricia%20texto.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2014.

JARDIM, W. F. Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa. Química Nova, São Paulo, v. 21, n. 5, p. 671-673. 1998.

BRASIL. Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Brasília, DOU, pag. 89, 16 maio 2011. Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>. Acesso em: 29 jun. 2014.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ