Avaliação da proteção de vergalhões de aço à corrosão com resina formada através da polimerização eletroquímica do LCC (Líquido da Castanha do Caju)

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Nunes, M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI) ; Caetano, M.R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI) ; Santos, H.L.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI) ; Figueiredo, F.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-PI) ; Santos, J.A.V. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI) ; Santos Junior, J.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI)

Resumo

As armaduras de aço em estruturas de concreto armado sofrem processo de corrosão devido ao ambiente agressivo em que estão expostas. O processo de corrosão pode ser de natureza química ou eletroquímica. Neste trabalho utilizou-se como inibidor de corrosão uma resina de LCC, e sua eficiência como inibidor foi confirmada pelos baixos valores de corrente e potencial de corrosão. As analises de corrosão foram feitas comparando-se o valor dos vergalhões cobertos com a resina em relação a um não coberto. A corrente do vergalhão com recobrimento da resina diminuiu seu valor da ordem de 10-6 para 10-9 A, com relação ao não coberto, e o potencial de -0,55 V para -0,327 V. Estes resultados indicam que a resina de LCC formada por eletro-polimerização foi eficaz contra o processo de corrosão.

Palavras chaves

LCC ; Aço; Corrosão

Introdução

Em consequência da ação do meio, armaduras de aço em estruturas de concreto armado, sofrem processo de corrosão, que pode ser de natureza química ou eletroquímica (GENTIL, 1996). Os custos com restaurações e recuperação das estruturas de concreto armado, devido aos danos ligados ao processo de corrosão, causam enormes prejuízos tanto econômicos como sociais (BOLINA e CASCUDO, 2013). Em virtude desses danos inibidores de corrosão vêm sendo desenvolvidos, com intuito de aumentar a durabilidade e vida útil dessas estruturas. No presente trabalho utilizou-se como inibidor de corrosão, uma resina formada a partir da eletro-polimerização do LCC. O LCC é uma das poucas fontes naturais ricas em compostos fenólicos de cadeia longa e insaturada. O LCC e seus derivados possuem várias aplicabilidades e podem ser usados na fabricação de resinas poliméricas, fármacos, adesivos, vernizes, surfactantes, pesticidas, entre outras (MAZZETTO e LOMONACO, 2009). O presente trabalho tem como objetivo a eletrodeposição de uma resina, formada através da polimerização eletroquímica do LCC, sobre a superfície de um eletrodo de aço, para proteger o aço contra a corrosão em meio aquoso.

Material e métodos

Inicialmente vergalhões de aço CA60 em tamanhos de 13 cm de comprimento foram decapados em uma solução de ácido sulfúrico 5% por 10 minutos, terminada essa etapa lavaram-se os vergalhões com água destilada para retirar todo excesso de ácido. A solução utilizada para a síntese eletroquímica da resina foi formada por 20 g de LCC, 190 mL de metanol produzido pela usina de biodiesel da UFPI e um eletrólito neutro. Todo o procedimento da síntese da resina foi realizado com agitação, utilizando-se um agitador magnético, e sem aquecimento. Para o revestimento do vergalhão com a resina o mesmo foi utilizado como ânodo, e a eletrodeposição da resina foi feita durante 1 hora, a um potencial de 5 V, utilizando-se uma fonte saída de (0 A 60VDC/5A). Depois de o revestimento da resina ser formado sobre o vergalhão esperou-se secar, após a secagem foram feitas as medidas eletroquímicas. As análises de corrosão foram feitas utilizando o aparelho Potenciostato/Galvanostato – AUTOLAB, Programa NOVA – versão 1.10 e foram feitas em meio de uma solução de NaCl a 3%. Neste estudo utilizou-se como eletrodo de referência o eletrodo de Ag/AgCl, como contra eletrodo o de platina e como eletrodo de trabalho os vergalhões.

Resultado e discussão

O gráfico da Figura 1 mostra a comparação da análise de polarização linear entre o vergalhão não coberto e o recoberto com a resina de LCC. No gráfico pode ser observado que houve uma diminuição considerável do valor da corrente e do potencial de corrosão do vergalhão recoberto, quando comparado com o que estava sem cobertura. A corrente do vergalhão com recobrimento da resina diminuiu seu valor da ordem de 10-6 para 10-9 A, com relação ao não coberto e o potencial de -0,55 V para -0,327 V, como pode ser visto na Figura 1. Estes resultados indicam que a resina forma uma barreira que impede a passagem da corrente diminuindo assim a taxa de corrosão do vergalhão, ou seja, agindo como um inibidor eficiente contra o processo de corrosão.

Figura 1

Comparação da análise de polarização linear entre os vergalhões recoberto (2) e não recoberto (1) com a resina de LCC eletro-polimerizado

Conclusões

De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que a resina de LCC formada por eletro-polimerização, foi eficaz como inibidor de corrosão, mostrando através das análises de polarização linear baixos valores de potencial e corrente de corrosão.

Agradecimentos

Lab. Bioeletroquímica-UFPI, UFPI, Usina de Biodiesel da UFPI, IPEC

Referências

BOLINA, C. de C.; CASCUDO, O. Inibidores de corrosão: análise da eficiência frente à corrosão do aço induzida por cloretos e carbonatação em meio aquoso. ENGEVISTA, v. 15, n. 1. p. 81-94, Abril 2013.
GENTIL, V. Corrosão. Livros Técnicos e Científicos S. A, 3 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1996.
MAZZETTO, S. E.; LOMONACO, D. Óleo da castanha de caju: oportunidades e desafios no contexto do desenvolvimento e sustentabilidade industrial. Química nova, v.32, n.3, p.732-741, 2009.

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