ANÁLISE DO PODER CALORÍFICO ENTRE O AZEITE E O ÓLEO DE BABAÇU UTILIZANDO MATERIAIS DE FÁCIL ACESSO

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Físico-Química

Autores

Lima Feitosa, F.A. (CESC/UEMA) ; Sousa de Alencar, A.C. (CESC/UEMA) ; dos Santos, M.F. (CESC/UEMA) ; Mendes Nunes, P. (UEMA/IFMA) ; Ferreira Lima, T.A. (CESC/UEMA)

Resumo

O principal produto extraído do babaçu, com valor mercantil e interesse industrial são as amêndoas contidas em seus frutos. O alto teor de óleo destas indica uma planta em potencial para a produção de óleo vegetal. Foram escolhidos dois derivados do babaçu para a realização do experimento devido a sua abundância em nossa região, tendo em vista a determinação e comparação do valor calorífico entre o óleo e o azeite de babaçu utilizando materiais de fácil acesso. Ao final do trabalho pode- se concluir que o azeite desempenha um poder calorífico bem maior do que o óleo refinado.

Palavras chaves

Babaçu; Calorífico; Óleo

Introdução

O babaçu é um tipo de palmeira da família botânica Arecaceae, presente em diversos países da América Latina.Seu uso é bastante comum na Amazônia, na Mata Atlântica, no Cerrado e na Caatinga, onde ocorre espontaneamente em vários estados. O babaçu é muito conhecido entre populações tradicionais brasileiras, e dependendo da região, pode ser chamado também de coco palmeira, coco-pindoba, baguaçu, andajá, indaia, pindoba, pindobassu ou ainda vários outros nomes.Existem muitas espécies de babaçu, mas as mais conhecidas e que são mais utilizadas são: Attalea phalerata e Attalea speciosa. Segundo CARRAZZA; ÁVILA; SILVA nessas regiões, o babaçu é encontrado principalmente em formações conhecidas como babaçuais que cobrem cerca de 196.000 km² no território brasileiro, com ocorrência concentrada nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, na região conhecida como Mata dos Cocais.As amêndoas do babaçu representam cerca de 7% do coco e cada coco possui cerca de 4 a 5 amêndoas.O óleo ou gordura do coco de babaçu bruto se caracteriza como óleo ou gordura obtido pelo processo de extração.Sendo que o óleo bruto deve ser submetido ao processo de refino para o consumo humano (BRASIL, 1999 apud OLIVEIRA etal.).O óleo extraído representa cerca de 40% da amêndoa.Apesar do óleo de babaçu ser comestível ele não é tão usado pelas populações quanto o óleo de soja.Este trabalho tem como objetivo determinar e comparar o poder calorífico do óleo e do azeite utilizando materiais alternativos.Calorimetria é o estudo e a medição das quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante os fenômenos físicos e/ou químicos.De acordo com RUSSEL para calcular a quantidade de calor absorvida ou liberada durante a reação, é necessário conhecer a capacidade calorífica do interior do calorímetro.

Material e métodos

Usou-se 6 gizes para quadro branco, 25 ml de óleo refinado de babaçu, 25 ml de azeite bruto de babaçu,100 ml de água de torneira, bico de bunsen, balança analítica, suporte universal, 2 garras, 1 termômetro, 2 béqueres de 50 ml e 1 béquer de 300ml e uma argola.Etapa 1: Primeiramente pesaram-se os seis gizes, posteriormente mergulharam-se três gizes no béquer onde havia o óleo refinado e três onde havia azeite, por aproximadamente 3 horas. Após esta etapa retiraram- se os mesmos dos béqueres e fez-se a pesagem novamente;Etapa 2 : Depois colocou- se 100 ml de água em um béquer de 300 ml, mediu-se a temperatura da água e então posicionou-se o béquer no suporte universal com a ajuda de uma argola e prendeu- se o termômetro também no suporte universal para medir a temperatura da água durante o aquecimento;Etapa 3 : Após feita a etapa anterior, acendeu-se o giz embebido com óleo ou azeite com o auxílio do bico de bunsen e colocou-se o giz debaixo do béquer com o auxílio de outra garra;Etapa 4 : Esperou-se até que a chama do giz apagasse e então mediu-se a temperatura da água novamente. Repetiu- se este procedimento com os outros cinco gizes restantes;Etapa 5: Realizou-se cálculos para determinação e comparação do poder calorífico das amostras.

Resultado e discussão

Na pesagem dos gizes conseguiram-se estes valores que estão contidos na tabela de massas.Percebe-se que a média da massa do azeite é bem maior do que a do óleo refinado, como se pode ver na tabela de massas, isso se dá devido o azeite não ter passado por um processo de refinamento.No valor da temperatura da água antes e depois do aquecimento conseguiram-se os seguintes valores, que estão contidos na tabela de temperaturas.Através desses valores foi possível notar que há uma diferença de temperatura, onde o azeite apresenta-se com a maior. No decorrer da experiência foi observado que houve emissão de fuligem, onde o azeite apresentou uma maior quantidade em relação ao óleo refinado, devido ao azeite não ter passado por um processo de refinamento, contendo assim certas impurezas.Depois de obtidos os dados necessários, foram feitos cálculos para comparar o poder calorífico entre as duas amostras. Utilizou-se a seguinte fórmula: Q = m. c.ΔT (sendo c = calor específico da água) e se conseguiu os seguintes resultados em cal: 100,92 para o azeite e 88,08 para o óleo; depois de feito este processo os resultados foram transformados para joule, 421,84 para o azeite e 368,17 para o óleo, isto foi necessária pois no Brasil se adota o Sistema Internacional de Unidade (SI), no qual a unidade de energia é o joule (J).

TABELA DE MASSAS

Valores obtidos com as pesagens, desvio padrão e média das massas.

TABELAS DE TEMPERATURAS

Valores das temperaturas iniciais e finais (temperatura da água antes e depois do aquecimento).

Conclusões

Notou-se que com os resultados obtidos com o experimento foi possível quantificar o poder calorífico das amostras, sendo o do azeite superior ao do óleo, podendo assim afirmar que há mais vantagem de se utilizar o azeite do que o óleo. Pode-se afirmar também que se trata de um método bem simples, pois se utiliza apenas materiais do dia a dia.

Agradecimentos

Ao CESC-UEMA pelo apoio e incentivo à pesquisa,a Deus, nossos familiares e ao nosso orientador.

Referências

CARRAZZA, Luis Roberto; ÁVILA, João Carlos Cruz e; SILVA, Mariane Lima da. Aproveitamento Integral do Fruto e da Folha do Babaçu. 2. ed. Brasília: Isbn, 2012. 68 p. LUZ, Djavania A. et al. ESTUDOS FÍSICO-QUÍMICOS DO ÓLEO DE BABAÇU BRUTO (Orbignya phalerata Mart.) E DE UM SUBPRODUTO DA ETAPA DE DEGOMAGEM DO PROCESSO DE REFINO. 2011. Disponível em: <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/640>. Acesso em: 20 jun. 2014. OLIVEIRA, Lucillia Rabelo de et al. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO BRUTO DE COCO BABAÇU (Orbignya phalerata Mart.) COMERCIALIZADO NA ZONA RURAL DE JOSÉ DE FREITAS-PI. 2007. Disponível em: <http://www.redenet.edu.br/publicacoes/arquivos/20080922_085547_AGRO-016.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2014. Russel, J. B. Química Geral, Vol. 1. 2ª edição, São Paulo; Makron Books, 1994.

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