Análise físico-química da água distribuída no município de Oriximiná-PA

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Analítica

Autores

Germilane, M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Santos, V.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Santos, S.S. (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE ORIXIMINÁ) ; Heriberto, R.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Moura, G.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Diniz, V.W.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

O presente estudo tem por objetivo analisar a qualidade da água servida em 5 bairros: Penta, São Pedro, São José Operário, Santa Terezinha e Área Pastoral, no município de Oriximiná-PA. Para tal, foram realizadas as seguintes análise: cor, turbidez, pH, dureza, determinação de alumínio, ferro, nitrato, amônia, coliformes totais e coliformes termotolerantes. Os valores se encontram dentro da faixa de aceitação do Ministério da Saúde (MS-518), exceto os valores de pH que estão abaixo, os valores de alumínio que estão acima em duas das amostras e a presença de coliformes na maioria das amostras analisadas. Os resultados mostram a necessidade em priorizar monitoramento do controle de qualidade da água, que é consumida nesta região.

Palavras chaves

análise físico-química; água; potabilidade

Introdução

O município de Oriximiná faz parte da mesorregião do Baixo Amazonas. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas: “01º 46’ 00” S e “55º 51' 30" W. Gr. (TAVARES et al, 2009). O município ocupa uma área de 107.603,992 Km2 e possui uma população de 62.963 habitantes (IBGE, 2010). O principal rio do município de Oriximiná é o Rio Trombetas (SEPOF, 2007). A estrutura da Rede de Saúde, está composta de 06 Unidades Básicas de Saúde na área urbana e 10 na área rural, 03 Hospitais sendo um Municipal, outro Federal e um terceiro na área rural no Porto Trombetas que pertence ao complexo da Mineração Rio do Norte. Os dados de diarréia são recolhidos nos atendimentos das Unidades Básica de Saúde (UBS), pelos médicos de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde-ACS. Cinco bairros da cidade de Oriximiná foram selecionados, São Pedro, Penta, São José operário, Santa Terezinha e Área Pastoral. Estes bairros registraram 1992, 2318 e 1949 casos de Doenças Diarréicas Agudas (DDA) entre os anos de 2009 e 2011, respectivamente (SIAB, 2013). A distribuição de água nestes bairros se dá através da captação de água de poços artesianos do aquífero Alter do Chão, sistema hidrogeológico de características confinado e livre, no complexo da Região Hidrográfica do Amazonas (CPRM, 2012). Os principais objetivos deste trabalho foram analisar a água coletada nos microssistemas: São Pedro, Penta, São José Operário, Santa Terezinha e Área Pastoral, comparando os resultados entre os mesmos; analisar os parâmetros físicos e químicos como: cor, turbidez, pH, Dureza, Alumínio, Ferro,Nitrato, Amônia, Coliformes totais e Coliformes termotolerantes.

Material e métodos

As amostras de água foram coletadas em frascos de polietileno limpos e secos. Para as análises microbiológicas foram utilizados sacos de coleta estéreis, devidamente identificados. Em seguida os recipientes foram vedados, identificados e transportados sob refrigeração em caixas isotérmicas para serem analisadas no laboratório no prazo máximo de 6 horas. Todos os procedimentos de coleta, conservação e transporte das amostras de água de consumo seguiram as recomendações do Standard Methods for the Examination of water and Wasterwater, 20th (APHA, 1998). Para as análises físico-químicas foram realizadas as metodologias comumente empregadas para análises de água, tanto os métodos volumétricos quanto os instrumentais. Todas as análises foram realizadas em triplicada.

Resultado e discussão

Os valores de cor e turbidez encontrados nas amostras, 0-2,3 e 0-0,66, respectivamente estão em conformidade com a legislação vigente. O pH levemente ácido (valores de 4,1 a 5,9) reflete a realidade do aquífero regional Alter do Chão, na faixa de 4,06 a 5,9 (CPRM, 2012). O Valor Máximo Permitido (VMP) é de 6,0 a 9,5 (BRASIL, 2006). A dureza medida nas análises através do Carbonato (CaCO3) de variação 2,0 a 4,2 mg/L foi muito baixa comparada ao VMP (500 mg/L), sendo considerada brando ou mole. (BRASIL, 2006). Alumínio variação de 0,0 a 0,324 mg/L denota o aparecimento do metal nos bairros São José e Santa Terezinha (0,34 e 0,22 mg/L, respectivamente) condições das características geoquímica da bacia de drenagem. O valor máximo permitido é de 0,2 mg/L (MS, 2004). O Ferro os índices encontrados foram de 0,01 à 0,08 mg/L, valores abaixo do limite no padrão de aceitabilidade 0,3 mg/L (VMP) . O Nitrato (NO3) os índices encontrados foram de 1,20 a 4,46 mg/L valores abaixo do limite padrão de aceitabilidade 10 mg/L (VMP) . A Amônia NH3, encontrada em índices de 0 – 0,026 mg/L estando abaixo do valor máximo permitido (VMP) para o parâmetro é 1,5 mg/L. Os resultados das análises bacteriológicas gerados demonstram a presença de coliforme total nas águas dos bairros São Pedro 33,3%, e da Penta, um acréscimos de 66,6% no bairro Área Pastoral e na totalidade nos bairros Penta e Santa Terezinha, dados preocupantes pela não conformidade e para o parâmetro de coliforme termotolerantes, observou-se que o teste foi positivo em 33,3% das análises nos bairros São Pedro, Penta e Área Pastoral; 66,6% em Santa Terezinha, sendo considerado um resultado preocupante, assim como no bairro São José Operário, que apresentou total presença de bacterias do gurpo termotolerante.

Conclusões

Os parâmetros cor, turbidez, dureza, ferro, nitrato e amônia estão de acordo com os valores que a legislação brasileira estabelece como aceitável para consumo. O parâmetro Alumínio encontra-se com valores acima do permitido nos bairros de São José e Santa Teresinha. O parâmetro pH não está de acordo com os valores que a legislação brasileira estabelece como aceitável para consumo. Em relação aos coliformes os dados não apresentam uma conformidade, sendo assim é recomendado a utilização de hipoclorito nas águas que são distribuídas. Estes dados, em parte, justificam o alto índice de Diarréia.

Agradecimentos

Referências

AMERICAN PUBLIC HEALTH. Standard Methods for the Examination of Water and wastewater. 20th Washington: APHA, AWWA, APCF, 1998.
Brasil. 2006 Vigilância e Controle de Qualidade para Consumo Humano. Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde Brasília Coordenação em Vigilância Ambiental em Saúde – BR
CPRM. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. Projeto Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas: relatório diagnóstico Aqüífero Alter do Chão, Bacia sedimentar do Amazonas. Homero reis de Melo Junior, Maria Antonieta Alcântara Mourão. Belo Horizonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2012.
IBGE 2010. Censo Demográfico 2010, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. http://www.ibge.gov.br/, acesso em: 22 de janeiro de 2011.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria nº 518, 2004
SIAB. Sistema de Informação da Atenção Básica. Saúde da família. Disponível em : http://www.datasus.gov.br/siab/siab.htm. [Acessado em 11/03/2013].
TAVARES. A. G.; DE SOUZA, A.V.S.; CARDOSO, D.M.; ASSIS, E.C.; FILHO, J.M.S.; SANTOS, P.C.; BRITO, L.J.P.; SOUZA, T.B.F.; HOSHINO,S.Diagnóstico local do municipio de Oriximiná-PA. Projeto SIS Fronteira. Universidade federal do Pará – UFPA. Pró-Reitoria de extensão. Belém-PA, 2009.
SEPOF. Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças. http://www.sepof.pa.gov.br.

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