A QUALIDADE DA GASOLINA COMERCIALIZADA NOS POSTOS DE COMBUSTIVEIS NO NORTE DE MATO GROSSO

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Química Analítica

Autores

Both, L. (IFMT - BELA VISTA) ; Bohrer, L.F. (IFMT/UAB) ; Fratari, S.C. (IFMT/UAB) ; Bezerra, V.N. (IFMT/UAB) ; Silva, G.C. (IFMT/UAB) ; Maestri, C.S. (IFMT/UAB) ; Silva, D.S. (IFMT/UAB)

Resumo

Este trabalho tem por objetivo a análise de combustíveis comercializados na região Norte de Mato Grosso. Essa região passa por diversas transformações industriais, principalmente devido à qualidade das terras para a criação de gado e o plantio de soja, porém muito longe da capital e das cidades maiores do Estado. Pensando nisso é necessário compreender melhor a qualidade das substâncias químicas utilizados no dia-dia. E um desses produtos é a gasolina. Devido a distâncias das refinarias a qualidade da gasolina precisa ser melhor compreendida pela população. Suspeita-se que: cerca de 60% de gasolina comercializado na região encontra-se fora dos padrões estabelecidos; caminhões que transportam combustíveis estão transportando sebo animal, que influi qualidade da gasolina.

Palavras chaves

Combustpiveis; gasolina; qualidade

Introdução

A utilização do petróleo como fonte de energia foi essencial para garantir o desenvolvimento industrial verificado durante o século XX. Através da sua destilação fracionada, podem-se obter vários produtos derivados de grande importância econômica, tais como o gás natural, o querosene, o diesel, os óleos lubrificantes, a parafina e o asfalto. Mas a fração do petróleo que apresenta maior valor comercial é a gasolina, combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos (substâncias orgânicas que contém átomos de carbono e hidrogênio) e, em menor quantidade, por produtos oxigenados. Dentre a mistura de substâncias constituintes da gasolina destaca-se como maior e mais importante fração o 2,2,4-trimetilpentano, também conhecido como iso-octano. Ele é o padrão na escala de octanagem. A Petrobras uma empresa petrolífera e brasileira, responsável hoje no mundo por diversos tipos de variedades de gasolina com a utilização de uma tecnologia própria de fabricação das mais diversas frações de derivados de petróleo que são os constituintes da nossa gasolina que misturada com determinados aditivos por formulações convenientemente predeterminadas a fim de atender aos requisitos básicos de qualidade. Combustível esse que quando chamamos de aditivados é que os mesmos são constituído em sua formulação de uma determinada substancia capaz de melhorar a performance do combustível, sendo essa substancias: detergente, inibidor de corrosão, desemulsificante. Visando atender ao disposto no artigo 8º da Lei 9.478/1997, em particular os incisos que tratam da garantia de qualidade e do suprimento de combustíveis ao mercado nacional, institui-se pela ANP o PMQC “PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS COMBUSTÍVEIS”.

Material e métodos

As amostras de gasolina foram coletadas após as 17 horas do dia 17 de julho de 2014, em frascos plásticos de material apropriado e identificados por letras do alfabeto previamente escolhida para não haver nenhum dano nem para a imagem do município pesquisado e nem para o estabelecimento comercial detentor das amostras, 11 amostras de gasolina nas três cidades do norte de Mato Grosso, cada amostra apresentando um volume de aproximadamente 1L cada . Lacrou-se e acondicionou-se estes frascos em um caixa de isopor com gelo e esta foi enviada no sábado, dia 19 de julho de 2014 para Cuiabá onde foram realizadas as análises das gasolinas. As amostras foram analisadas em triplicata para determinação de teor de EAC % (etanol anidro combustível) e massa específica à 20 °C, objetivando minimizar possíveis erros de medição, garantindo assim uma boa repetitividade que para gasolina, conforme estabelece a legislação vigente é de 1% para teor de EAC % e de 0,6 para massa específica à 20 °C (kg/m3). Analisou-se ainda o aspecto e a cor destas amostras para identificar água livre e possíveis contaminantes como materiais em suspensão que podem prejudicar o funcionamento dos motores. As análises de aspecto e cor não apresentam incertezas na medição que sejam aplicáveis.

Resultado e discussão

Alguns testes adicionais realizados para identificar e quantificar a presença de alguns componentes da gasolina, como por exemplo o enxofre e o benzeno, não foram realizados pois demandavam equipamentos sofisticados que não nos foram disponibilizados, contudo, não se pode ignorar muito menos desprezar os resultados encontrados. Ao realizar-se as análise de aspecto e cor, constatou-se que todas as amostras apresentavam-se límpidas e isentas de impurezas ou qualquer material particulado e cor coloração amarela característica da gasolina tipo C comum. Desta forma, desconsiderou-se o boato que caminhões de combustíveis estariam carregando sebo animal e esse seria a causa de problemas dos motores a gasolina. Ao realizar-se as análises de teor de EAC (%) constatou-se que algumas amostras apresentavam percentual de etanol anidro superior ao recomendado, entretanto, ainda a margem do que é permitido pela ANP, consistindo 36,36% com a quantidade recomendada (25% ± 1%) e 63, 64% ao limiar da tolerância permitida pela agência reguladora. Referente ensaio de massa específica à 20 °C constatou-se que todas as amostras enquadram-se nos padrões de normalidade para gasolina tipo C comum que é entre 730 e 760 kg/m3, apesar que na resolução ANP nº 40 de 25/10/2013 recomenda-se apenas anotar tais valores.

Conclusões

A pesquisa concluiu que, no dia da realização da coleta das amostras, a gasolina comercializada nos postos investigados apresenta boa qualidade, apesar das grandes distâncias onde é transportada, pois é trazida do Estado de São Paulo. Os testes realizados não constaram anormalidades consideráveis, apesar das suspeitas dos consumidores. A desconfiança de que o transporte de gordura animal nos mesmos caminhões interfere na qualidade dos combustíveis não procede.

Agradecimentos

Ao técnico Júlio Cesar de Menezes, do CEANC – Central Analítica de Combustíveis da UFMT; À UNIVAG – Universidade de Várzea Grande.

Referências

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9847.htm
http://www.augustocoutinho.com.br/wp-content/uploads/2012/12/Lei-n%C2%BA-12.462-Lei-dos-Combust%C3%ADveis.pdf
http://www.anp.gov.br/?pg=71398&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=1406656107075

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