CARACTERIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE DA BIOMASSA CASCA DE PEQUI (Caryocar brasiliense Camb) segundo a metodologia de Boehm

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Santos, J.J.S. (UEMA/CESI) ; Cardins, W.A. (UEMA/CESI) ; Chaves, M.D. (UEMA/CESI) ; Oliveira, D.M.N. (UEMA/CESI) ; Silva, D.P.B. (UEMA/CESI) ; Silva, B.S. (UEMA/CESI) ; Oliveira, J.D. (UEMA/CESI) ; Nascimento, J.M. (UEMA/CESI)

Resumo

A contaminação dos ecossistemas por metais potencialmente tóxicos está crescendo constantemente. Uma alternativa estudada para a remoção destes metais em solução é a biossorção que pode ser realizada através de um biossorvente como a Casca de Pequi (Caryocar brasiliense Camb). A biossorção consiste num processo de adsorção que se refere à ligação passiva de íons metálicos por biomassa viva ou morta. Este trabalho tem como objetivo caracterizar a superfície da biomassa Casca de Pequi (Caryocar brasiliense Camb)segundo a quantidade de grupos básicos e ácidos determinados pela metodologia de Boehm. Os resultados demonstraram que a superfície da biomassa apresenta caráter ácido pois possui mais grupos ácidos do que básicos em sua superfície.

Palavras chaves

casca de pequi; biomassa; método de Boehm

Introdução

A constante contaminação mundial dos ecossistemas por compostos químicos industriais é um dos principais problemas enfrentados pela humanidade atualmente (Moreira, 2004). O crescente consumo, produção e exploração de matérias primas, como fósseis e minerais associados ao crescimento da população nas últimas décadas têm causado uma série de graves problemas ambientais em função da geração de resíduos contendo metais potencialmente tóxicos, como os íons [Cd] [/2+] e [Pb][/2+] (Campos Bueno e Carvalho, 2007). Assim, para alcançar os padrões de emissão de efluentes é necessário efetuar um tratamento do resíduo antes que o mesmo possa ser descartado (Gupta et al., 2000). A utilização de biomassas para a biossorção de metais potencialmente tóxicos presentes em efluentes tem ganhado importância nas últimas duas décadas em função do seu desempenho e baixo custo apresentados (Rodrigues et al., 2006). Portanto este trabalho tem como objetivo caracterizar a superfície da biomassa casca de Pequi (Caryocar brasiliense Camb) segundo a metodologia de Boehm.

Material e métodos

Aquisição da biomassa Casca de Pequi: As amostras de Casca de Pequi foram adquiridas em feiras e nos mercados da cidade de Imperatriz-MA, em seguida foram retirados os frutos, as cascas foram submetidas à secagem a temperatura ambiente decorrido o tempo de secagem as amostras foram trituradas em liquidificador industrial para obtenção do pó. Determinação de grupos básicos: A determinação de grupos básicos na superfície da biomassa Casca de Pequi foi realizada segundo a metodologia de Boehm (1994) onde 0,5 g da biomassa foram transferidas para um erlenmeyer de 250 mL, onde foram acrescentados 50 mL de solução de HCl a 0,1 mol [L][/-1]. O erlenmeyer foi fechado com filme plástico e submetido à agitação à temperatura ambiente durante 24 horas. Para obter-se a quantidade de grupo por grama de Casca Pequi, divide-se o valor obtido pela massa do biossorvente. Determinação de grupos ácidos: A determinação de grupos ácidos na superfície da biomassa Casca de Pequi foi realizada segundo a metodologia de Boehm (1994) onde três amostras de 0,5 g de biomassa foram transferidas para erlenmeyer de 250 mL contendo 50 mL, de solução padrão de hidróxido de sódio, bicarbonato de sódio e carbonato de sódio respectivamente na concentração de 0,1 mol [L][/-1]. Os erlenmeyer foram fechados com filme plástico e submetidos à agitação à temperatura ambiente durante 24 horas.A quantidade de grupos ácidos foi calculada pela mesma equação que se calcula a de grupos básicos sendo que há apenas a inversão entre a diferença de Volume da amostra e Volume do branco.

Resultado e discussão

Na Tabela 1 está representada a quantidade de grupos básicos encontrados no biossorvente Casca de Pequi em mEq [g][/-1]. Os resultados demonstraram que a Casca de Pequi apresentou em sua superfície a quantidade de 22,17 mEq [g][/-1] evidenciando portanto a presença desses grupos em sua superfície. Na Tabela 2 estão representados, os valores encontrados referentes à quantidade de grupos ácidos presentes na biomassa em estudo. Os resultados demonstraram que a Casca de Pequi possui grupos carboxílicos em sua superfície sendo esta quantidade superior ao número de grupos básicos, em relação aos grupos lactônicos e fenólicos não foram identificados pelo estudo de Boehm. Pode-se inferir que estes grupos ficaram abaixo do limite de detecção do método.

Tabela 1. Quantidade de grupos básicos presentes na biomassa.



Tabela 2. Grupos ácidos presentes na biomassa em estudo.



Conclusões

A caracterização da superfície da biomassa Casca de Pequi pela metodologia de Boehm demonstrou que a biomassa possui caráter ácido pois na sua superfície encontram-se mais grupos ácidos dos que básicos. A quantidade desses grupos quando identificados podem ajudar no processo de biossorção de espécies metálicas.

Agradecimentos

a UEMA e a FAPEMA

Referências

BOEHM, H.P. Some aspects of the surface chemistry of carbon blacks and other carbons, Carbon, v. 32, p. 759-769, 1994.
CAMPOS BUENO, C. I; CARVALHO, W. A. Remoção de chumbo (II) em sistemas descontínuos por carvões ativados com ácido fosfórico e com vapor. Química Nova, v.30, n. 8, 2007.
GUPTA, V. K.; ALI, I. Utilization of bagasse fly ash (a sugar industry waste) for the removal of copper and zinc from wastewater. Separation and purification technology, v.18, p. 131-140, 2000.
MOREIRA, S. A.; SOUSA, F. W; OLIVEIRA, A. G.; NASCIMENTO, R. F.; BRITO E. S. Remoção em soluções aquosas usando bagaço de caju. Química Nova, v. 32, n. 7, p. 1717-1722, 2009.
RODRIGUES, R. F.; TREVENZOLI, R.L.; SANTOS, L. R. G.; LEÃO, V. A.; BOTARO, V. R. Adsorção de metais pesados em serragem de madeira tratada com Ácido Cítrico. Engenharia Sanitária Ambiental. v.11, n. 1, p. 21-26, jan/mar 2006.

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