Estudo da redução de pH de diferentes tipos de sabões produzidos com óleo residual de cozinha para definir o tempo mínimo de estocagem.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Pereira, E.D. (IFRN) ; Pereira, E.L. (IFRN) ; Melo, J.C.S. (IFRN) ; Oliveira, K.P. (IFRN) ; Costa, C.H.C. (IFRN)

Resumo

A produção de sabão é uma alternativa para dar um destino viável do ponto de vista social, ambiental e econômico, ao óleo residual produzido nos bares, restaurantes e residências, que é um agente causador de impactos ambientais. Porém o sabão produzido apresenta um valor de pH elevado, o que ocasiona problemas de saúde quando não é respeitado o tempo de estocagem. Dessa forma, esse trabalho visa estudar a redução de pH de diferentes tipos de sabões para definir o tempo mínimo de estocagem. As análises de pH foram feitas em triplicatas no pHmetro de bancada durante 5 dias de armazenamento. Percebeu-se que os sabões S1, S2 e S4 podem ser utilizados após os cinco dias de estocagem, já os sabões S3, e S5 precisam de um tempo maior de armazenamento.

Palavras chaves

óleo residual; pH; sabão

Introdução

Muitos estabelecimentos comerciais e residências descartam o óleo residual de cozinha de forma inadequada causando entupimento da rede de esgoto, bem como o mau funcionamento das estações de tratamento (SILVA et al., 2010). Uma alternativa para reciclagem do óleo residual de cozinha seria a produção de sabão que é um agente de limpeza, além de se tratar de um produto biodegradável. Porém, a maioria das formulações disponíveis resultam em um sabão com pH muito básico que poderá causar irritações e inflamações nas mãos dos usuários de tal produto (SOUZA, 2008). Para reduzir a basicidade do sabão é necessário deixá-lo por um período de cura após a data de fabricação. Durante esse período, o pH do produto deve ser monitorado até atingir o valor abaixo de 11,5, considerado como padrão para que não provoque problemas na pele (ALMEIDA et al., 2011). O objetivo deste trabalho é estudar a redução de pH de diferentes tipos de sabões produzidos com óleo residual de cozinha para definir o tempo mínimo de estocagem.

Material e métodos

O óleo residual de cozinha nesse trabalho foi coletado na cidade de Caicó/RN. O óleo foi filtrado em papel de filtro qualitativo para a remoção dos sedimentos pesados e de sólidos em suspensão através da filtragem a vácuo. Foram utilizados 5 (cinco) tipos de formulações (S1, S2. S3. S4 e S5) para a produção de sabões, cujas metodologias foram desenvolvidas por SILVA e PUGET (2010), SOUZA (2011), SILVA et al (2012), CALADO et al. (2010) e NEZI et al. (2010) respectivamente. O procedimento geral utilizado em todas as metodologias para a fabricação do sabão segue os seguintes passos: 1 – Filtrar o óleo residual de cozinha; 2 – Dissolver a soda cáustica em água; 3 – Adicionar a solução de soda cáustica ao óleo residual; 4 – Após a reação de saponificação foram adicionados produtos químicos (corantes, essências, lauril, etc), para melhorar a qualidade do sabão. As análises de pH foram feitas em triplicatas no pHmetro de bancada.

Resultado e discussão

Na Tabela 1 tem-se os valores do pH dos cincos tipos de sabões produzidos e armazenados durante 5 dias. Nota-se que o pH dos cincos tipos de sabões (S1, S2, S3, S4 e S5) diminuem durante os cinco primeiros dias de armazenamento, com reduções de 5,5, 18,7, 11,0, 8,8 e 9,7%, respectivamente. Percebe-se que esse período de estocagem não foi o suficiente para que os sabões S3 e S5 alcançasse o valor máximo recomendado pela legislação vigente para o sabão, que é de 11,5 (ALMEIDA et al., 2011). Esse comportamento evidencia a necessidade de um maior tempo de armazenamento para utilizá-los. Acima desse valor de pH, o sabão pode provocar na pele irritações, como por exemplo, vermelhidão e descamação da pele devido a reação que ocorre entre o NaOH e a gordura da mão (SOUSA, 2008). Nota- se que os valores de pH dos sabões S1, S2 e S4 atingiram os valores inferiores ao recomendado pela legislação e podem ser usados pelos consumidores a partir do quinto dia de armazenamento.




Conclusões

Os sabões S1, S2 e S4 necessitam no máximo 5 dias de estocagem para serem utilizados sem causar nenhum problema a saúde do consumidor, pois os valores de pH após cinco dias de estocagem se encontram abaixo do limite máximo estabelecido pela legislação. Com essa pesquisa, percebe-se a necessidade do estudo sobre o pH dos sabões, após sua produção, para definir o tempo mínimo de estocagem.

Agradecimentos

Ao IFRN pelo financiamento da pesquisa.

Referências

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