Análise química de sabão produzido através éster de ácido graxo reciclado elaborado com óleo essencial de Piper callosum.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Vizú, J.F. (IFRO) ; Silva, B.C. (IFRO) ; Machado, G.C. (IFRO) ; Silva, M.A. (IFRO) ; Machado, J.C.V. (IFRO) ; Marques, M.J. (IFRO) ; Gonçalves, T.A.P. (IFRO) ; Klein, V.A.C. (IFRO) ; Santana, G.S. (IFRO)

Resumo

Este trabalho teve como objetivo à reciclagem do óleo vegetal comestível rejeitado após frituras ou outras atividades alimentícias pelo refeitório do Instituto Federal de Rondônia campus Colorado do Oeste, para produção de sabão utilizando óleo essencial da espécie P. callosum. Avaliando o sabão produzido quanto ao poder emulgente,detergente,pH e alcalinidade livre.Foram definidos 3 tratamentos T1 sabão com essência de P. callosum, T2 com essência de Aloe arborescens e T3 amostra controle sem essência.Os resultados demonstraram um sabão de ótima qualidade química para os padrões avaliados diante da legislação vigente.Conclui-se que a produção de sabões a partir de éster de ácido graxo reciclado e com essência de Piper callosum é uma atividade sustentável que contribui para o meio ambiente.

Palavras chaves

Reciclagem ; Essência; Sustentável

Introdução

O óleo vegetal utilizado para frituras é um resíduo de difícil descarte, ao atingir o solo, tem a capacidade de impermeabiliza-lo, dificultando a água chegar até o lençol freático (TEIXEIRA, 2004).Neste contexto, foi realizada uma pesquisa, onde a quantidade de óleo oriundo de frituras rejeitadas pelo refeitório do Instituto Federal de Rondônia Campus Colorado do Oeste somam 50 litros por semana, ou seja, em um mês cerca de 200 litros de óleo são dispensados de forma incorreta, resultando em degradação ambiental, riscos a saúde humana e desperdício para o campus.A produção de sabão a partir do óleo pode conter ainda aromas diversos, tendo em vista que a região possui um apreciável potencial de plantas aromáticas, embora algumas sejam pouco conhecidas ou apenas como medicinal. Um exemplo é uma espécie da família Peperaceae que apresenta mundialmente 12 a 14 gêneros e cerca de 1.400 a 1950 espécies, sendo 700 pertencentes ao gênero Piper. As espécies do gênero Piper apresentam como característica em quaisquer órgãos, aroma forte, agradável e sabor picante.Com isso, este trabalho teve como objetivo à reciclagem e ou reaproveitamento do óleo vegetal comestível rejeitado após frituras ou outras atividades alimentícias pelo refeitório do Instituto sem destinação correta, para produção de sabão utilizando óleo essencial da espécie P. callosum. Avaliando o sabão produzido quanto ao poder emulgente, espumante e detergente, pH e alcalinidade livre.

Material e métodos

O experimento foi realizado no Instituto Federal de Rondônia campus Colorado do Oeste.O éster de ácido graxo obtido no refeitório da instituição.O sabão foi elaborado com soda cáustica líquida(NaOH)na concentração de 50%,óleo de fritura,sabão em pó,vinagre e óleo essencial extraído da espécie P.callosum.Definidos 3 tratamentos T1(com essência de P.callosum),T2(com essência de Aloe.arborescens),T3(sem essência).Testadas formulações idênticas de acordo com (ALBERICI,2004.A reação de saponificação foi obtida através da mistura da soda cáustica líquida com óleo de frituras fervido à 100°C e posterior adição de sabão em pó diluído em água destilada agitada por 40min permanecendo em descanso por 72h.O sabão em forma de barra foi cortado em cubos de 3cm de comprimento e 4cm de largura.Para poder espumante pesou-se 15g de cada tratamento na condição macerada colocada em béquer de 250ml com 40ml de água destilada agitadas por 2min em agitador magnético.Emulgente foi determinado com uma mistura de 50ml de óleo vegetal e 150ml de água que colocadas em um béquer foram agitadas em agitador magnético por 3min.O produto hidrogeniônico, foi utilizado o método de papel medidor tornassol neutro.A alcalinidade livre,foi determinada pelo método de alcalimetria, em triplicata. Foram pesadas 5g de cada tratamento e 40g de álcool etílico neutralizado em um béquer de capacidade de 150ml, a mistura foi dissolvida, em seguida foram adicionadas 5 gotas do indicador fenolftaleína e titulada com solução aquosa de ácido sulfúrico de concentração 0,05 Mol.L-1 devidamente padronizada. A alcalinidade foi calculada com auxílio da equação:VL=Vgasto XCreal X40/Peso amostra X 10.

Resultado e discussão

Através de uma escala visual foi possível observar que quando macerado o tratamento 1 que possuí a essência de Piper callosum apresentou maior quantidade de espuma e o tratamento 3 a menor quantidade,conforme observado na Figura - 1. Diante da análise o tratamento que apresentou maior capacidade de detergência foi o tratamento 1 sendo também com essência de Piper callosum. A faixa de pH dos tratamentos apresentaram-se em torno de 8 a 9, semelhante ao exigido pela legislação brasileira (pH=10).T1(Soma das amostras=0,51 e alcalinidade=0,17),T2(Soma das amostras=0,53 e alcalinidade=0,17),T3(Soma das amostras=0,51 e alcalinidade=0,17). A alcalinidade é a capacidade que uma base possui de reagir com um material graxo e neutralizá-lo a um pH definido. A alcalinidade livre ideal para um bom sabão acabado reside na faixa de 0,1 a 0,5% e pH em torno de 10 (SILVA, K. S. L; et al. 2011).Conforme as normas estabelecidas para um sabão de ótima qualidade todos os tratamentos apresentaram alcalinidade livre em faixa ótima para um sabão excelente.


FIGURA - 1 Poder espumante dos Tratamentos.

Conclusões

O sabão elaborado com óleo éster de ácido graxo reciclado que fora utilizado para frituras com adição de óleo essencial de P. callosum abre um novo campo a ser explorado pela indústria,foi possível produzir um sabão de ótima qualidade química de acordo com a legislação vigente com produção menos onerosa, o descarte correto do óleo rejeitado, impossibilitou que o solo fosse impermeabilizado, água fosse contaminada e também diminuiu a atração de vetores transmissores de doenças contribuindo para melhoria da vida dos estudantes e funcionários da Instituição, consequentemente para o meio ambiente.

Agradecimentos

Ao IFRO pela consseção da bolsa, Às professoras Minelly Azevedo e Belami Cássia pela orientação E ao departamento de pesquisa do IFRO.

Referências

ALBERICI, R.M.; PONTES, F.F.F. Reciclagem de óleo comestível usado através da fabricação de sabão. Eng. Ambient.,Espírito Santo do Pinhal, v.1,n.1, p. 073-076, jan/dez.,2004.

SILVA, K. S. L.; OLIVEIRA, L. V.; COSTA, D. D.; CORREIA, M. J. M.; SOUSA, J. O.; ALVES, W. S.; VIEIRA, J. S. C.Estudo dos parâmetros de qualidade de um sabão processado a frio. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2011/trabalhos/12/12-133-7608.htm. Acessado em abril de 2014.

TEIXEIRA, A. C. Lixo ou rejeitos reaproveitáveis? Fonte: Revista Eco 21, Ano XIV, Edição 87, Fevereiro 2004. Disponível<http://www.eco21.com.br>.Acesso em: 08 abr. 2014.

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