AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ÓLEO DE GIRASSOL (Helianthus annuus L.) EM DIFERENTES CULTIVARES PLANTADAS EM ARIQUEMES, RONDÔNIA

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Souza, F.A. (IFRO) ; Vanuchi, V.C.F. (IFRO) ; Ribeiro, L. (IFRO) ; Souza, A.S.H. (IFRO) ; Martins, T.S. (FAEMA) ; Baptista, J.A.A. (IFRO) ; Zan, R.A. (IFRO)

Resumo

A alta demanda de energia utilizada e os problemas de poluição provenientes dos combustíveis fósseis tem estimulado a busca de fontes alternativas. Uma maneira ecologicamente correta que pode ajudar a reduzir a intensidade do aquecimento global seria substituir o petróleo pelo biodiesel. Entre as oleaginosas que podem ser utilizadas na produção do biodiesel destaca-se o girassol, semente rica em óleo. O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial de produção de óleo de girassol em diferentes cultivares em Ariquemes/RO. Os resultados obtidos expressam que a espécie mais indicada na produção do óleo de girassol na região é a cultivar C (23,43%) e que a cultivar B com rendimento de óleo obtido (12,15%) não deve ser utilizada. A semeadura teve maior produtividade de óleo no mês de novembro.

Palavras chaves

Teor de óleo; Girassol; Extração.

Introdução

Há muito tempo, pesquisadores se empenham na busca de tecnologias que permitam o desenvolvimento de fontes de energias renováveis. Desta forma, a substituição do petróleo pelo biodiesel é uma boa estratégia, visto que o clima encontrado no Brasil favorece o plantio de oleaginosas que podem ser utilizadas como matéria-prima para a produção (NOGUEIRA JUNIOR, 2006). Dentre as oleaginosas que podem ser utilizadas para a produção do biodiesel, encontra-se o girassol. O girassol (Helianthus annuus L.) é de fácil cultivo, pois apresenta características climáticas variáveis, o que facilita a adaptação da planta no território brasileiro sem comprometer o rendimento. O girassol produz sementes ricas em óleo com excelente qualidade nutricional e industrial (CASTRO; FARIAS, 1996). O óleo de girassol pode ser utilizado como combustível para motores, o que é de extrema relevância para o meio ambiente. Logo, a cultura do mesmo se torna uma opção rentável para a agricultura no Brasil (PELEGRINI, 1985). Na região norte do país, a cultura de grãos tem aumentado consideravelmente devido ao favorável clima do local, além da crescente demanda do setor industrial nesse território. No estado de Rondônia, já pode ser vista a presença de algumas áreas onde é realizado o plantio do girassol nas cidades de Vilhena e Ji Paraná. Porém, a falta de informações acerca da planta faz com que o cultivo não se dissemine facilmente (GODINHO et al., 2009). Desta forma, a realização deste estudo justifica-se a fim de apresentar as melhores cultivares para a produção do biodiesel no estado, visto que a cultura de tal oleaginosa pode ser uma grande alternativa econômica na composição dos diferentes sistemas de produção, favorecendo a economia e o desenvolvimento da região norte.

Material e métodos

As sementes de girassol foram provenientes do ano agrícola 2011/2012, utilizando-se o esquema fatorial de 2x6. O primeiro fator foi constituído de duas épocas de semeadura, novembro e fevereiro, e o segundo fator de seis cultivares de girassol. Para as amostras semeadas em novembro, as análises foram realizadas em triplicata; e para as amostras semeadas em fevereiro, em duplicata. As mesmas foram nomeadas de A,B, C,D, E e F, e os plantios foram denominados P1 e P2. As amostras de semente de girassol foram trituradas por cerca de dez segundos utilizando um liquidificador, neste experimento utilizou-se aproximadamente 10 g de semente de cada amostra. O óleo contido na semente foi extraído utilizando 100 mL de hexano em um extrator de lipídios do tipo Soxhlet, este método baseia-se na lixiviação do óleo contido na semente através de ciclos de contato com o solvente. O sistema ficou em atividade por cerca de 4 horas, ao término do período, as alíquotas foram levadas ao dessecador para evaporação do hexano, ao fim, a massa de óleo contida no béquer foi pesada até atingir peso constante por três vezes consecutivas.

Resultado e discussão

Analisando o teor de óleo obtido nas amostras utilizadas em ambas as épocas de semeadura, percebe-se que a amostra que apresentou maior teor de óleo extraído foi a cultivar C (23,43%) e que o menor teor de óleo encontrado foi o da cultivar B (12,15%), nas duas épocas de semeadura utilizadas, sendo considerável a variação do teor de óleo. Castro e Farias (1996), em estudo semelhante, verificaram que a composição qualitativa e quantitativa das plantas pode variar acentuadamente durante as fases do seu crescimento. Logo, é importante que as sementes a serem utilizadas sejam colhidas no estágio certo de sua maturação para que seja extraída a maior quantidade de óleo possível do girassol, assim como de outras oleaginosas (BALBAA, 1983). Outro fator que contribuiu para a variação do teor de óleo obtido entre as amostras analisadas foi à época de semeadura. As amostras semeadas na primeira época do plantio P1 (novembro) obtiveram melhores rendimentos com relação à produção de óleo que as amostras semeadas no segundo período do plantio, P2 (fevereiro). Tendo como base o estudo de Godinho et al. (2009), os dados obtidos podem ser justificados pelo período das chuvas na região norte, que ocorre principalmente a partir de fevereiro. A média do teor de óleo encontrado em todas as espécies utilizadas nessa análise foi de 17,51%. Comparando-se o resultado obtido com outros estudos, também utilizando o hexano como solvente, Calgaroto et al. (2006), caracterizaram e extraíram o óleo da amêndoa de pêssego, que apresentou a taxa de rendimento do óleo de 41%. Na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Negretti et al. (2011) obtiveram média de 37,7% de óleo extraído das sementes de girassol e 49,8% de óleo extraído da mamona, em estudo paralelo a este.

Conclusões

Conclui-se que o resultado obtido foi satisfatório para a produção de óleo de girassol em Ariquemes, sendo que a espécie mais indicada para a produção do óleo de girassol nesta região é a cultivar C e que a cultivar B não deve ser utilizada. As épocas de semeadura foram eficazes, porém a semeadura realizada em novembro teve maior produtividade. Com o intuito de diminuir a utilização de combustíveis fósseis, os resultados desse estudo mostram que o girassol consiste em uma ótima oportunidade de cultivo em nossa região e possivelmente em todo o país, devido a sua fácil adaptação climática.

Agradecimentos

Agradeço a FAEMA e ao IFRO pelo apoio e financiamento durante a pesquisa, e ao orientador do trabalho.

Referências

BALBAA, S. I. Satisfying the requeriments of medicinal plant cultivation. Acta Horticulturae, n. 132, 1983. 75-84p.

CALGAROTO, C.; PILECCO, J.; OLIVEIRA, M. P.; FURLAN, L. Extração e caracterização do óleo de amêndoa de pêssego. Universidade Federal de Pelotas. Paraná, 2006.

CASTRO, C., FARIAS, J. R. B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R. M. V. B. C., CASTRO, C.; CASTIGLIONI, V.B.R.; BALLA, A. Cultura do girassol: tecnologia de produção. Londrina: EMBRAPA-CNPSO, 1996. 19p.

GODINHO, V. P. C.; UTUMI, M. M.; CARVALHO, C. G. P. C; BROGIN, R. L; SIMONETTO, R. Avaliação de genótipos de girassol para o cerrado de Rondônia: Ensaio final 2 – Safrinha 2009. Rondônia: EMBRAPA RONDÔNIA, 2009.

NEGRETTI, R. R. D.; NOHATTO, M. A.; TAMIOZZO, T.; DENARDIN, E. L. G.; KOPP, L. M.; TOESCHER, C. F. Potencial produtivo e rendimento do óleo de um grupo de culturas oleaginosas em Uruguaiana/RS. Revista Brasileira Agrociência. Pelotas: v.17, n.2-4. 2011.

NOGUEIRA JUNIOR, S. Programa biodiesel: agora é para valer? Análise e Indicadores do Agronegócio. Informações Econômicas, São Paulo, v.1, n.10, 2006.

PELEGRINI, B. Girassol: uma planta solar que das Américas conquistou o mundo. São Paulo: Icone, 1985. 117p.

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