Origem e Distribuição Espaço-Temporal de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em Sedimentos Superficiais do Rio Sergipe

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Silva, B. (UFS) ; Gadelha, L. (UFS) ; Barreto, T. (UFS) ; Silva, M. (UFS) ; Alexandre, M. (UFS) ; Damasceno, F. (UFS)

Resumo

Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) são considerados poluentes prioritários pela Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA), devido a seus efeitos toxicológicos e carcinogênicos. Foram realizadas onze coletas ao longo de 11 meses em três pontos no estuário do Rio Sergipe. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo avaliar a origem e distribuição espaço-temporal de 16 HPA. As amostras foram submetidas apenas ao processo de liofilização, extraídas e fracionadas para a análise dos compostos de interesse utilizando a cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas. Em razão da importância econômica e ambiental é necessário monitorar e avaliar se o ambiente em estudo está propenso a uma alta incidência de contaminação por este tipo de composto.

Palavras chaves

HPA; Sedimentos; Rio Sergipe

Introdução

Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) são um grupo de compostos orgânicos que apresentam dois ou mais anéis aromáticos condensados. Esses substâncias estão amplamente distribuídas no ar, no meio aquático e são facilmente adsorvidas aos sedimentos1. Sua origem pode ser atribuída à combustão incompleta a altas temperaturas, que pode ser biogênica (erupções vulcânicas e incêndios florestais) ou antropogênica (exaustão de motores a diesel e gasolina, fumaça de cigarro ou processos industriais). Devido à seus efeitos mutagênicos e carcinogênicos, torna-se cada vez mais necessária a monitoração destes compostos nos mais diversos ecossistemas2. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo avaliar a origem e distribuição espaço-temporal de 16 HPA considerados poluentes prioritários pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA) na matriz sedimentar do estuário do Rio Sergipe.

Material e métodos

As amostras foram submetidas apenas ao processo de liofilização, extraídas e fracionadas para a análise dos compostos de interesse utilizando a cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas.

Resultado e discussão

Foram realizadas onze coletas ao longo de 11 meses em três pontos no estuário do Rio Sergipe: ponto P1 (10°57’33,91” S; 37°3’12,06” O), ponto P2 (10°53’34,07”S; 37°2’53,67”O) e ponto P3 (10°51’42,94”S; 37°3’10,57”O). O preparo das amostras de sedimento envolveu a extração em ultrassom, fracionamento e limpeza do extrato utilizando uma coluna empacotada com 2g de sílica gel (70 - 230 mesh) e 1g de alumina neutra. As análises de HPA foram realizadas por cromatografia gasosa com espectrometria de massas (GC-MS). Todos os 16 HPAs que são regulados pelo EPA-US foram observados. O ponto P3 apresentou valores significativamente maiores de HPA em relação aos demais pontos (Figura 1). Foram obtidas razões diagnósticas3 para identificar as fontes de emissão de HPAs nos sedimentos. Os Pontos 2 e 3 apresentaram razões de Fluoranteno e Pireno (Flt/Flt+Pir) > 0,40, Benzo (α) Antraceno e Criseno (BaA/Cri) > 0,35 e para o Indeno (1,2,3,c-d) Perileno e Benzo (g,h,i) Perileno (InP/InP + BghiP) > 0,50. Esses valores são indicativos de aporte petrogênico e pirolítico nessas áreas. Para o Ponto 1 não ficou evidente a fonte de contaminação devido aos baixos valores encontrados. Pireno (Flt/Flt+Pir) > 0,40, Benzo (α) Antraceno e Criseno (BaA/Cri) > 0,35 e para o Indeno (1,2,3,c-d) Perileno e Benzo (g,h,i) Perileno (InP/InP + BghiP) > 0,50. Esses valores são indicativos de aporte petrogênico e pirolítico nessas áreas. Para o Ponto 1 não ficou evidente a fonte de contaminação devido aos baixos valores encontrados.

Figura 1

Distribuição anual total de HPAs no ponto 3.

Conclusões

Os níveis de HPAs no ponto P3 aumentaram significativamente no mês de abril, onde há o início do período chuvoso na região e que pode ser uma das causas desse incremento, devido principalmente à lixiviação dos mesmos para o rio. Neste ponto, o Fluoranteno e o Pireno apresentaram maiores concentrações. As razões estimadas para a origem dos HPAs apontam para uma maior contribuição petrogênica e pirolítica para os pontos P2 e P3, o que é justificável pelos tipos de atividades antrópicas desenvolvidas nestas regiões.

Agradecimentos

Os autores agradecem a UFS, CAPES e CNPq.

Referências

1SANTOS, A.S.O dos. (Dissertação de Mestrado) Estudo comparativo entre extração soxhlet e ultra-som para determinação de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em sedimentos do estuário do rio Sergipe por cromatografia a gás acoplada à espectrometria de massas. UFS, 2011.
2CAVALCANTE, R. M.; et al. Utilização da extração em fase sólida(spe) na determinação de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em matrizes aquosas ambientais. Química Nova, v. 30, n. 3, p. 560-564. 2007.
3YUNKER, Mark B.; et al. PAHs in the Fraser River basin: a critical appraisal of PAH ratios as indicators of PAH source and composition. Organic Geochemistry, v. 33, p. 489–515, 2002.

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