DESENVOLVENDO ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL JUNTO AS COMUNIDADES DO AÇUDE ENGENHEIRO CAMACHO (AÇUDE TAMBORIL) EM OURICURI - PE

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ambiental

Autores

Sena de Freitas Lima, D. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO - CAMPUS OURICURI) ; Lopes, M.R. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO - CAMPUS OURICURI) ; de Freitas Nunes, D.T. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO - CAMPUS OURICURI) ; Dias de Oliveira, A. (UNIVASF - CAMPUS JUAZEIRO)

Resumo

O texto apresenta ações desenvolvidas junto às comunidades do entorno do açude Engenheiro Camacho em Ouricuri – PE. O intuito do trabalho é apresentar as atividades realizadas com os moradores por intermédio de ações de Educação Ambiental, visando melhorias na qualidade de vida. Como proposta metodológica utilizou-se palestras informativas e oficinas, discutindo parcialmente as doenças adquiridas através da água e os tipos de poluição. Com isto, os moradores puderam interagir sobre algumas doenças relacionadas a água do açude, a poluição ambiental agravada na comunidade e expor fatos reais que são vivenciados por eles. E por fim, buscar minimizar os problemas gerados no seu dia a dia, tornando-se sujeitos ativos no processo de recuperação do meio ambiente, por meio da Educação Ambiental.

Palavras chaves

Educação Ambiental; Poluição Ambiental; Doenças pela água

Introdução

As ações realizadas junto às comunidades do açude Engenheiro Camacho em Ouricuri – PE ocorre desde o ano de 2012, aumentando ainda mais o foco em Educação Ambiental nos anos seguintes. Inúmeras vezes a Educação Ambiental assume papel fundamental para a transformação da sociedade e nas relações homem x restante da natureza. Por esta razão há a necessidade de entender os princípios de organização das comunidades ecológicas e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis (MADEIRA et al., 2009). A Educação Ambiental (EA) possui um compromisso com mudanças de valores, sentimentos, comportamentos e atitudes, que deve ser realizada junto à todos os moradores das comunidades, de forma continua para todos os cidadãos (SORRENTINO, 2007). Através da Educação Ambiental pode-se apresentar diversos temas a fim de melhorar a qualidade de vida dos seres humanos. Temas, por exemplo, que abordam as doenças transmitidas pela água que são causadas por micro-organismos presentes em reservatórios de água doce, habitualmente após contaminação dos mesmos por fezes humanas ou de animais. A transmissão do agente infeccioso através da água pode ocorrer pela ingestão, pelo contato com a pele durante o banho, na preparação de alimentos, ou pelo consumo de alimentos lavados com água infectada (ÁGUA BRASIL, 2014). Neste contexto, o presente trabalho teve por objetivo realizar ações junto a comunidade com palestras e oficinas que ajudariam a melhorar a qualidade de vida de cada morador e buscar minimizar os problemas que são gerados por eles mesmos ao meio ambiente.

Material e métodos

O açude Engenheiro Camacho (açude Tamboril) encontra-se na zona rural do município de Ouricuri – Pernambuco. Próximo a este manancial moram várias famílias que dependem principalmente da agricultura ou da criação de animais. Nesta região crescem constantemente a quantidade de moradores e com isso há o aumento do índice de poluição produzido por eles mesmos. Muitas pessoas ainda não possuem conhecimento das substâncias tóxicas que são formadas no meio ambiente através dos resíduos sólidos descartados erroneamente. As atividades desenvolvidas para a comunidade ocorreram em dias e lugares diferentes a fim de atender grande parte dos moradores. A primeira palestra ministrada tratou-se das “doenças adquiridas através da água”. Associando com a temática da água, na oficina foram confeccionados armadilhas para mosquito da dengue. Para fazer a armadilha utilizou-se uma garrafa PET ainda com o anel do lacre, tesoura, fita isolante, lixa, microtule e arroz. A segunda palestra abordou a temática dos “tipos de poluição” e na oficina foram preparados sabões a partir de óleos de cozinha usados. Para isso, os materiais necessários foram soda cáustica, óleo de fritura, água, sabão em pó, detergente, garrafas PET, balde de plástico, cabo de madeira e anilina. Após o desenvolvimento dessas ações, a equipe de pesquisa discutiu os prós e contras encontrados na execução de cada atividade .

Resultado e discussão

A Educação Ambiental envolve atividades no qual o indivíduo junto às comunidades constroem conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do ambiente com o intuito de sempre buscar novos métodos de sustentabilidade para o meio em que vivem (SILVA, 2005). Na primeira palestra ministrada sobre as “doenças adquiridas através da água”, as doenças apresentadas foram as principais como hepatite A, cólera, esquistossomose e verminoses. Foram expostos os principais pontos que poderiam ser de fácil compreensão, apresentando algumas características das doenças, formas de contaminação e principais sintomas. Os moradores interagiram comentando os casos de hepatite A que houve na região, e que as crianças foram afetadas principalmente. Na segunda palestra sobre os “Tipos de poluição”, as informações deveriam ser condizentes com a realidade da comunidade. Foram abordados a poluição sonora, a atmosférica (ar), do solo e da água. Rapidamente cada morador associou as poluições citadas com o que presenciam na comunidade. A poluição sonora foi associada a quantidade dos sons de vários carros que ficam nos bares. A atmosférica associada aos lixos dos moradores que são constantemente queimados e a fumaça inalada pelos mesmos. Além disso, com a queima do lixo há a possibilidade de gerar substâncias extremamente tóxicas, podendo causar até a morte. Com a poluição do solo, o lixo desprezado em qualquer lugar ou mesmo as queimadas que também acarretam por poluir, e sem dúvida alguma, o uso de produtos químicos como agrotóxicos. E por fim, a poluição da água que remete ao açude Engenheiro Camacho (Tamboril) que há muito tempo está poluído e consequentemente suas águas são pouco utilizadas.

Conclusões

As ações realizadas na comunidade não foram e nem serão suficientes para conscientizar os moradores. Ainda assim, através das palestras e oficinas puderam ser esclarecidas dúvidas quanto aos tipos de doenças ou de poluição. Na tentativa de minimizar os problemas gerados no seu dia a dia, eles apresentaram-se favoráveis a esta problemática e com isso percebeu-se que nossa participação apesar de pequena, foi mais um passo importante no processo de recuperação do meio ambiente, que inicia com a Educação Ambiental.

Agradecimentos

Ao CNPq e ao IFSertão Pernambucano - Campus Ouricuri pela concessão da bolsa.

Referências

ÁGUA BRASIL. 2014. Sistema de avaliação da qualidade da água, saúde e saneamento: Glossário de Doença Relacionadas à Água. Ministério da Saúde.

MADEIRA, K; SOUSA, L; BARBOSA, S. 2009. A importância da Educação Ambiental na escola para formação do cidadão. Belém, IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica.

SILVA, L. 2005. Avaliação de programas de Educação Ambiental em escolas da Região Metropolitana de Fortaleza no período de 2000 a 2004. Fortaleza. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-graduação em Saneamento Ambiental.

SORRENTINO, M; TRAJBER, R. 2007. Políticas de Educação Ambiental do Órgão Gestor. Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Departamento de Educação Ambiental: UNESCO.

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