O Lúdico no Ensino das Reações Inorgânicas

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Batista da Silva, R. (SEDUC-PA) ; Bentes de Souza, W. (IFPA) ; Moraes de Moraes, A. (IFPA) ; Correa Barreiros, C. (IFPA) ; Salomão Alves da Silva, S. (IFPA) ; Barbosa da Costa, E. (UFPA)

Resumo

A utilização no ensino é um assunto que tem conquistado vários espaços, principalmente nas salas de aula para estimular e desenvolver o aprendizado dos alunos. Este trabalho apresenta como objetivo ressaltar a importância dos jogos didático-pedagógicos na educação. Foram desenvolvidos jogos voltados para o ensino das reações inorgânicas com o objetivo de tornar o estudo desses conteúdos mais agradável e proveitoso tanto para o professor quanto para o aluno. A implementação foi realizada no 1º semestre do ano de 2013, com 30 alunos do 1º ano do ensino médio, no Colégio Estadual da cidade de Belém no Estado do Pará. Como resultado, criou-se em sala de aula um ambiente mais favorável a assimilação do conhecimento e a metodologia favoreceu o desenvolvimento bem sucedido da aula.

Palavras chaves

Jogos; Reações químicas; Confecção

Introdução

A curiosidade instigada pelos jogos, desperta e motiva o aluno na sala de aula. Desta forma, realizar jogos nas aulas de química é uma forma dinâmica de mudar a tendência tradicional de aulas expositivas. As atividades lúdicas apóiam-se no desenvolvimento de capacidade tais como organização, coordenação de diferentes pontos de vista, interpretação e classificação (SOARES, 2008). A aprendizagem que decorre do ato de brincar é evidente, sendo muito claro que o jogo não exercita apenas os músculos, mas a inteligência (CHATEAU, 1984). Definir jogo é como: “agir, aprender, educar-se sem o saber através de exercícios que recreiam, preparando o esforço do trabalho propriamente dito” (BROUGÈR, 2003). Neste contexto o jogo é trabalhado como passatempo tendo enfoque na construção e aprendizado de conteúdos, sem ter a preocupação real de quem foi o vencedor, pois o objetivo principal é a aprendizagem e não a competição. O final do jogo não é relevante, o que realmente importa são os meios utilizados para jogar que revelam comportamentos (BROUGÈR, 2003). Tendo em vista o que foi apresentado sobre a relevância dos jogos como prática pedagógica, este trabalho apresenta a confecção de um jogo de química, com material de fácil acesso, para a demonstração das reações inorgânicas, com a finalidade de revisar os conteúdos de química desenvolvidos em sala de aula em turmas do 1º ano do ensino médio e consolidar os conhecimentos adquiridos sobre as reações, tais como: associar os reagentes de uma reação química aos seus respectivos produtos, identificar o tipo de reação, o tipo de função inorgânica e dar a nomenclatura sistemática dos compostos inorgânicos.

Material e métodos

O jogo das reações químicas foi desenvolvido no 1º semestre do ano de 2012, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Coronel Sarmento, localizado em Icoaraci, no município de Belém-PA e foram aplicadas as turmas de 1º ao 3º ano do ensino médio. Os alunos tiveram uma revisão do conteúdo e receberam, através do professor, instruções de como seria desenvolvida a metodologia com a utilização e a montagem das reações químicas. Para o desenvolvimento desta atividade lúdica em sala de aula, optou-se pela construção de um jogo de reações inorgânicas com materiais alternativos (papel EVA, folhas de papel A4 adesivas e isopor), alfinete e, além disso, os alunos foram convidados a participarem da confecção do material lúdico que posteriormente foi usado por eles. As cartelas das reações foram construídas no programa de criação, edição e exibição de apresentações gráficas PowerPoint da Microsoft e, posteriormente, imprimidas em folhas de papel A4 adesivas. Em seguida, as cartelas foram recortadas das folhas de A4 e coladas em papel EVA de mesmo formato e tamanho para serem de melhor manuseio no momento do jogo. O jogo das reações inorgânicas apresentado neste trabalho apresenta as seguintes características e regras (CUNHA, 2000): (a) tem duração média 45 mim e pode ser jogado por um grupo de até 4 aluno; (b) cada jogador deverá observar as fichas de reagentes e produtos tentando formar a reação completa; (c) jogo termina quando não existirem mais fichas sobre a mesa. O vencedor é aquele que conseguir um maior número de reações corretas.

Resultado e discussão

Durante o jogo, o professor assumiu a função de mediador entre os grupos, esclarecendo possíveis dúvidas e também incentivando a cooperação, a discussão e a manifestação de diferentes pontos de vista na realização de tarefas entre os membros dos grupos. Durante a confecção e aplicação do jogo das reações inorgânicas, verificou-se o engajamento dos alunos nesta atividade lúdica (ver Figura 1). Além disso, foi observado à socialização dos alunos entre si, trabalho em equipe para a confecção do material escolar com produtos de baixo custo (ver Figura 2). E, por fim, os alunos desempenharam um papel ativo no processo de ensino-aprendizagem, diferentemente do que ocorre, em alguns casos, onde o professor somente assume o papel de transferidor de conhecimento e o aluno de receptor de informações.

Figura 1.

Confecção do jogo pelos alunos em sala de aula com orientação do professor e bolsistas PIBID.

Figura 2.

Modelos de cartelas confeccionadas com material de baixo custo.

Conclusões

Os jogos foram aceitos pela classe com bastante entusiasmo. Foi despertado o gosto e o prazer em estudar a química e aumentou a atenção dos discentes pelo assunto abordado. A participação também aumentou, assim como a curiosidade e a vontade de cada um aluno explicar as reações observadas, acarretando, consequentemente, um maior aprendizado. Destacamos que a opção de incluir o aluno na construção do material lúdico foi relevante para aumemtar sua participação e assimilação dos conteúdos de química e na forma dele se ver como um agente no processo de ensino-apredizagem.

Agradecimentos

Agradecemos a CAPES, PIBID/IFPA, IFPA e a SEDUC-PARÁ.

Referências

BROUGÈR, Gilles. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
CHATEAU, J. O jogo e a criança. Trad. G. de Almeida. São Paulo: Summus Editora, 1984.
CUNHA, M. B. da. Jogos Didáticos de Química, Santa Maria: Grafos, 2000.
SOARES, M. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari: Ex Libris, 2008.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ