A formação inicial dos Professores Formadores do IF Goiano e o desenvolvimento de pesquisas no Ensino de Química: relações em contexto

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Ferreira de Carvalho, I. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) ; Moraes de Carvalho, I.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) ; Araujo da Silva Mesquita, N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS)

Resumo

A criação de cursos de licenciatura em química em Goiás se efetiva nos institutos federais desde o ano de 2008. No caso do IF Goiano são ofertados cinco cursos de licenciatura em química. Ao conhecermos as pesquisas desenvolvidas pelos docentes desses cursos sua formação inicial, podemos compreender alguns aspectos relacionados a identidade pretendida para essa licenciaturas. Na pesquisa, identificamos que no IF Goiano ainda persiste o viés tecnológico em detrimento do pedagógico.

Palavras chaves

IF Goiano; licenciatura; pesquisa

Introdução

As Instituições que formam hoje a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica são originárias, em grande parte, das 19 escolas de aprendizes artífices instituídas por um decreto presidencial de 1909, assinado pelo então presidente Nilo Peçanha. Essas escolas, inicialmente subordinadas ao Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, são transferidas em 1930 para a supervisão do Ministério da Educação e Saúde Pública. Sete anos depois, são transformadas nos Liceus Industriais. Um ano após o ensino profissional ser considerado de nível médio, em 1942, os liceus passam a se chamar escolas industriais e técnicas e em 1959, escolas técnicas federais – configuradas como autarquias (GUIMARÃES, 2005). Ao longo desse tempo, constituiu-se uma rede de escolas agrícolas – as Escolas Agrotécnicas Federais. A Educação Profissional e Tecnológica assumiu valor estratégico para o desenvolvimento nacional resultante das transformações das últimas décadas.Na mais recente dessas transformações nasce o Instituto Federal Goiano (IF Goiano), criado por meio da Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, juntamente com outros 37 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. As novas instituições são fruto do reordenamento e da expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, iniciados em abril de 2005. De acordo com o disposto na Lei, o Estado de Goiás ficou com dois Institutos. O Instituto Federal Goiano (IF Goiano) integrou os antigos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) de Rio Verde, de Urutaí e sua respectiva Unidade de Ensino Descentralizada de Morrinhos, mais a Escola Agrotécnica Federal de Ceres (EAFCE) – todos provenientes de antigas escolas agrícolas.

Material e métodos

É de suma importância a investigação da qualidade do ensino do curso de licenciatura em Química nos IF Goiano, devido ao fato de ser um curso novo nesta instituição de ensino e por tal instituição ter passado por transformações, deixando de ser tecnológica e passando a ser superior, desta forma estamos investigando como está sendo esta transição no curso de licenciatura em química. A presente pesquisa foi realizada através de pesquisas nos currículos lattes e sites oficiais da instituição IF Goiano. Ao conhecermos as pesquisas desenvolvidas pelos docentes, no âmbito da Licenciatura em Química no IF Goiano, podemos identificar quais são alguns dos aspectos formativos destacados pelo grupo dos formadores. A pesquisa se configura como uma investigação qualitativa, pois apesar de utilizarmos alguns dados estatísticos, as análises consideram mais o processo do que o produto no estabelecimento das relações pertinentes. Nesse sentido, foi realizada uma análise documental a partir tanto dos projetos de pesquisas desses professores cadastrados na Plataforma Lattes quanto da formação inicial e continuada desses docentes apresentada na referida plataforma.

Resultado e discussão

A partir do entrelace dos dados dos currículos Lattes dos professores dos IF Goiano e de suas pesquisas cadastradas na Plataforma Lattes, organizamos a seguinte tabela em que estão apresentadas: % de professores licenciados, % de professores que desenvolvem pesquisas na área de Ensino de Química (EQ), % dos professores que faz pesquisa na área técnica e/ou tecnológica (AT). No Campus 3, apesar de contar com 80% de docentes licenciados, não há desenvolvimento de pesquisa vinculada à área de EQ e 60% desses professores desenvolve pesquisas na AT. Nesse caso, a explicação para a ausência de pesquisa em EQ pode ser relacionada à origem do campus como CEFET que incorporou parte dos docentes que já faziam pesquisa na área técnica. Tal aspecto denota a falta de identidade relacionada à formação docente considerando-se que a formação pela pesquisa se constitui num importante viés formativo para os professores de Ciências (GALIAZZI, 2001). Podemos inferir, a partir desse aspecto, que, embora os institutos federais tenham que cumprir a normativa de que 20% das vagas a serem abertas devem ser destinadas às licenciaturas, ainda há, no caso da licenciatura em química, a perspectiva mais voltada para o viés do bacharelado ou da química industrial considerando-se que a maioria das pesquisas dos docentes é voltada para essas áreas (MESQUITA e SOARES, 2009). No Campus 4, há poucos docentes licenciados atuando na formação dos futuros professores o que leva a um quantitativo de desequilíbrio em relação ao desenvolvimento de pesquisas em EQ e na AT. Nos campus 1, 2 e 5, tem-se um quantitativo de pesquisas em EQ mais significativo do que as demais influenciado, provavelmente, pela formação em licenciatura dos professores formadores.

Tabela de dados

Tabela de dados referente a formação e pesquisa dos professores do IF Goiano

Conclusões

Nesses três institutos, há uma perspectiva mais relacionada à visão de formação de professores, pois as pesquisas desenvolvidas enfocam temas como experimentação no ensino de química, e jogos e atividades lúdicas que são temas mais específicos para a formação de professores. A licenciatura em química precisa de professores formadores que tenham conhecimentos na área de licenciatura em química e desenvolvam pesquisas nessa área para formar a identidade docente dos futuros professores. O IF Goiano ainda caminha nesse sentido.

Agradecimentos

PROLICEN-UFG

Referências

GALIAZZI, M. C. Educação pela pesquisa como ambiente de formação do professor. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 06, p. 50-61, julho/agosto/setembro de 2001.
GUIMARÃES, G. O Projeto CEFET nas Políticas de Educação Tecnológica no Brasil. Goiânia, 1995. 117 p. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás.
MESQUITA, N. A. S.; SOARES, M. H. F. B. Relações entre Concepções Epistemológicas e Perfil Profissional Presentes em Projetos Pedagógicos de
Cursos de Licenciatura em Química do Estado de Goiás. Química Nova na Escola, v. 31, n. 2, p. 123-130, maio, 2009.

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