“Olimpíadas de Química” e “O Show da Química” como ferramenta de ensino-aprendizagem da disciplina de Química no ensino público em Currais Novos/RN por meio do PIBID/Química/IFRN

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Pereira, L.F. (IFRN) ; Ferreira Jr., T.M. (IFRN) ; Silva, A.B. (IFRN) ; Confessor, J.J.O. (IFRN) ; Cunha, F.S. (IFRN) ; Azevedo, F.S. (IFRN) ; Oliveira, J.B. (IFRN)

Resumo

O programa institucional de bolsas de iniciação à docência (PIBID) é uma iniciativa do Governo Federal para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. No município de Currais Novos, o PIBID/Química em parceria com o Instituto Federal do Rio Grande Norte, tem desenvolvido atividades que buscam inserir os licenciandos na realidade dos alunos do ensino médio, assim como contribuir no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Química para estes alunos. Entre estas atividades destaca-se as “Olimpíadas de Química”, evento organizado pelos bolsistas PIBID na Escola Estadual Instituto Vivaldo Pereira. Além disso, realizou-se no encerramento do programa “O show da Química”, no qual foram feitas experimentações e premiação dos alunos.

Palavras chaves

PIBID; Olímpiadas de Química; Show da Química

Introdução

O programa PIBID, regulamentado pela Portaria Capes nº 96, de 18 de julho de 2013, busca em seu artigo 4° inciso IV inserir os licenciados no cotidiano das escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Nunes e Adorni (2010), no que se refere ao ensino de química, é possível perceber que os alunos, muitas vezes, não conseguem aprender por não serem capazes de associar o conteúdo estudado com seu cotidiano, tornando-se desinteressados pelo tema. Ainda segundo tais autores, o professor de química precisa desenvolver cada vez mais habilidades em seus alunos, o que requer, em muitos casos, um trabalho amplo e contextualizado. Considerando a amplitude e diversidade de trabalhos que existe à disposição para se trabalhar com os alunos, os bolsistas PIBID do Instituto Vivaldo Pereira objetivaram a realização das olímpiadas de Química com alunos do ensino médio, buscando fugir de qualquer clima competitivo que segundo Bzuneck e Guimarães (2004), caracteriza-se pela condição psicológica em que o aluno entende que a grande meta a ser buscada nas e pelas aprendizagens é conquistar o primeiro lugar, ser o melhor. Objetivou-se com este evento inserir os bolsistas PIBID na realidade dos alunos, para identificar o nível de conhecimento de Química dos alunos a fim de que estes bolsistas pudessem perceber quais são as maiores dificuldades dos alunos na disciplina de Química. Dos alunos esperou-se que estes pudessem ser motivados e incentivados, sabendo- se que ao final da participação dos bolsistas PIBID haveria uma premiação para os alunos.

Material e métodos

O desenvolvimento das olimpíadas de Química contou com o envolvimento da equipe de bolsistas e do supervisor do PIBID na escola. Tal equipe dividiu suas atribuições que foi iniciada com a elaboração da prova e seus gabaritos. A avaliação considerou os temas específicos de cada turma, previstos na disciplina de Química e presentes no livro didático que os alunos utilizavam. As provas foram compostas de 20 questões de múltipla escolha com 4 alternativas cada, e foram aplicadas em um dia específico para este fim, em todas as turmas do ensino médio e nas turmas de 9° ano (Figura 01).Os alunos se mostraram totalmente envolvidos em participar das olimpíadas. A aplicação e correção das provas foram feitas pelos próprios bolsistas que também organizaram uma tabela com a pontuação individual de cada aluno por turma, observando os três melhores alunos de cada turma para realizar a premiação. O encerramento das olimpíadas ocorreu em um evento denominado pelos bolsistas de “Show da Química” (Figura 02), quando foram reunidos todos os alunos no auditório da escola e realizou-se experimentos com o intuito de demonstrar a atratividade da disciplina de Química. Ademais, houve a premiação dos alunos mais bem pontuados com o intuito de incentivar e motivar os demais alunos. Os três melhores alunos de cada turma foram premiados com medalha. E, em seguida, ocorreu o “Show da Química”, momento que, além de promover experimentos químicos, os bolsistas explicavam os processos por trás de cada reação, contextualizando-os ainda com o cotidiano dos alunos.Pois como bem disserta Covington (2000), a qualidade do estudante ao aprender, bem como a vontade de continuar aprendendo estão ligadas à interação social entre os estudantes e dos objetivos que os trazem a escola.

Resultado e discussão

Segundo Guimarães (2009), muitas críticas ao ensino tradicional referem-se à ação passiva do aluno que frequentemente é tratado como simples ouvinte das informações expostas pelo professor. De fato, o ensino deve cada vez mais desafiar o aluno, procurando incentivá-lo a testar seus conhecimentos. Para Neto (1992), se o ensino for desafiador, a aprendizagem irá se prolongar para fora da sala de aula, fora da escola, pelo cotidiano, de forma muito mais enriquecedora do que algumas informações que alunos decoram simplesmente para uma avaliação escolar. Diante do exposto, a olimpíada de Química realizada na escola pelos bolsistas PIBID demonstrou bons resultados, pois desafiando os alunos pôde-se incentivá-los a participar de forma espontânea nas provas. Grande parte dos alunos atingiu excelentes resultados, alguns inclusive chegando a acertar todas as questões. Outro ponto importante foi que o evento proporcionou uma interação com toda a escola, o que contribuiu para uma maior divulgação do programa; permitindo a participação de todos da instituição, fato que resultou inclusive em um aumento considerável no número de alunos que frequentavam o programa. É também digno de destaque o “Show da Química”, realizado no encerramento das olimpíadas, que além de se premiar os alunos, proporcionou diversos experimentos químicos, que, sem dúvida, contribuiu para tornar a disciplina de Química mais atrativa. Para Galiazzi et al. (2001), a atividade experimental funciona como um dos instrumentos possíveis de serem utilizados para a aprendizagem na área de Ciências no ensino médio, mas de forma nenhuma ela pode ser considerada apenas a única. Contudo, a experimentação no ensino ainda aparece como elemento crucial para a construção da teoria.

Figura (01)

Alunos participando da olimpíada de Química do Instituto Vivaldo Pereira

Figura (02)

Bolsistas e supervisor realizando a premiação dos alunos

Conclusões

A realização das “Olimpíadas de Química” pelos bolsistas PIBID trouxe ao programa excelentes resultados, além da clara participação em massa dos alunos da escola envolvida no programa. Os bolsistas também tiveram a oportunidade de organizar um evento que mobilizou toda a escola, o que sem dúvida contribuiu para sua experiência profissional, resultados estes que vão ao encontro dos principais objetivos do programa PIBID/Química no município de Currais Novos.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao IFRN Campus Currais Novos e ao PIBID pelo apoio na realização da pesquisa e do evento.

Referências

BRASIL - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portaria_096_18jul13_AprovaRegulamentoPIBID.pdf. Acesso em 28/06/2014

BZUNECK, J. A.; GUIMARÃES, S. E. R. Aprendizagem escolar em contextos competitivos.In: BORUCHOVITCHI, E.; BZUNECK, J. A. Aprendizagem: processos psicológicos e o contexto social na escola. Petrópolis: Vozes, 2004

COVINGTON, M. V. Goal Theory, Motivation and School Achievement: an integrative review. Annual Review of Psychology. n. 51, 2000.

GALIAZZI, M. C. et al. Objetivos das Atividades Experimentais no Ensino Médio: A Pesquisa Coletiva como Modo de Formação de Professores de Ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 7, n. 2, p. 249-263, 2001.

GUIMARÃES, C.O. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola Vol. 31, N° 3, 2009.

NETO, E. R. Laboratório de matemática. In: Didática da Matemática. São Paulo: Ática, 1992.

NUNES, A. S. ; Adorni, D.S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos.. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.


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