O uso de aulas experimentais para melhor visualização e compreensão da disciplina de Química no contexto do PIBID no município de Acari-RN.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Azevedo, F.S. (IFRN) ; Pereira, L.F. (IFRN) ; Farias, A.C. (IFRN) ; Cunha, D.S. (IFRN) ; Dantas Junior, E. (IFRN) ; Silva, A.G.L. (IFRN) ; Meneses, A.D. (IFRN) ; França, J.R.P. (IFRN)

Resumo

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) oferece condições para os alunos dos cursos presenciais de licenciatura, atuarem nas escolas públicas, auxiliando os alunos do ensino médio, com relação às dúvidas que podem surgir no cotidiano das aulas, bem como dinamizando os conteúdos apresentado pelo professor da disciplina através de atividades experimentais e lúdicas. O principal objetivo do programa é fazer com que os licenciados se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. No município de Acari-RN, o programa funciona na Escola Estadual Professora Iracema Brandão de Araújo, onde são desenvolvidas várias atividades, dentre as quais destacamos: o reforço escolar, oficinas e eventos que acabam ultrapassando os limites da escola.

Palavras chaves

PIBID; AULAS EXPERIMENTAIS; EEPIBA

Introdução

Para Postma (2009) os trabalhos realizados em laboratório são o cerne em um curso de Química, pois neste ambiente o aluno tem a oportunidade desafiadora de fazer muitas observações de reações químicas sob condições controladas de laboratório. Marques (2008) afirma que o uso de aulas práticas favorece o processo de ensino, por proporcionar um aprendizado mais significativo e lúdico. As ciências exatas são muitas vezes apresentadas como disciplinas de difícil compreensão e sem nenhuma utilidade prática. De fato, a falta de interesse dos discentes pelo estudo da Química é frequente em toda a rede escolar. Entre as possíveis causas está a difícil compreensão e pouca visualização daquilo que o professor apresenta em sala de aula. O ensino tradicional também contribui bastante para essa problemática, já que na tentativa de decorar as reações, as fórmulas e as regras os alunos acabam não conseguindo absorver toda a informação e ficam frustrados, achando que nunca irão entender essa ciência. Diante desta perspectiva, convencionou-se entre os bolsistas Pibid do município de Acari-RN, a realização de aulas experimentais como uma alternativa viável para um melhor aprendizado e divulgação do PIBID na escola. “No ensino de química especificamente, a experimentação deve contribuir para a compreensão de conceitos químicos, podendo distinguir duas atividades: a prática e a teoria” (ALVES, 2007). Realizou-se ainda, o projeto “Ciências: Investigação e Compreensão” que envolveu todos os bolsistas e alunos da escola, esse evento contou com a colaboração de todo o corpo docente e ainda com a visita de alunos de outras escolas do município.

Material e métodos

Os bolsistas da escola EEPIBA trabalharam o uso de aulas experimentais para compreensão do ensino de química, proposta esta baseada nos diversos referenciais teóricas que se tem sobre esta temática, bem como os mais variados relatos de experiências bem sucedidas. Inicialmente foi feito um levantamento dos experimentos de baixo custo que poderiam ser utilizados. Em seguida os alunos da escola que participam das atividades do PIBID foram divididos em grupos onde deveriam pesquisar como executar os experimentos e os seus respectivos conceitos teóricos. Os bolsistas orientaram e tiraram as dúvidas dos alunos sobre as pesquisas realizadas. Depois de pesquisados os experimentos e tiradas às dúvidas, foram realizadas as aulas práticas testando todos os experimentos escolhidos pelos alunos, mantendo sempre o cuidado de explicar os conceitos que estavam por trás daquelas reações. Entre os experimentos realizados destaca-se: (“Fogo que não queima”, “Torre de líquidos”, “líquido que quer ser sólido”, “O violeta que desaparece”, “Glóbulo de van de grals”, “Liberação de gases”, “Tromba de elefante”, “Cadeira de pregos”; entre outras. Concluídas as aulas práticas e verificando-se um maior interesse e nível de aprendizagem dos alunos, objetivou-se expandir o projeto para toda a escola. Tal expansão foi concebida por meio de uma feira de ciências, onde os alunos apresentaram os experimentos para os demais discentes da escola, corpo docente e a sociedade.

Resultado e discussão

Considerando que a Química além de exata é uma ciência experimental por excelência, muitos obstáculos poderão ser removidos se o ensino teórico for convenientemente acompanhado de experiências no laboratório. (TRINDADE, 2010). É de senso comum que a aplicação de atividades experimentais são estratégias que não são muito utilizadas em escolas públicas. A implementação desta estratégia permite trabalhar com os alunos atividades não habituais como observação, anotações, elaboração de hipóteses, entre outras. Seguindo esta linha de raciocínio, os experimentos propostos nesta atividade tiveram como objetivo mostrar aos alunos outra maneira de se aprender Química, assimilar o conhecimento de uma maneira mais dinâmica, além de trabalhar outros aspectos importantes para o desenvolvimento do aluno, como por exemplo: as observações experimentais, a coleta dos dados, a discussão, enfim, os princípios da construção de um conhecimento científico, propiciando aos alunos trabalharem os conteúdos em “três categorias: atitudinais, conceituais e procedimentais.” (ZABALA, 1998). Os alunos além de compreenderem o tema, tiveram a oportunidade de realizar as práticas e ainda desenvolver uma postura organizativa e colaborativa com os demais colegas. Destaca-se também que a feira de ciências organizada pelos bolsistas PIBID que contribuiu na aproximação entre escolas e universidades e a interação espontânea entre estudantes, professores, criando espaços de trocas de experiências, de novas oportunidades e de ampliação das fronteiras do conhecimento. Sobre isto Dyer e Nobeoka (2000) ressaltam que, para que ocorra o compartilhamento de informações em determinados ambientes, além das motivações existentes, a interação social é primordial.

Figura 01

Bolsistas e Professores na feira de ciências

Figura 02

Alunos participando da feira de Ciências

Conclusões

Esse trabalho contribuiu para o uso de experimentos como instrumento de grande importância no processo de aprendizagem, com eles, os discentes compreenderam os conteúdos com mais facilidade manifestaram e suas curiosidades. A interação entre os alunos e os bolsistas PIBID, facilitou as discussões e também favoreceu a relação de perguntas e respostas que deve acontecer entre ambas as partes. A feira de ciências possibilitou uma nova visão de como podemos aprender química de um modo diferente criando uma relação entre teoria e prática.

Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus, a CAPES por fazermos parte do PIBID, e ao IFRN.

Referências

ALVES, W. F. A formação de professores e as teorias do saber docente: contexto, dúvidas e desafios. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33. n. 2. p. 263-280. Maio/ago. 2007
DYER, J. H.; NOBEOKA, K. Creating and managing a high performance knowledge sharing network: the Toyota case. Strategic Management Journal, v. 21, p. 345-367, 2000.
MARQUES A. L. et al. A importância de aulas práticas no ensino de química para melhor compreensão e abstração de conceitos químicos. In:. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ). Curitiba – PR, 2008
POSTMA, James M.; ROBERTS JR., Julian; HOLLENBERG, J. Leland. Química no laboratório. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 2009
TRINDADE, Diamantino Fernandes. Química básica experimental. 4.ed. São Paulo: Cone, 2010
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1998.

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