Modelos Atômicos e o Jogo Pensando como um Cientista

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Costa, L.L.S. (INSTITUTO FEDERAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Silva Junior, C.M. (INSTITUTO FEDERAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Lima, J.A. (INSTITUTO FEDERAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Vieira, G. (INSTITUTO FEDERAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Costa, K.B.S. (INSTITUTO FEDERAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Camelo, M.L.V. (INSTITUTO FEDERAL DO SERTÃO PERNAMBUCANO)

Resumo

Os jogos são um importante recurso para as aulas de química, pois servem como um reabilitador da aprendizagem mediante a experiência e a atividade dos estudantes (Cunha, 2004). Com este pensamento foi desenvolvido o projeto Modelos Atômicos e O Jogo Pensando como um Cientista, na turma do 1º ano do ensino médio da Escola Professor Humberto Soares situada na cidade de Petrolina - PE, escola essa vinculada ao PIBID do IF Sertão Pernambucano, campus Petrolina. O trabalho teve como objetivo aplicar os assuntos modelos atômicos e partículas do átomo através de um vídeo relacionado ao tema e a aplicação do jogo didático. Fizeram-se os testes antes e depois dessa execução, concluindo que de forma interativa, com uso de materiais de baixo custo e de fácil acesso o aprendizado é alcançado.

Palavras chaves

ensino de química; modelos atômicos; jogos

Introdução

A aprendizagem se realiza através da conduta ativa do aluno, que aprende mediante o que ele faz e não o que faz o professor (Tyler, 1974). Os jogos, de modo geral, sempre estiveram presentes na vida das pessoas, seja como elemento de diversão, disputa ou como forma de aprendizagem. Um jogo pode ser considerado educativo quando mantém um equilíbrio entre duas funções: a lúdica e a educativa. Segundo kishimoto (1996), a lúdica está relacionada ao caráter de diversão e prazer que um jogo propicia. A educativa se refere à apreensão de conhecimentos, habilidades e saberes. Quanto a validade do jogo como instrumento que promova aprendizagem deve-se considerar que jogos no ensino são atividades controladas pelo professor, tornando-se atividades sérias e comprometidas com a aprendizagem de algum conceito. Portanto, é necessário que ele tenha claro o seu objetivo de ensino e a definição correta do momento no qual cada jogo se torna mais didático no seu planejamento. Além disso, na escolha de um jogo, devem-se considerar dois aspectos: o motivacional – ligado ao interesse do aluno pela atividade (equilíbrio entre as funções lúdica e educativa) e o de coerência – ligado à totalidade de regras, dos objetivos pedagógicos e materiais utilizados para o seu desenvolvimento em sala de aula (Cunha, 2010). Segundo Bordenave e Pereira (1999) as atividades são os veículos usados pelo professor para criar situações que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para sua própria transformação. Seguindo este pensamento foi desenvolvido o projeto Modelos Atômicos e O Jogo Pensando como um Cientista, na turma do 1º ano do ensino médio da Escola Professor Humberto Soares situada na cidade de Petrolina - PE vinculada ao PIBID do Instituto Federal do Sertão Pernambucano campus Petrolina.

Material e métodos

Inicialmente aplicou-se um pré-teste de cinco questões sobre modelos atômicos e as partículas do átomo, para a verificação do conhecimento prévio dos alunos. Posteriormente, exibiu-se o vídeo "Tudo se Transforma, História da Química, História dos Modelos Atômicos", seguido de um debate. Após esse primeiro momento dividiu-se a turma em cinco grupos de oito alunos cada, e em seguida explicou-se as regras do jogo a ser executado: cada grupo recebe uma tabela e em seguida fica por cinco minutos com cada uma das cinco caixas, lacradas e cada qual ocupada com um objeto diferente. Na tabela os alunos devem descrever as características identificadas do objeto, as propriedades de sua matéria e desenvolver o seu provável desenho. A equipe com maior número de acerto, de acordo com a tabela, é a equipe vencedora. Para o jogo foram utilizadas cinco caixas de papelão, 30cm x 30cm, cada uma delas enumeradas, lacradas com fita adesiva e os materiais utilizados para cada uma delas foram: um dado, uma esponja, uma peça de jogo dama, uma bola de gude e uma bola de látex preenchida com água. A tabela foi criada no Microsoft Word e impressa em folha de papel ofício.

Resultado e discussão

O pré-teste foi aplicado individualmente aos alunos, formulado a partir do banco de questões do exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, em virtude de os alunos serem futuramente submetidos ao exame. 70% dos alunos sabiam quais eram as partículas fundamentais do átomo, porém, apenas 20% sabiam a sua localização no átomo. Nenhum aluno respondeu quais os cientistas que contribuíram para a teoria atômica e os modelos atômicos, bem como não souberam as características do modelo de Dalton e de Thompson. O vídeo abordou o tema de forma muito descontraída e ilustrativa, chamando a atenção dos alunos e fazendo-os diagnosticar alguns erros e acertos ocorridos no pré-teste. A finalidade do jogo foi fazer com que os alunos sem abrir as caixas, pudessem identificar as características de cada um dos objetos e descreverem suas hipóteses com o auxílio da tabela que sugeriu eles escreverem sobre a natureza desses materiais. Os resultados foram positivos, pois os alunos tiveram que utilizar os termos corretos para as suas descrições, culminando nas propriedades gerais e específicas da matéria que foram explicadas depois que as caixas foram abertas e os objetos apresentados. A duração do jogo foi de aproximadamente 40 minutos. Posteriormente os alunos responderam ao pós-teste, constituído de dez questões, obtendo-se resultados positivos. Agora, 75% dos alunos sabiam quais eram as partículas fundamentais do átomo e 67,5% souberam localizá-las no átomo, 82,5% dos alunos souberam dizer quais os cientistas que contribuíram para a teoria atômica e os modelos atômicos, 37,5% disseram quais as características do modelo de Dalton e 7,5% as características do modelo de Thompson. Todos os alunos consideraram o jogo como uma boa ferramenta para a interação entre os colegas e os professores.

Conclusões

Através deste trabalho conclui-se que é eficaz a aplicação de métodos didáticos, que geram motivação para estudar e aprender química. O trabalho proporcionou o desenvolvimento intelectual dos alunos, sem que eles percebessem, pois a primeira sensação foi a alegria pelo ato de jogar. Além disso, os alunos viram uma grande importância da atuação do PIBID em seu aprendizado. A integração entre o conhecimento prévio do aluno e a nova informação apresentada produziu um conhecimento potencialmente significativo.

Agradecimentos

A CAPES através do PIBID – IF Sertão Pernambucano. Ao IF Sertão Pernambucano e aos Professores e Alunos da Escola Professor Humberto Soares.

Referências

KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. In: (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.
SOARES, M.H.F.B.; OKUMURA, F. e CAVALHEIRO, E.T.G. Proposta de um jogo didático para o ensino do conceito de equilíbrio químico. Revista Química Nova na Escola, n. 18, novembro 2003.
TYLER, R. W. Princípios básicos de currículo e ensino. Porto Alegre: Globo, 1974.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
BORDENAVE, J.D. e PEREIRA, A.M. Estratégias de ensino-aprendizagem. 20. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
CUNHA, M.B. Jogos didáticos de química. Santa Maria: Grafos, 2000.

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