AS TECNOLOGIAS MÓVEIS EM SALA DE AULA: UMA ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES E DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE A UTILIZAÇÃO DOS TABLETS NAS AULAS DE QUÍMICA.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Sousa Pereira, M. (CES/UFCG) ; Souza de Farias, K.K. (CES/UFCG) ; Macedo Santos, J.A. (CES/UFCG) ; Rufino de Freitas, J.C. (CES/UFCG) ; Freitas, L.P.S.R. (CES/UFCG)

Resumo

Este trabalho investigou as concepções de docentes e estudantes do ensino médio, quanto ao uso dos tablets em aulas de química, doados para uso em sala de aula da escola pública estadual Orlando Venâncio, situada na cidade de Cuité-PB. Os dados desta pesquisa foram construídos pela aplicação de um questionário e entrevistas, tanto com os alunos como com os professores dessa escola. Como resultado, temos que apesar dos pesquisados reconhecerem os tablets como um forte aliado para a facilitação do ensino-aprendizado da química, a grande maioria dos estudantes pouco utilizam o aparelho para fins de aprendizagem, sendo seu uso mais, para fins de entretenimento, o que pode estar sendo motivado por uma falta de preparo e planejamento adequado de uso dos mesmos pelos professores em sala de aula.

Palavras chaves

Ensino; Química; Tablets

Introdução

Recentemente, o Governo Federal lançou o projeto Educação Digital que consiste em oferecer Tablets para docentes e alunos de escolas públicas, com o intuito de introduzir e ampliar as TICs nas salas de aulas de todas as escolas. Atualmente uma das grandes transformações nos métodos de ensino do contexto escolar tem sido a utilização da informática como auxilio a aprendizagem, onde os métodos e técnicas tradicionais têm sido contestados. Segundo Bonilha (2005), os projetos governamentais tem defendido fortemente essa perspectiva de promover inclusão digital nas escolas públicas, no entanto, ainda continua a percepção de que inclusão digital está numa dimensão e educação em outra. O conselho de altos estudos e avaliação tecnológica da câmara dos deputados, ao avaliar a experiência de um computador por aluno, reconhece que a inclusão digital ora aparece como objetivo principal de programas de disseminação das TICs nas escolas, ora como um subproduto da influência que as crianças ganham ao usar computador e internet. Frente a essas questões Libâneo (2004, p. 54) coloca que a “Educação e comunicação sempre andaram juntas na reflexão pedagógica”. Com base nessas perspectiva este trabalho teve por objetivo investigar as percepções tanto dos estudantes como dos docentes sobre a introdução e uso dos tablets ao cotidiano de sala de aula, como também avaliar quais tem sido as contribuições dessa ferramenta para o ensino-aprendizado de química.

Material e métodos

Esta pesquisa foi realizada com 186 estudantes do primeiro ano do Ensino Médio da escola pública estadual Orlando Venâncio situada na cidade de Cuité do estado da Paraíba, e mais 04 docentes dessa mesma escola. A escolha desta escola se deu por ter sido contemplada com a doação dos tablets pelo Programa do Governo Federal. O procedimento de coleta e análise dos dados foi feito através de entrevistas e dois questionários, um destinado aos estudantes e outro aos docentes. O questionário destinado aos estudantes foi composto de perguntas objetivas semiestruturadas, já os questionários dos docentes foi estruturado com questões abertas e fechadas. A aplicação dos questionários e a entrevista, de uma forma geral, possibilitou analisar as concepções tanto dos estudantes como dos docentes sobre a introdução e uso de tablets em sala de aula e suas contribuições para as aulas de química.

Resultado e discussão

Em análise as respostas dos docentes e estudantes temos os seguintes resultados: A maioria dos estudantes (57%) não sentem dificuldades em manipular o aparelho, apesar de 90%, ter afirmado não ter recebido nenhum tipo de treinamento. Com relação a frequência com que seus professores solicitavam atividades com uso dos tabletes, 41% afirmaram ter sido solicitado poucas vezes, 27% afirmaram que quase nunca solicitam, e 23% nunca foram solicitados, a maioria desses estudantes também afirmou fazer uso dos tablets mais para fins de entretenimento do que para fins educativos. Para a maioria deles, segundo as entrevistas, as aulas de química não mudaram muita coisa com a chegada desses aparelhos, apesar de reconhecerem que os tablets pode facilitar o aprendizado da química. Com relação a isso, os professores entrevistados acreditam que as aulas de química podem sim, ter uma nova dinâmica, uma vez que as funcionalidades desse aparelho podem facilitar a compreensão de conceitos químicos mais abstratos. Outro fator importante apontado tanto pelos estudantes como pelos docentes é que os programas instalados nesses aparelhos, em sua maioria, são em inglês, para os professores, isso pode tornar a sua utilização ainda mais complicada, pois grande parte dos alunos não dominam esse idioma, limitando ainda mais o uso dessa ferramenta no ensino. A conexão com a internet disponibilizada pela escola, segundo eles, é lenta, dificultando uma realização de pesquisas online para estudos em sala de aula. Para Nichele e Schlemmer (2013) a inserção das tecnologias digitais nos processos de ensino-aprendizagem é uma tarefa complexa cujo sucesso depende da interação e coexistência da formação técnico-didático- pedagógica docente, da apropriação tecnológica discente e de infraestrutura adequada.

Conclusões

A falta de uma capacitação adequada, tanto dos docentes como dos discentes quanto ao uso dos tablets para fins de aprendizagem, tem dificultado a utilização desse recurso em atividades escolares, e apesar dos pesquisados reconhecerem os tablets como um forte aliado do ensino-aprendizado da química, se faz necessário, além de uma adequada capacitação dos docentes quanto ao uso dessas novas tecnologias, uma continua avaliação de sua aplicação, para que os pontos negativos sejam analisados e os positivos sejam reforçados.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Secretaria de Educação da Paraíba e a Universidade Federal de Campina Grande - CES.

Referências

BONILHA, M. H. S.; Inclusão Digital nas Escolas. Faculdade de educação-ufba, salvador, 2005. Disponível em: ttp://progesp.ufba.br/wiki/pub/gec/repositoriopromocoes/artigo_bonilha_mesa_inclusao_digital.pdf. Acessada em: 27dez 2013.
LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora: novas exigências educacionais e profissão docente. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
NICHELE, A. G.; SCHLEMMER, E. Mobile Learning em Química: uma análise acerca dos aplicativos disponíveis para tablets. 33º EDEQ - Encontro de Debates sobre o Ensino de Química, 2013.

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