O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO E O ENSINO DA QUÍMICA: um estudo de sua aplicação fundamentado na LDB

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Rodrigues, A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ - UEAP) ; Freitas, A.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ - UEAP) ; Costa, H. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ - UEAP) ; Carvalho, P.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ - UEAP) ; Santos, M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ - UEAP)

Resumo

A elaboração de um currículo escolar adequado às vivências e realidades de alunos e professores representa um grande desafio, uma vez que estes não participam ativamente das decisões que envolvem este importante instrumento no processo educacional. Essa realidade esta relacionada ao ensino de muitas ciências e no ensino da química não é diferente. Este pesquisa apresenta algumas das dificuldades encontradas na aplicação do currículo escolar durante as aulas de química, comparando o ensino médio apresentado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, art. 36) com o vivenciado pelos estudantes da rede pública de ensino.

Palavras chaves

Ensino da química; LDB; Currículo Escolar

Introdução

A organização do currículo do ensino médio, que está pautado na LDB no artigo 36, diz respeito à elaboração, que em muitas escolas públicas não é aplicada. Para que a didática seja real é preciso uma transformação no ambiente escolar e na realidade do professor e aluno. O currículo deve ser composto por disciplinas/matérias e por atividades/experiências vivenciadas pelos alunos, pois para que os alunos compreendam de forma sucinta o conteúdo é preciso que o mesmo tenha alguma relação com sua realidade. Além disso, a metodologia com a qual, muitas vezes, são aplicados tais conteúdos dificulta a aprendizagem do aluno causando até a desmotivação dos mesmos. Saviani (2005) afirma que a participação efetiva do docente na elaboração do currículo escolar é talvez o principal desafio encontrado pelo professor, uma vez que é dever do docente elaborar e programar o currículo escolar de acordo com a realidade de vivenciada pelo discente; contudo afirma que: obviamente, isso não se faz sem a urgente melhoria das condições de funcionamento das escolas e das condições de trabalho do professor (formação, jornada, trabalho). Segundo ela, tal melhoria exige ações no sistema de ensino e nas unidades escolares. Considerando principalmente que a química é uma matéria abstrata em que muitos de seus conceitos e conteúdos não se podem encontrados facilmente e tão pouco associado ao cotidiano do aluno, faz-se necessário promover um estudo acerca de como esta sendo aplicado o currículo escolar nas aulas de química objetivando conhecer as principais dificuldades encontradas na implementação de metodologias de ensino que possibilitem melhor aplicação do currículo escolar.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada com alunos da Escola Colégio Amapaense do terceiro ano do ensino médio. Durante a aula o docente permitiu a saída de três alunos por vez para participar da entrevista em outro espaço da escola para que não houvesse constrangimento do aluno em responder as perguntas. Para cada discente, na sua vez, foram feitas perguntas oralmente quanto ao que eles entendiam por currículo, se eles sentiam deficiência em aprender química, o que eles sugeriam para sanar essa deficiência,se eles consideravam interessante a metologia utilizada pelo professor. Munindo desses dados, foi possível traçar um diagnostico do objeto de estudo.

Resultado e discussão

Através de entrevistas com alguns estudantes do ensino médio, foi possível apurar que o currículo apresenta temas relevantes para a vida do aluno, no entanto ainda existem muitos pontos nos quais a implementação é falha, ao não dar relevância às expediências dos alunos e professores – o chamado currículo invisível - que permeia toda a vivência em sala de aula, vez que o aprendizado não se dá somente em sala, mas sim na vida como um todo. Como resultado da entrevista, poucos alunos conseguiram responder o que entendiam por currículo e aqueles que responderam alegaram não conhecer o que era empregado nas aulas de química, a maioria dos alunos afirmaram sentir dificuldade em aprender química por considerarem o método do professor enfadante e que gostariam de aulas diferentes e atrativas, que possibilitem melhor entendimento e compreensão do conteúdo e evitem mera memorização do que fora explanado nas aulas.No universo de 20 alunos cedidos para aplicação da entrevista, apenas 20% conseguiu responder as perguntas por conhecer o que é currículo escolar e por entender a necessidade de sua aplicação adequada em sua vida acadêmica. 45% precisavam de breves esclarecimentos sobre o tema pesquisado para esboçar opinião e 35% se mostraram estar totalmente alheios a tal discurso estando acostumado a ficar sem entender a razão pela qual precisa estudar os conceitos químicos, já que não considera útil para a sua vida. Contudo constatou-se que 100% mostraram-se insatisfeitos e desmotivados aprender devido o modo "tradicional" em que são ensinados. O aluno, ao deparar-se com um assunto ou tema o qual não conhece, busca em suas experiências algo com o que comparar e a aplicação do currículo escolar por metodologia descontextualizada tem desmotivado os mesmos em aprender.

Conclusões

Ao se estudar o currículo escolar e sua elaboração, percebemos o porquê de tantas dificuldades enfrentadas por alunos e professores. Tais problemas são reflexo da não adequação do currículo e suas práticas às realidades dos educandos, bem como da deficiência no preparo dos professores. Diante de tais fatos vê-se a necessidade de uma melhor aplicabilidade do currículo em sala de aula, vez que este apresenta temas de grande valor, mas que em muitos casos distam da realidade vivida.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus pelo trabalho realizado e aos alunos e professores que foram entrevistados e contribuíram para execução desse estudo.

Referências

SAVIANE, Nereide. Currículo – Um grande desafio para o professor. (s.l: s.n), 2005. 08 páginas. Apostila.

GARCIA, Alexandre. Sem medo de encarar os “nativos digitais”. Nova Escola, São Paulo, Ed.38, ano 5, pág. 40-41.Setembro de 2011.

TREVISAN, Rita. Eles querem aulas com mais sentido. Nova Escola, São Paulo, Ed.38, ano 5, pág. 28-32.Setembro de 2011.

BRANDÃO, Carlos da Fonseca, 1965 – LDB passo a passo: Lei de diretrizes e bases da educação nacional, Lei nº 9.394/96 comentada e interpretada, artigo por artigo / Carlos da Fonseca Brandão – 4ª Ed. rev. e ampliada – São Paulo: Avercamp, 2010.

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