A utilização de uma oficina sobre pilhas no ensino de Química

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Nunes, L. (IFAL) ; Vicente, J. (IFAL)

Resumo

Neste trabalho, apresentamos uma sugestão para o ensino de eletroquímica, que se baseia na realização de uma oficina com material reaproveitável. A oficina foi aplicada em uma turma do Ensino Médio do IFAL – Maceió. Nessa proposta, o zinco e o grafite de uma pilha comum usada foram reaproveitados para construir uma nova pilha. A construção desse dispositivo foi baseada no modelo da Pilha de Daniell em tubo de ensaio, na qual os eletrodos são separados por uma superfície porosa de papel de filtro. Os resultados foram bastante satisfatórios, após a realização da oficina, os estudantes demonstraram boa compreensão dos conteúdos abordados.

Palavras chaves

eletroquímica; pilha de Daniell; oficina

Introdução

A utilização de oficinas com caráter contextualizado e experimental no ensino de química é uma ferramenta que pode contribuir significativamente para a aprendizagem. Segundo Marcondes (2008) a aprendizagem através de uma oficina ocorrerá se for abordado de forma prática conteúdos de química a partir de temas relevantes que permitam a contextualização do conhecimento. A elaboração de uma oficina envolve: a escolha de um tema relacionado ao cotidiano do aluno e o uso de experimentos com caráter investigativo, a fim de proporcionar uma aprendizagem significativa (MARCONDES et al., 2007). A organização e aplicação da oficina foram baseadas em alguns momentos pedagógicos propostos por Delizoicov e Angotti (1990), como por exemplo, a problematização inicial, que faz um levantamento das questões prévias sobre o tema. Neste momento os alunos são instigados a expor o que sabem sobre o tema escolhido para a oficina, fazendo uma relação entre os conceitos químicos e o conhecimento do cotidiano. O tema escolhido para a oficina foi pilha eletroquímica. O objetivo foi utilizar essa oficina para abordar de forma prática e contextualizada conceitos relacionados a pilhas e baterias. A oficina se caracterizou em montar uma pilha e uma bateria, baseada na pilha de Daniell modificada (NASCIMENTO et al 1989), reaproveitando uma pilha comum usada.

Material e métodos

A oficina sobre pilha eletroquímica foi desenvolvida e aplicada a uma turma do terceiro ano do Ensino Técnico-Médio no Laboratório de Síntese do Grupo Septo do IFAL – Campus Maceió. A oficina foi iniciada com a aplicação de um questionário (questionário inicial) e posteriormente uma discussão do tema, fazendo uma associação com o cotidiano dos alunos. Após a problematização e levantamento dos conhecimentos prévios, os alunos realizaram a oficina, montando inicialmente uma pilha e posteriormente uma bateria. A Os materiais usados foram: pilha comum usada; tubos de ensaio, papel de filtro qualitativo, fios de cobre, pilha comum usada, multímetro digital, solução de sulfato de zinco 1M e solução de sulfato de cobre 1M. A pilha foi montada em um tubo de ensaio reaproveitando o zinco e o grafite de uma pilha usada. Diferentemente da pilha de Daniell tradicional, essa montagem não usa ponte salina, os eletrodos são separados através de uma superfície porosa de papel de filtro qualitativo. Ao fim dos experimentos, os alunos responderam um questionário (questionário final).

Resultado e discussão

Primeiramente foi avaliado através do questionário inicial, o conhecimento que os alunos tinham sobre o assunto. Devido à extensão do trabalho, essa avaliação foi feita analisando as respostas de duas perguntas do questionário: O que é uma pilha e qual a diferença entre pilha e bateria. Em relação à primeira pergunta, a maioria dos alunos definiu pilha como um dispositivo de armazenamento de energia. Sobre a segunda pergunta, a maioria dos alunos apontou que a diferença esta na questão do tamanho e na capacidade de armazenamento. Percebe-se com essas respostas, que os alunos não associam a geração de energia elétrica nas pilhas á ocorrência de uma reação química. Na oficina realizada, o alunos conseguiram com sucesso montar a pilha com diferença de potencial (DDP) de 1V. Em seguida eles associaram três pilhas em série, formando uma bateria de 3V, que fez funcionar um rádio portátil e pequenos motores elétricos (Figura 1). Ao final dos experimentos, avaliamos as respostas das mesmas perguntas usadas no questionário inicial. A maioria definiu uma pilha como dispositivo que gera energia através de uma reação química. Em relação à segunda pergunta, de forma correta eles definiram que uma bateria é uma associação de pilhas em série.

Figura 1. Estudantes montando a pilha.

A figura mostra os alunos ultilizando os matérias na montagem da pilha

Conclusões

Neste trabalho, relatamos a aplicação da oficina Montagem de uma pilha eletroquímica a partir de uma pilha comum usada e verificamos qual a contribuição dada para a aprendizagem do conteúdo pilha eletroquímica. Verificamos uma participação efetiva e ativa dos alunos na oficina proposta, argumentando, discutindo e propondo soluções as questões que eram apresentadas. Os resultados obtidos indicam claramente que o ensino de eletroquímica foi favorecido com a utilização da oficina.

Agradecimentos

À FINEP pelo financiamento do projeto

Referências

MARCONDES, M.E.R. Proposições metodológicas para o ensino de química: oficinas temáticas para a aprendizagem da ciência e o desenvolvimento da cidadania. Revista em extensão, v. 7, 2008.
MARCONDES, M.E.R.; TORRALBO, D.; LOPES, E.S.L.; SOUZA, F.L.; AKAHOSHI, L.H.; CARMO, M.P.; SUART, R.C.; MARTORANO, S.A.A. Oficinas temáticas no ensino público: formação continuada de professores. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J.A.A. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo: Cortez, 1990.
CAVALCANTI, E. S. ; ALMEIDA, M. A. V. ; NASCIMENTO, V. B. . Um Método Simples para Ensinar Processos Redox. In: 12a Reunião Anual da SBQ, 1989, Fortaleza. Resumos da 41a Reunião Anual da SBPC, 1989.

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