Torre de líquidos: A utilização da experimentação nas aulas de química no Ensino Médio

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Santos, I.A.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Santos, A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Santos, A.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Santos, M.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Junior, A.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Silva, M.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS) ; Silva, J.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)

Resumo

Atualmente a busca por um melhor aproveitamento em sala de aula, no ensino de química, vem atrelada a ideia de fundamental importância da junção de aulas teóricas e atividades experimentais. A torre de líquidos é uma atividade experimental que visa atrair a atenção e melhorar a visão dos alunos, sobre os conceitos de densidade utilizando materiais de baixo custo. O trabalho a seguir relata o aproveitamento e o desenvolvimento de alunos da 1ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Francisco Leão, localizada na cidade de Rio Largo/AL, após a aplicação da atividade experimental.

Palavras chaves

Ensino de Química; Experimentação; Densidade

Introdução

A Química é a ciência que estuda a matéria, as transformações químicas por ela sofridas e as variações de energia que acompanham estas transformações. Ela representa uma parte importante em todas as ciências naturais, básicas e aplicadas. Para melhor entendimento dessa ciência com tal importância é necessário quer haja aulas expositivas de forma experimental, para que aluno possa situar o que está ao seu redor à disciplina estudada em sala de aula (GUIMARÃES, 2009). O papel da utilização de experimentos no ensino de química já era reconhecido por filósofos desde o século XVIII. Ainda no século XIX, a inserção da experimentação deu-se sob uma abordagem utilitarista associando o conhecimento teórico às atividades socioeconômicas da época, dentre elas a extração e transformação de minérios em metais. (SILVA et al, 2010). A experimentação química é vista como ferramenta facilitadora entre conteúdo e prática, técnica que auxilia professores consolidando o conhecimento e mais ainda os alunos, instigando-os e motivando a curiosidade sobre os temas abordados (GIORDAN, 1999). O presente trabalho tem como objetivo avaliar uma turma de 1ª série do ensino médio após utilização de recursos didático-experimentais com materiais de baixo custo no estudo de densidade de soluções.

Material e métodos

A aula experimental foi aplicada na turma de 1ª série do ensino médio da Escola Estadual Francisco Leão, no município de Rio Largo – AL, com duração de 2 horas. Inicialmente foi feita uma aula expositiva, onde foram abordados os conceitos de densidade de soluções, em seguida iniciou-se a prática experimental dividindo as turmas em grupos de 5 pessoas. Cada grupo recebeu os seguintes materiais: copo medidor, 10 mL de detergente, 10 mL de água, 10 mL de álcool, 10 mL de querosene, 10 mL de óleo de cozinha e corantes diversos. A prática consiste em colocar os líquidos um acima do outro sem que eles se misturem, formando uma “torre” na seguinte ordem: detergente, água, óleo, álcool e querosene, podendo utilizar os corantes misturados aos componentes para melhorar a visualização. Ao fim do experimento os alunos responderam um questionário sobre o conteúdo abordado e a satisfação da aula experimental.

Resultado e discussão

Durante a execução da atividade prática os alunos demonstraram interesse e curiosidade, dando oportunidade de questionamentos e discussões em sala sobre o experimento, mostrando assim resultados satisfatórios referentes à união da teoria e prática, que para Lima e Marcondes (2011) tem um papel fundamental para o processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento crítico. O questionário realizado apresentou as seguintes perguntas: Por que os líquidos não se misturam no experimento e qual a relação com a densidade? Qual a importância do estudo da densidade e como esse conhecimento pode ser aplicado no dia a dia? Como o uso da torre de liquido pode auxiliar na compreensão do conteúdo? Dos materiais utilizados no experimento, quais são mais e menos densos? A torre de líquidos continuaria com as mesmas características se houvesse variação de pressão e temperatura? Com a análise dos dados notou-se que 80% dos alunos conseguiram compreender o conceito de densidade e também somar a justificativa do experimento a outros conteúdos químicos como a polaridade das moléculas, 64% afirmam que é essencial o conteúdo para entender alguns processos industriais e cotidianos, 78% apontaram que a inclusão dessa atividade experimental facilitou a aprendizagem do conteúdo, utilizando materiais de fácil acesso e de contato diário dos alunos, 75% dos alunos conseguiram interpretar que a densidade das soluções estava em ordem crescente de baixo para cima, onde os mais densos estariam no fundo e os menos na parte superior, 57% conseguiram assimilar a partir da aula expositiva a importância desses fatores no comportamento dos líquidos e sua densidade. Na Figura 1 pode-se observar a torre de líquidos feita na aula experimental. Na Figura 2 são apresentados os resultados gerais de aproveitamento.

Figura 1.

Torre de líquidos, experimento realizado pelos alunos em sala, composta por água, detergente, óleo de soja, querosene e álcool.

Figura 2.

Análise quantitativa dos resultados obtidos após a aula prática

Conclusões

Os alunos demonstrara um interesse maior, ocorrendo em sala de aula discussões produtivas, por meio disso, observa-se um melhor rendimento sobre conteúdo exposto, demonstrando a evidente importância da experimentação em sala de aula, pois quanto mais integrada à teoria e prática, mais sólida se torna a aprendizagem de Química, cumprindo sua verdadeira função dentro do ensino, contribuindo para a construção do conhecimento científico dos alunos.

Agradecimentos

Referências

GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. Vol. 31, N° 3, AGOSTO 2009.

GIORDAN, M. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, no.10, p. 43-49, 1999.

LIMA, V. A. MARCONDES, M. E. R. Saindo Também se Aprende - O Protagonismo como um Processo de Ensino-Aprendizagem de Química. Química Nova na Escola. v.33, n.2, p. 100-104, 2011

SILVA, R. R. et. al. Experimentar sem medo de errar. In Ensino de Química em foco. Ijuí: Ed. Unijuí, 2010; Cap. 9, p.231-261.

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