“Mini aulas” no estágio: estratégia para a formação inicial de professores de química

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Fernandes, A.S. (UEG) ; Araujo, S.S. (UEG) ; Rodovalho, F. (UEG) ; Bombonatto, A.K.G. (UEG) ; Moreira, L.M.O. (UEG) ; Santos, F.S. (UEG) ; Silva, K.T. (UEG) ; Bernardes, A.F. (UEG) ; Reis, M.V. (UEG)

Resumo

Um bom professor de química é aquele que consegue preparar o aluno para vida de modo que ele possa intervir de forma crítica e consciente na realidade em que vive. E para que isso aconteça, é necessário, no mínimo, que o estudante se interesse pelo que é ensinado. O estágio supervisionado é o momento que o professor em formação adquire entre outras, atitude reflexiva quanto às metodologias a serem utilizadas para auxiliar o ensino aprendizagem de química. Desta forma, foram planejadas “mini aulas”, no estágio supervisionado, com diferentes recursos metodológicos como, experimentação, atividades lúdicas e jogos. A proposta oportunizou aos estagiários uma reflexão quanto a diferentes metodologias possíveis para uma boa aula, que tenha como foco o aluno e a transposição ao método tradicional.

Palavras chaves

metodologias; ensino; aprendizagem

Introdução

O estágio supervisionado é essencial para formação integral do estagiário, pois a experiência com o cotidiano escolar possibilita que o licenciando relacione teoria e prática (MAFUANI, 2011). Além disso, é um importante instrumento de integração entre universidade, escola e comunidade (FILHO, 2010). No que diz respeito ao ensino de química, um dos principais objetivos, o de formar cidadãos conscientes e críticos, será alcançado, quando no mínimo houver uma formação de professores que privilegie a aquisição de habilidades quanto ao planejamento de aulas que motive e estimule os estudantes da educação básica em aprender química. BAZZAN (2008) aponta que muitos alunos não aprendem química, pois não se interessam pelo que é ensinado. E esta falta de interesse está relacionada, entre outros fatores, a utilização de metodologias tradicionais, que valorizam a memorização, a repetição de exercícios e conteúdos desconectados da realidade dos estudantes. Desta forma, a presente proposta, buscou a ministração de “mini aulas” no estágio supervisionado, de modo que os estagiários pudessem refletir cada metodologia utilizada, antes de atuarem na escola campo. Os resultados mostraram que é possível um ensino-aprendizgem de química eficaz, que desperta a curiosidade e motiva os estudantes, por meio da utilização de metodologias diversificadas que perpassa o ensino tradicional. O estágio supervisionado corresponde ao primeiro contato da maioria dos estagiários com a escola e possibilita a experiência e aprendizagem pela reflexão da prática docente. A ministração de “mini aulas” antes que o estagiário entre em sala de aula permite a correção de possíveis erros e também colabora para segurança do futuro professor.

Material e métodos

As “mini aulas” foram assim nomeadas, por se tratar de aulas de duração menor do que a convencional de 50 minutos. Elas foram realizadas durante as aulas do estágio supervisionado da UnUCET/UEG por professores em formação. Foi apresentado um total de cinco “mini aulas”. Todas planejadas antecipadamente, com muita pesquisa, em periódicos da área de ensino e site portal do professor. Todos os estagiários assistiram a “mini aulas” juntamente com a professora orientadora da disciplina. Após as apresentações foram realizadas discussões, avaliações e reflexões quanto à metodologia escolhida para determinado conteúdo. Caso os objetivos não fossem alcançados, a “mini aula” deveria ser apresentada novamente. Mini aula 1: Evolução dos modelos atômicos. Foi realizada uma atividade lúdica, onde os alunos foram instigados a desvendar a composição de um material, através de observações, levantamento de hipóteses e análise do material. Mini aula 2: Equilíbrio químico e Princípio de Le Chatelier. Foi realizada experimentação mostrando os fatores que influem o equilíbrio gasoso do refrigerante. Mini aula 3: Ligações químicas. Foi elaborado um jogo de cartas para ensinar de forma lúdica o conteúdo de ligações iônica, covalente e metálica. Mini aula 4: Diferença entre absorção e adsorção e estudo das interações intermoleculares. Foi realizada experimentação com carvão ativado. Mini aula 5: Funções orgânicas. Foi elaborado e realizado um jogo, bingo orgânico, para facilitar a identificação de diferentes funções orgânicas. Por fim, as “mini aulas” foram ministradas na escola campo, onde percebemos um maior interesse e envolvimento dos alunos da educação básica com os conteúdos ministrados, principalmente os que envolviam atividades lúdicas e experimentação.

Resultado e discussão

As diferentes metodologias escolhidas para a realização das "mini aulas” (Figura 1) na escola campo, causaram empolgação, despertou a curiosidade e melhorou a participação dos estudantes da educação básica. Ao mesmo tempo, instigou a nós, enquanto professores em formação, vontade de ousar. À medida que as “mini aulas” eram ministradas no estágio, tínhamos idéias novas e inspiração com os colegas. Isto mostrou que, somos influenciados por professores que adotam postura diferenciada do professor passivo. Muito se fala de aluno passivo na literatura, mas o professor que não inova, também pode ser considerado passivo. Segundo CARVALHO e GIL-PÉREZ (1995), o professor deve "saber programar atividades capazes de gerar uma aprendizagem efetiva", isto é, colaborar para que o aluno entenda o que está sendo ensinado, que seja capaz de relacionar o conhecimento que já possuem com os novos conceitos. E o professor tem papel fundamental para que isso aconteça, pois ele é o mediador do conhecimento. A “mini aula” 1 colaborou para que os professores em formação aprendessem a instigar seus alunos a formular hipóteses através de observações. As “mini aulas” 2 e 4, que utilizaram a metodologia de experimentação permitiram aos estagiários uma reflexão quanto a utilização de experimentos investigativos, por meio da resolução de problemas. As “mini aulas” 3 e 5, onde foram elaborados jogos, possibilitaram aos licenciandos o despertar da criatividade para elaboração de materiais que podem colaborar para o ensino-aprendizagem. Afirmamos ainda que a auto-avaliação realizada ao final de cada “mini aula” para verificar se os objetivos foram alcançados sustentou a importância do professor ser reflexivo e estar disposto a adequar seus métodos e planos sempre que necessário.




Conclusões

O estágio supervisionado é de fundamental importância para formação inicial de professores de química, permitindo reflexão e elo entre teoria e prática. A realização de “mini aulas” no estágio apresenta-se como um momento de preparo dos estagiários para atuação na escola campo, pois permite a correção de possíveis erros de quem está em formação, além disso, oferece segurança aos professores que não tiveram nenhuma experiência com a docência. Aulas diferenciadas, que privilegiam experimentação e atividades lúdicas motivam e atraem estudantes a aprendizagem de química.

Agradecimentos

Agradecemos ao estágio supervisionado da UEG e as escolas parceiras.

Referências

BAZZAN, A. C. Envolvimento dos estudantes do ensino médio com a química: conversas de professores. 91 p. Dissertação (Mestrado de Educação nas Ciências) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí: UNIJUÍ, 2008.

CARVALHO, A.M.P.; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de Ciências. São Paulo: Cortez, 1995.

FILHO, A. P. O Estágio Supervisionado e sua importância na formação docente. Revista P@rtes. 2010. Disponível em: http://www.partes.com.br/educacao/estagiosupervisionado.asp. Acesso em: 15 março. 2014.

MAFUANI, F. Estágio e sua importância para a formação do universitário. Instituto de
Ensino superior de Bauru. 2011. Disponível em: http://www.iesbpreve.com.br/base.asp?pag=noticiaintegra.asp&IDNoticia=1259. Acesso em: 3 junho. 2014



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