A QUÍMICA DO FORMOL: A ESTÉTICA CAPILAR NA CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Souto, J.A. (CES/UFCG) ; Dantas, M.S.A. (CES/UFCG) ; Dantas, M.L.F. (CES/UFCG) ; Santos, J.A.M. (CES/UFCG) ; Freitas, J.C.R. (CES/UFCG) ; Freitas, L.P.S.R. (CES/UFCG)

Resumo

Este trabalho teve por objetivo diagnosticar o que estudantes do Ensino Médio conhecem sobre a química do formol e o que sabem sobre os problemas causados pelo seu uso indiscriminado na estética capilar. Esta pesquisa foi aplicada com 34 estudantes do Ensino Médio de uma escola pública estadual da cidade de Cuité/PB. Os dados desta pesquisa foram construídos pela aplicação de um questionário e discussão com os estudantes sobre o tema. E como resultado, ficou claro que estes estudantes pouco conheciam sobre a química que constitui o formol e muito menos dos seus reais efeitos prejudiciais para a saúde e o quanto é necessário a contextualização dos conceitos científicos que são ensinados em sala de aula, de forma a tornar o estudante um sujeito ativo em ações do seu cotidiano.

Palavras chaves

Formol; Ensino; Química

Introdução

A contextualização de conceitos químicos com temas que façam parte do cotidiano do estudante tem sido imprescindíveis para a formação de um sujeito crítico, ativo no processo democrático de tomada de decisões na sociedade. Segundo os PCNs (Brasil, 1999) contextualizar é propor situações problemáticas reais e usar o conhecimento necessário para entendê-las e procurar solucioná-las, nesse sentido, Delizoicov et. al. (2002) coloca que a contextualização por meio da problematização se dar a partir de situações reais que os alunos conhecem e que estão presentes nos temas e pela interpretação dos conhecimentos contidos nas teorias científicas. Para os autores, esse momento deve ser organizados de tal modo que os alunos sejam desafiados a expor o que estão pensando sobre as situações, o objetivo é “problematizar o conhecimento que os alunos vão expondo, de modo geral, com base em poucas questões propostas relativas ao tema e às situações significativas”. Para Pietrocola (1999, p. 221), sem a possibilidade de aplicar os conhecimentos científicos aprendidos na apreensão da realidade, eles só teriam função como objetos escolares, isto é, conhecimentos destinados a garantir o sucesso em atividades formais de educação. Ainda para os PCNs contextualizar o conteúdo a ser aprendido significa assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo (BRASIL, 2000). Com base nesses pressupostos este trabalho teve por objetivo diagnosticar o que estudantes da educação básica de química conhecem sobre a química do formol e o que sabem sobre os problemas causados pelo seu uso indiscriminado na estética capilar.

Material e métodos

Esta pesquisa foi aplicada com 34 estudantes de uma turma do terceiro ano do Ensino Médio da escola pública estadual Orlando Venâncio, situada na cidade de Cuité/PB. Os dados desta pesquisa foram construídos através da aplicação de um questionário e discussão sobre o tema com os estudantes. O questionário foi aplicado com o intuito de diagnosticar as concepções dos estudantes sobre a química do formol. Após a diagnose das concepções dos estudantes sobre a química do formol, fez-se uma apresentação para os mesmos sobre alguns dos conceitos químicos que estão presentes no formol, durante esse momento também foram apresentados dois vídeos que mostravam a aplicação do formaldeído no cotidiano com foco principalmente para sua aplicação nos produtos de origem cosméticas utilizados para o tratamento da estética capilar. Após esse momento de discussão e reflexão alguns alunos foram escolhidos para fazerem um visita a um dos salões de beleza da cidade, essa visita teve o intuito de colocar esses alunos em contato com um profissional de cabelo, para que os próprios alunos pudessem investigar na prática como se dava o cotidiano dessa profissão. Para finalização da pesquisa foi solicitado aos alunos que respondessem a um segundo questionário e em seguida confeccionassem panfletos sobre o tema para serem entregues na escola e o conhecimento fosse socializado com os demais estudantes e funcionários da comunidade escolar.

Resultado e discussão

A análise das concepções desses estudantes em resposta ao questionário aplicado, temos que, a maioria dos estudantes não conseguiu associar a substância em questão, o formol, a função aldeído, não estabelecendo assim as relações corretas entre o conceito e a substância presente no seu dia a dia. Os estudantes também apresentaram o desconhecimento de que o formol é uma solução como também não souberam responder de que essa solução era constituída. A maioria dos estudantes ao responderem o questionário identificaram o formol como uma substância que pode ser tóxica, porém, não souberam responder o porquê e nem sabiam indicar o grau de percentual seguro e permitido pelos órgãos competentes quanto a presença dessa substância em cosméticos. Após uma análise das concepções prévias desses estudantes, promoveu-se um momento de discussão e reflexão, nesse momento foram discutido com os alunos um pouco dos conceitos químicos presente no formol e em seguida foram apresentados vídeos para os alunos que tratavam da temática estética capilar e da ação do formol sobre os cabelos e os perigos de sua utilização de forma indiscriminada, esse momento de discussão e reflexão serviu para que os estudantes esclarecessem suas dúvidas sobre a temática trabalhada, durante esse momento os alunos mostraram-se bastante interessado com o tema. Após uma visita a um dos salões de beleza da cidade, para a conclusão da intervenção, os alunos responderam a um segundo questionário que teve o intuito de verificar o conhecimento dos estudantes a respeito da estrutura, nomenclatura, toxicidade e aplicação do formaldeído. A analise a esse segundo questionário demostrou que houve uma satisfatória evolução conceitual nas respostas desses estudantes ao mesmo.

Conclusões

O resultado desta pesquisa deixou claro que estes estudantes pouco conheciam sobre a química que constituía o formol e muito menos dos seus reais efeitos prejudiciais para a saúde. No entanto, o momento discursivo ratificou a importância e a necessidade da contextualização dos conceitos científicos que são ensinados em sala de aula, de forma que esses conhecimentos possam auxiliar o estudante a conhecer o mundo que o cerca, tornando-o um sujeito ativo nas ações do cotidiano.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Universidade Federal de Campina Grande-UFCG/CES e a Secretaria de Educação da Paraíba.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e tecnologia (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/Semtec, 2000.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
PIETROCOLA, M. Construção e Realidade: o realismo científico de Mário Bunge e o ensino de ciências através de modelos. Investigações em Ensino de Ciências, v.4, n.3, 1999.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ