TÍTULO: Utilização de jogos lúdicos no ensino de Química para construção de uma aprendizagem melhor nas escolas públicas de ensino médio.

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

França, J. (IFPI) ; Barros, E. (IFPI) ; Leal, A. (IFPI) ; Silva, E. (IFPI) ; Luz, R. (IFPI) ; Leal, N. (IFPI) ; Leal, P. (IFPI)

Resumo

Esse trabalho consistiu na elaboração de um jogo didático, denominado Disco Químico, que foi aplicado com alunos de uma turma do 3º ano do ensino médio da Unidade Escolar Normal Oficial de Picos. A pesquisa teve como objetivo verificar a utilidade do jogo no auxilio ao ensino de química, apresentando-o de forma lúdica, dinâmica e atraente. A partir de uma análise prévia do nível de conhecimento dos alunos, fez-se a aplicação do jogo, abordando temas anteriormente trabalhados. Após essa metodologia, verificou-se um maior interesse dos alunos pela disciplina, tornando a aula mais proveitosa.

Palavras chaves

Ensino de química; Atividades lúdicas; Disco Químicon

Introdução

Pesquisas mostram que o ensino de química, praticado atualmente nas escolas brasileiras, ocorre de maneira tradicional e pouco interessante, induzindo os alunos apenas a memorização e repetição de estruturas, nomes, fórmulas, conceitos e cálculos, desvinculados completamente das suas realidades e muitas vezes dificultando a aprendizagem que poderia ser mais agradável e facilitada se o ensino estivesse intimamente relacionado com o cotidiano em que vivem (SANTANA, 2012). Dessa forma, a Química, torna-se uma disciplina pouco agradável e muito odiada pelos alunos, haja vista que não consegue despertar nesses sujeitos nenhum interesse, senão o medo da reprovação. Com o intuito de reverter o método tradicionalista utilizado no ensino de química e tornar a aprendizagem dessa disciplina mais prazerosa, muitos teóricos e pesquisadores de vários centros universitários do mundo desenvolveram metodologias lógicas que consistem em ensinar química brincando aos alunos, essas ferramentas educacionais versáteis e de muita utilidade são denominadas de metodologias lúdicas, dentre as quais o jogo é sua proposta mais expressiva (SOARES, 2004). Os jogos são aplicados como um tipo de recurso didático educativo que podem ser utilizados em momentos distintos do processo de ensino e aprendizagem, como na apresentação de um conteúdo, ilustrações temáticas relevantes, revisões ou síntese de conceitos importantes e avaliação de conteúdos já ministrados. Além disso, os jogos se caracterizam por apresentar dois fatores relevantes: a participação e o trabalho em grupo, além disso, conseguem envolver outras dimensões, tais como a afetividade e o gosto pela disciplina (CUNHA, 2004).

Material e métodos

Os passos para a elaboração e realização desse trabalho foram com o intuito de intervir e incluir na sala de aula um tipo de gincana do conhecimento, jogo químico, algo didático que refletisse um método de ensino prazeroso e favorável à aprendizagem do aluno. A pesquisa foi desenvolvida com dezesseis alunos do terceiro ano do ensino médio da Unidade Escolar Normal Oficial de Picos e contou com auxilio dos professores de química da escola. Inicialmente, foi feita uma breve apresentação do projeto para os discentes, mostrando sua importância e seriedade, bem como as normas do jogo e seu funcionamento, em seguida, foi aplicado na turma um questionário contendo doze perguntas objetivas sobre os grupos funcionais de química orgânica, com o intuito de verificar o conhecimento prévio dos alunos e servir de suporte para comparação de resultados antes e depois da aplicação do jogo. Após todas as orientações dadas, aplicou-se o jogo Disco Químico com os sujeitos investigados. É um jogo de tabuleiro onde o envolvido movimenta o indicador do Disco Químico em sentido anti-horário respondendo perguntas a respeito desses grupos funcionais. O jogo consiste em 11 casas enumeradas, cada uma com um dos nomes dos grupos funcionais existentes. Para iniciar o jogo roda-se a primeira vez o indicador do disco para determinar o sujeito (a) que ira começar, aquele que movimentar o indicador e o mesmo parar no maior número de casas irá começar por primeiro, quando isso for determinado inicia-se o jogo rodando novamente o indicador, para escolher uma casa, na qual o jogador terá de responder a uma pergunta respectiva ao assunto da mesma que se encontra em 1 dos 275 cartões com as formulas dos compostos, que contem a resposta logo abaixo. Vence o jogador (a)que responde 11.

Resultado e discussão

Os dados obtidos com essa pesquisa revelam à importância de se melhorar cada vez mais a transposição didática no ensino de química, pois a maneira como o conteúdo é ministrado o torna mais ou menos interessante. A análise dos questionários permitiu identificar que 52,48% dos entrevistados conheciam alguns dos grupos funcionais da química orgânica, por outro lado, 47,52% dos alunos desconheciam essas funções. A conversa com a turma, antes da aplicação do jogo, mostrou que 75% dos discentes têm pouco interesse na disciplina e que a acham difícil, chata e muito complicada, informaram, ainda, que a metodologia do professor era tradicional, não estimulava o aprendizado e que não realizava aulas práticas, dificultando a aprendizagem. A pesquisa mostrou, ainda, que muitos alunos têm pouca base educacional, problemas de relacionamento com os professores e pouco ou nenhum interesse na disciplina. Durante a aplicação do jogo Disco Químico percebeu-se um maior interesse dos alunos nos conteúdos abordados, mostrando uma empolgação muito boa e uma maior participação de todos os envolvidos, percebeu-se, ainda, que a metodologia lúdica aplicada tornou a aula mais dinâmica, atraente e proveitosa. Após a realização da metodologia proposta, 79,86% dos alunos afirmaram ter gostado da novidade e pediram que ela fosse repetida mais vezes, provocando em alguns a vontade de levar o jogo para casa. Afirmaram, também, que a realização de práticas experimentais, concatenadas com suas realidades, tornaria o ensino de química mais proveitoso na escola e os estimularia a se empenharem mais nos assuntos ministrados pelo professor. Dessa forma, este trabalho alcançou o seu objetivo principal, que era de tornar o ensino de química mais proveitoso e atraente, a partir da utilização

Conclusões

A partir dos resultados obtidos nesse trabalho, é possível inferir que a utilização de metodologias lúdicas podem tornar o ensino de química mais eficiente, atraente e proveitoso, contribuindo, de forma significativa, para o processo de ensino e aprendizagem. A prática de jogos durante as aulas é uma forma de ensinar química de maneira divertida e prazerosa, pois deixa o aluno mais a vontade e otimista sobre a importância da disciplina na sua formação escolar, além do mais, o uso dessas tecnologias educacionais podem contribuir para minimizar ou acabar com a evasão escolar.

Agradecimentos

Agradeço a Deus, a CAPES, ao IFPI, ao meu orientador Elcio Daniel e a Escola Normal Oficial de Picos pelo apoio.

Referências

CANTO, Eduardo Leite; PERUZZO, Tito Miragaia. Química na abordagem do cotidiano: Química Orgânica. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. 3. v.

CUNHA, M. B. Jogos de Química: desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 028, 2004.

FELTRE, Ricardo. Química: Química Orgânica. 7. ed. São Paulo: Moderna, 2008. 3. v.

LEMBO, Antônio. Química realidade e contexto: Química Orgânica. 3. ed. São Paulo: Ática, 2004. 3. v.

LISBOA, Júlio Cezar Foschini. Química: Química Orgânica. 1. ed. São Paulo: SM, 2010. 3. v

REIS, Martha. Completamente Química: Química Orgânica. 2. ed. São Paulo: FTD, 2007. 3. v.

RUSSELL, J. V. Using games to teacher chemistry: an annotated bibliography. Journal of Chemical Education, v. 76, n. 4, p. 481-489, 1999.

SANTANA, E. M. A influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. São Paulo, 2012.

SARDELA, Antônio. Curso de Química: Química Orgânica. 2. ed. São Paulo: Ática, 2005. 3. v.

SOARES, M. H. F. B. O Lúdico em Química: jogos e atividades aplicados ao ensino de química. 2004. 218 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.

USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química: Química Orgânica. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 3. v.

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