QUÍMICARD: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE LÚDICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Lima Junior, J.R. (UFPE) ; Ferreira Costa, J.S. (UFPE) ; Silva, T.S. (UFPE) ; Silva Oliveira, M.H. (UFPE) ; Pessoa de Lucêna, M.R. (UFPE) ; Silva de Lima, A.L.B. (UFPE) ; Gomes, E.O. (UFPE) ; dos Anjos, J.A.L. (UFPE)

Resumo

Analisando as dificuldades que os estudantes do primeiro ano do ensino médio enfrentam ao retomar o estudo da química, é proposta aqui uma atividade para servir como uma ferramenta didática para discutir os conteúdos dos elementos químicos da tabela periódica trabalhando de forma lúdica. O jogo se baseia em três baralhos de cartas onde os alunos precisão fazer a correlação, entre os elementos, e suas aplicações,sempre inter-relacionando os conteúdos com entretenimento geral, filmes, mitologia grega e outras aplicações. O uso desta ferramenta educativa permite ao docente quebrar com o estudo rígido dos elementos incorporando aos elementos as suas descrições e aplicações para facilitar a associação pelos alunos melhorando sua compreensão sobre o conteúdo, de forma divertida.

Palavras chaves

Atividade Lúdica; Elementos Químicos; Ensino Aprendizagem

Introdução

Atualmente os alunos do Ensino Médio relatam que a disciplina de Química é uma das mais difíceis e complicadas de estudar. Esse quadro, geralmente, deve-se à não alternância das aulas tradicionais com outras metodologias mais atraentes e eficientes para tornar o ensino de Química mais agradável. Muitos teóricos abordam o uso dos jogos em sala de aula, temos Piaget (1896 – 1980), que foi um grande defensor da aplicação dos jogos a educação e criticava a escola tradicional por estar preocupada somente em transmitir os conhecimentos aos alunos sem nenhuma inovação, e segundo ele este método de ensinar não é capaz de gerar cidadãos críticos e capazes de pensar. Os jogos são capazes de proporcionar aos alunos condições agradáveis para o ensino, além disso, o aluno é motivado a trabalhar com algo concreto, descobrindo o conhecimento e não somente recebendo informações, com isso deixa de ser um sujeito passivo no processo de educação e passa a ser um sujeito ativo na aquisição dos conhecimentos. Para Faria (2002) os jogos podem ter duas funções: estimular uma aquisição lúdica do conhecimento e desenvolver as relações sócio afetivas do educando. Logo este trabalho tem como objetivo uma proposta lúdica educativa, para contextualização do ensino dos elementos químicos e suas propriedades. A função dos jogos não é apenas de um instrumento didático para facilitar o processo de ensino- aprendizagem, mas também funciona como uma forma de avaliação da aprendizagem, conforme descreve Cunha (2012). Esse jogo tem por objetivo aumentar a familiaridade ou mesmo iniciar os alunos ao conhecimento dos elementos da Tabela Periódica, por introduzir. Além disso, o jogo permite estreitar as relações entre os colegas, incentivo a autonomia intelectual, como também levar os alunos a uma reflexão.

Material e métodos

Há 3 baralhos, cada um com 24 cartas de elementos diferentes. Dois desses baralhos são idênticos e destinados cada um a 1 grupo de competidores. Esses dois baralhos tem apenas o nome do elemento, o símbolo, o número atômico e uma figura que o represente. O terceiro baralho, é o baralho do professor . Nele, tem- se o nome do elemento, seu número atômico, símbolo, figura (idêntica a figura da carta do aluno) e três dicas que serão usadas para conduzir o jogo. Este material foi feito para os alunos de 1º ano do Ensino Médio. REGRAS DO JOGO • Os três baralhos não podem se misturar uns com os outros. • Devem jogar dois grupos, cada um com seu baralho. • O baralho do professor não pode ser visto pelos grupos. • Os integrantes dos grupos que jogam podem ajudar, discutindo entre si qual é a resposta. • O mediador deve escolher uma carta das quais ele tem posse e ler as dicas em voz alta para que todos escutem. • O mediador não deve favorecer nenhum grupo com dicas extras, ou seja, que não estejam descritas em sua carta. • Os jogadores devem esperar que o mediador leia as dicas antes de procurar, e podem pedir ao mediador para repetir as dicas • Ao lançar a primeira xarada, o primeiro grupo que conseguir acertar o elemento correspondente com apenas a primeira ganhará 10 pontos, se o mesmo errar será repassada a vez para o outro grupo que por ser a segunda xarada a pontuação cairá para 5 pontos, e se também não souber, será repassada a vez para o outro grupo que receberá a terceira e ultima xarada em que a pontuação cairá para 3 pontos. • Se após dadas as três xaradas nenhum grupo acertar, será repassada a vez sucessivamente para o próximo grupo valendo 3 pontos até que algum deles acertem. • Vence, quem ao final da rodada quem obtiver o maior número de cartas.

Resultado e discussão

A correlação dita anteriormente se dará através da interpretação de dicas, que além de apresentarem algumas características sobre essas eles, não perdendo a ludicidade e a parte educativa, pois em muitas salas de aulas atuais estudar química é uma verdadeira tortura para os alunos, muitos deles não veem relação entre o conteúdo estudado na sala de aula e aquilo que vivenciam no dia-a-dia e segundo Kishimoto (1998) o jogo educativo apresenta essas duas funções: a lúdica, que implica na escolha voluntária do jogo e a educativa, sendo que o jogo é colocado como algo que auxilia na aprendizagem e na compreensão do mundo. Além disso, no que se refere a aprendizagem dos símbolos dos elementos químicos e a relação com seus nomes é esperado que os estudantes apenas o decorem sem estabelecer relações com com sua classificação e desta com suas propriedades e desta com seu uso. Esta forma de se trabalhar o conteúdo leva a uma equivocada noção de que não é necessária a compreensão apenas a repetição mecânica o que torna o conteúdo enfadonho, pouco contextualizável. Nas salas de aulas atuais estudar química é uma verdadeira tortura para os alunos, muitos deles não veem relação entre o conteúdo estudado na sala de aula e aquilo que vivenciam no dia- a-dia. Para a compilação do jogo, foi utilizada como foco de trabalho, a Tabela Periódica dos Elementos, onde constam todos os elementos conhecidos pelo homem e suas devidas classificações. Foram selecionados 24 elementos para esse trabalho levando-se em conta suas aplicações, na saúde, como é o caso da platina, na indústria de baterias automotiva, como é o caso do chumbo, em soldagens de peças para a criação de atmosferas inertes, como é o caso do argônio,entre outros tantos utilizados nesse jogo.

Figura 1

Exemplo de carta do mediador, com as xaradas sobre o elemento Alumínio.

Figura 2

Exemplo de carta do aluno, com elemento Sódio.

Conclusões

A atividade lúdica é mais uma ferramenta que o professor dispõe para auxiliar o processo ensino-aprendizagem e incentivar o aluno na busca do conhecimento. Por isso espera-se com esse jogo que os alunos envolvam-se, com espirito competitivo, sendo que ao mesmo tempo que joguem estejam analisando, pondo em prática seu senso crítico.

Agradecimentos

UFPE

Referências

COSTA, Thiago Santangelo; ORNELAS, Danielle Lanchares; GUIMARÃES, Pedro Ivo Canesso; MERÇON, Fábio. A Corrosão na Abordagem da Cinética Química. Química Nova na Escola. No 22, novembro 2005.
CUNHA, Marcia Borin da. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola. Vol. 34, No 2, p. 92- 98, maio 2012.
KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.
FARIA, Anália Rodrigues. Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Segundo Piaget.4 Ed. Ática, Marília, SP, 2002.

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