Uso de saneantes domissanitários: solução ou problema?

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, M.D. (UFU) ; Amorim, E. (UFU)

Resumo

Os resultados deste resumo fizeram parte do TCC de um dos autores. Os objetivos deste trabalho foram: conhecer formas de manuseio e armazenamento de saneantes pelos trabalhadores, aplicar conceitos químicos e atuar como educador para explicar os riscos de misturas dos saneantes. Os dados foram obtidos através de fotos e 50 entrevistas. Os resultados mostraram que 60% dos profissionais tem treinamento sobre o manuseio; 77% das donas de casa revelaram que já “ouviram dizer” alguma coisa sobre as misturas. A maioria faz uso de misturas de saneantes. Concluímos que 88% fazem misturas, 100% dos profissionais armazenam corretamente exceto as donas de casa. Explicamos aos participantes sobre os riscos que eles correm ao usar os saneantes, de forma isolada ou combinada.

Palavras chaves

produtos domissanitários; limpeza; armazenagem

Introdução

O jornal Bom Dia Brasil disponibilizou em 04/01/2011 no site do globo.com uma informação relatando que mais de 10,5 mil pessoas sofreram algum tipo de intoxicação devido ao uso equivocado de saneantes domissanitários no decorrer do ano de 2008. Algumas pessoas adotam o hábito errôneo de misturar produtos de limpeza para potencializar o efeito e consequentemente facilitar o serviço de higiene sobretudo em banheiros, contudo essa prática pode acarretar danos graves à saúde do usuário do produto químico. Este trabalho é importante uma vez que os saneantes domissanitários possuem constituição química de risco quer utilizados de forma isolada ou em conjunto com outros produtos. Além disso, a pesquisa permitiu ensinar química a 50 sujeitos leigos participante que desconheciam as razões dos problemas acarretados pelas misturas dos saneantes. Os objetivos deste trabalho foram: conhecer formas de manuseio e armazenamento de saneantes pelos trabalhadores, aplicar conceitos químicos e atuar como educador para explicar os riscos de misturas dos saneantes. Antes de sair a campo para dar início às entrevistas, foi feito uma consulta com um vendedor de produtos químicos, que por sua vez informou quais são os principais produtos vendidos e quais são as principais reclamações das donas de casa.

Material e métodos

Este trabalho teve características de enfoques qualitativo e quantitativo, uma vez que saímos a campo, fizemos contato direto com pessoas que subsidiaram dados e posteriormente a descrição dos fatos. Este trabalho envolveu entrevistas com cinquenta sujeitos participantes, ou seja, doze funcionárias de Unidades de Atendimento Hospitalar, oito são pessoas que trabalham em Escolas Estaduais e trinta donas de casa. Os locais de armazenamento dos saneantes nas Unidades de Atendimento Hospitalar, Escolas e casas foram registrados com o auxílio de uma máquina fotográfica. Os resultados quantitativos das entrevistas foram expressos em porcentagens, colocados em gráficos e analisados.

Resultado e discussão

O vendedor nos informou que entre os principais saneantes domissanitários, os mais vendidos são: removedor de sujeira pesada, Limpeza ácida, desinfetante para uso geral, pasta de brilho, limpa forno, desinfetante para água de piscina, desengordurante, água sanitária, detergente alcalino clorado e detergente ácido. O vendedor relatou que a principal queixa das donas de casa que compram seus produtos é quanto a mistura de Água Sanitária e Limpeza ácida (limpa cerâmica e azulejos), ou seja, após a mistura de tais produtos começam a se sentir mal. Este mal estar se deve à liberação do gás cloro, Cl2, que por sua vez possui efeito sufocante, que ataca o trato respiratório bem como os olhos. Conseguimos entrevistar um total de cinquenta pessoas, das quais 12 eram funcionárias de unidades de atendimento hospitalar, 8 são pessoas que trabalham em escolas estaduais e 30 pessoas são donas de casa que lidam com saneantes domissanitários. Os dados foram obtidos através de fotos e respostas de cinquenta sujeitos participantes. Os resultados mostraram que 60% dos profissionais tem treinamento sobre o manuseio; 77% das donas de casa revelaram que já “ouviram dizer” alguma coisa sobre as misturas; 66% misturam sabão em pó com alvejante,16% misturam ácido clorídrico e amoníaco, 12% não fazem misturas e 6% misturam sabão em pó, alvejante e amoníaco. Em relação aos equipamentos individuais de segurança, pudemos perceber que os funcionários são orientados a usar sempre estes equipamentos, e são também fiscalizados quanto ao cumprimento dessas orientações. Os produtos de limpeza ficam armazenados em locais seguros, trancados e os funcionários possuem, em condições de uso, alguns “carrinhos”, conhecidos como Mope que facilitam a mobilidade e uso.

Conclusões

Nas Unidades de Saúde e nas Escolas observamos que os produtos de limpeza ficam armazenados em locais seguros e trancados. As donas de casa armazenam os saneantes em locais que estão ao alcance das crianças. Os resultados mostraram que 88% dos participantes fazem algum tipo de mistura. Explicamos sobre os riscos que eles correm ao manusear os saneantes isolados ou misturados e os conceitos básicos de química, que surgiam no decorrer de nossa conversa, tais como: concentração, pH, acidez, alcalinidade, dentre outros. Orientamos sobre a necessidade da leitura dos rótulos dos saneantes.

Agradecimentos

Aos entrevistados desta pesquisa e ao Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia.

Referências

http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm acessado em 06/08/2014.

Patrocinadores

CNPQ CAPES CRQ15 PROEX ALLCROM

Apoio

Natal Convention Bureau Instituto de Química IFRN UFERSA UFRN

Realização

ABQ