Utilização do “Cubo Periódico” como metodologia lúdica para o ensino de Tabela Periódica

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Firmino, F.M. (IFRJ-NILÓPOLIS) ; Silva, A.M. (IFRJ-NILÓPOLIS)

Resumo

Jogos que abordam conceitos de química têm sido desenvolvidos e divulgados principalmente nas duas últimas décadas. Considerando a riqueza de possibilidades na elaboração de um jogo didático, o objetivo desta pesquisa foi propor e avaliar um jogo que trabalhasse o conteúdo de tabela periódica voltado para estudantes do Ensino Médio, que fosse divertido e desafiador. O Cubo Periódico é uma adaptação do instigante Cubo Mágico, onde em cada face foram dispostos elementos e características de famílias da tabela periódica. Os alunos participantes da pesquisa avaliaram que a atividade de resolução do cubo foi provocadora e estimulante e que o fato da resolução ser individual permitiu estabelecer um desafio a si mesmo, testando os seus conhecimentos e a sua capacidade de concentração.

Palavras chaves

Tabela Periódica; Jogos didáticos; Cubo mágico

Introdução

Jogos que trabalham conceitos de química têm sido desenvolvidos e divulgados principalmente nas duas últimas décadas, caracterizando-se como ótimo recurso didático ou uma estratégia de ensino e um rico instrumento para construção do conhecimento (GRÜBEL; BEZ, 2006). Um jogo didático além de desenvolver habilidades como concentração, manipulação, cooperação, de ter função lúdica e educativa, também deve possibilitar a aprendizagem de algum conceito (CUNHA, 2012). Considerando a riqueza de possibilidades na elaboração de um jogo didático, o objetivo deste trabalho foi desenvolver, propor e avaliar um jogo (brinquedo) para trabalhar o conteúdo de tabela periódica principalmente voltado para estudantes do Ensino Médio, que fosse divertido e desafiador, atingindo uma faixa etária mais ampla ao se levar em conta a complexidade de sua solução. O jogo proposto baseia-se no Cubo Mágico, fenômeno de vendas na década de 80 e com mais de 43 quintilhões de possibilidades de ser organizado, sendo o Cubo Mágico 3x3x3 solucionado quando todas as faces do cubo possuem a mesma cor. Atualmente já são conhecidos os “passo a passo” para resolução, inclusive a própria Rubik’s® já comercializa juntamente com o Cubo Mágico um manual contendo essas etapas. São também desenvolvidos campeonatos nacionais e internacionais os quais classificam esta brincadeira como uma modalidade esportiva, onde os atletas são denominados “cubistas” e cujo enfoque é solucionar o brinquedo no menor tempo possível.

Material e métodos

No Cubo Periódico, ao invés da resolução por cores, a organização proposta foi de acordo com os elementos e/ou as características de elementos representativos de uma mesma família ou grupo da Tabela Periódica, dispostos em cada face do cubo, tornando-se um recurso de aprendizagem e não somente de memorização de cores e “fórmulas”. Foi preparado artesanalmente com a mesma parte mecânica de um Rubik Cube, entretanto com novos adesivos feitos com papel especial de etiqueta e revestimento plástico com papel contact, com as informações dos elementos e/ou características de elementos da família ou grupo conforme a Figura 1, custando no total (cubo + material) R$55,00 cada. A pesquisa foi realizada com 15 alunos dos Cursos Técnicos de Química e Controle ambiental do IFRJ campus Nilópolis, cursos que são concomitantes ao Ensino Médio, de forma tal que: - cada aluno recebia o cubo periódico e um manual para resolução, podendo levar para sua casa por até 3 dias; - quando algum aluno não apresentava conhecimento sobre a resolução do cubo mágico tradicional, este recebeu algumas instruções básicas de manuseio, regras e associação dos conhecimentos pré-estabelecidos sobre tabela periódica; - o aluno tinha a opção de não solucionar. Cada aluno respondeu a um questionário para esta pesquisa, contendo questões que avaliavam, por exemplo, se a resolução do cubo periódico contribuiu ou estimulou de alguma forma o entendimento do conteúdo do tema “tabela periódica”; se as dificuldades apresentadas estavam mais relacionadas à resolução do cubo ou ao tema; se foi considerado estimulante ou não a resolução do cubo; se o fato de ser um jogo de resolução individual era interessante ou não; se havia alguma sugestão para a melhora do cubo.

Resultado e discussão

De acordo com as respostas dos estudantes, todos consideraram que o Cubo Periódico contribuiu para o entendimento do tema “Tabela Periódica” tendo sido destacado que sua organização apresentava uma lógica relacionada aos conceitos científicos propostos. Com relação à resolução do Cubo, 87% consideraram que a maior dificuldade foi na própria resolução do cubo, enquanto 13% atribuíram a maior dificuldade ao tema em estudo. Dos participantes, 93% consideraram a resolução do cubo como estimulante e obteve-se um “record” de tempo mínimo de 10 minutos para resolução, porém 73% não conseguiram resolver por falta de tempo para praticar. Todos os participantes da pesquisa consideraram o fato do jogo/brinquedo ser individual interessante pois não existia derrota para outros, além de se constituir uma forma de estudar a estrutura da “tabela periódica” por uma metodologia diferenciada (alternativa) e por estabelecer um desafio a si mesmo testando sua capacidade de concentração. Ainda assim, houve a sugestão de promover um campeonato de resolução em menos tempo, para torná-lo uma atividade coletiva. Para a melhora da atividade, foi sugerida a lubrificação do cubo para melhor manuseio.

Cubo Periódico

Figura 1

Conclusões

Através dos resultados apresentados, concluímos que o jogo/brinquedo Cubo Periódico é uma metodologia lúdica que promove a concentração e o estímulo do estudo do tema tabela periódica, cuja familiarização dos usuários com o cubo mágico é imprescindível para sua resolução. O entusiasmo dos alunos e a curiosidade que apresentaram pelos mecanismos de resolução do Cubo foi o principal indicador dos resultados, fazendo os alunos compreenderem a organização dos elementos representativos na Tabela Periódica através de um jogo/brinquedo desafiador e individual.

Agradecimentos

Referências

CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola. vol. 34, n° 2, 92-98, 2012.
GRÜBEL, J. M.; BEZ, M. R. Jogos Educativos. Novas Tecnologias em Educação. vol. 4, nº2, 2006.

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