A química como disciplina lúdica: a identificação do caráter ácido-base utilizando materiais alternativos

ISBN 978-85-85905-10-1

Área

Ensino de Química

Autores

Elliton, E. (IFPI) ; Lopes, N. (IFPI) ; Lohanne, I. (IFPI) ; Augusto, G. (IFPI) ; Fernandes, G. (IFPI) ; Raquel, P. (IFPI) ; Stella, L. (IFPI) ; Santos, E. (IFPI) ; Carla, A. (IFPI) ; Cruz, P. (IFPI)

Resumo

Os valores de pH são essenciais para manipulação de substâncias químicas. No estudo da Química Geral, nas escolas de ensino médio, este é abordado dentro do conteúdo de ácidos, bases e sais inorgânicos. O pH é usado para medir a acidez e a basicidade de uma solução, de acordo com a concentração do íon H+ livre no sistema, podendo ser tabelado com os valores de 1 a 6, o caracterizando como substância ácida; 7 substância neutra; e de 8 a 14 básica. No trabalho relatado, apresentou-se uma simples prática, substituindo a manipulação de substâncias mais constantemente usadas em laboratório por materiais bem comuns do nosso cotidiano, podendo ser realizado em qualquer lugar sem o auxílio de reagentes ou materiais específicos, facilitando assim a disseminação da química para toda a comunidade.

Palavras chaves

pH; simples prática; disseminação da química

Introdução

S. Arrhenius propôs em 1887 que as substâncias que produzem OH- fossem chamadas de bases e as substâncias que produzem H+ chamadas de ácidos. Até hoje esse conceito foi amplamente discutido para definir os termos acidez e basicidade, e como seria a função de um solvente no equilíbrio entre um ácido e uma base. Por sua vez, J. N. Bronsted e T. M. Lowry definiram que o ácido é um doador de prótons e a base o aceptor de prótons. Existe uma variância muito grande entre valores altos e baixos de concentração de H3O+ e OH- que estão aproximadamente entre 10 mol • L-1 a 10-14 mol • L-1, não sendo possível tal representações em um gráfico linear, pois os valores seriam muito desproporcionais se relacionando o extremo inferior com o outro extremo, recorrendo-se assim a escala logarítmica, que utiliza-se potência de 10 das concentrações de H3O+. Usando-se a escala de pH, de 1 a 14, chamada como uma escala de acidez, a medida que em uma solução a acidez aumenta, o pH diminui. (POSTMA, et al, 2009) Com o medidor de pH é possível verificar determinado valor com exatidão, mas para se usar bem esse aparelho é necessário um conhecimento de eletroquímica. Mesmo que com menor exatidão, os indicadores podem ajudar a conhecer o caráter ácido ou base de uma substância quando há mudança de coloração, tem-se o papel de tornassol como um bom exemplo, mudando sua cor na vizinhança do pH 7. Outros indicadores são usados, tais como o fenolftaleína, vermelho de metila, alaranjado de metila, azul de bromotimol. (BROWN, et al, 2005) Neste contexto, o uso de materiais alternativos é um bom meio para o ensino de química para qualquer público, já que por sua vez o estudo de pH tem sua importância, podendo ter sua aplicação prática com materiais de simples mobilização e manipulação.

Material e métodos

Materiais 1 - dois vidros de relógio ou pires 2 - papel tornassol 3 - sabão em barra 4 - um limão Método Com o limão cortado ao meio, depositado em um dos vidros de relógio, toca-se o papel de tornassol na superfície do limão, o papel terá uma cor avermelhada em contato com o limão. Com outro pedaço de papel tornassol, encosta-se no sabão em barra, fazendo com que o papel de tornassol fique com a coloração azulada.

Resultado e discussão

Ao se tocar o papel no limão, a cor fica avermelhada, caracterizando como um ácido, no outro caso, quando tocado o papel de tornassol no sabão em barra, a cor fica azulada, se caracterizando como uma base. No primeiro caso, o papel de tornassol apresenta através da mudança de coloração para vermelho um pH de aproximadamente 5 ou até menos que isso, quando a sua coloração fica azul, há uma indicação que o pH esta com valores aproximados a 8 ou maior que isso, valendo ressaltar que estes valores podem variar de acordo com a temperatura e pressão. O tornassol como um indicador em soluções, mesmo que seja não tão preciso, facilita a identificação do caráter ácido-básico já que há uma mudança de coloração facilmente visível, podendo ser amplamente abrangido para outros materiais. Uma aplicação bem prática para determinação do caráter ácido-base no cotidiano é o que ocorre na agricultura, já que o pH é determinante para o bom crescimento de várias espécies. Como o exemplo da hortênsia, que produz flores azuis em solos ácidos, e flores rosa em solos alcalinos (FELTRE, 2004). Dessa forma, os alunos podem adquirir um maior interesse a ciência afim, já que manipulam materiais para uma atividade empírica, de modo que percebem que a química está muito mais próxima de todos, envolvendo assim a contextualização de uma ciência que por muitas vezes os alunos só a interpretam de forma teórica, podendo de maneira simples se utilizar da práxis no ensino.

Conclusões

No presente experimento, o objetivo não é identificar os valores exatos dotados numa tabela de pH, mas mostrar uma simples prática que pode ser feita em qualquer sala de aula, e junto com o conhecimento do professor, pode ser mostrada a diferença, de forma qualitativa, entre a identificação de um ácido e uma base com um simples indicador, usando a diferença de cores, já que quando se usa cores para demonstrar fenômenos químicos há sempre uma fascinação por parte dos educandos.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, pois Ele vem antes de tudo, a minha noiva e minha mãe e aos meus colegas de curso pelo apoio.

Referências

BRADY, James E.; Humiston, Gerard E. Química Geral. 2ª ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1986.
BROWN, Theodore L.; et al. Química: a ciência central. 9ª ed. São Paulo - SP: Pearson Prentice Hall, 2005.
FELTRE, Ricardo. Química: Química Geral. 6º ed. São Paulo: Moderna, 2004.
POSTMA, James M.; et al. Química no laboratório. 5ª ed. Barueri - SP: Manoele, 2009.

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